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Entrevista com Isabel Soares, professora da EPsi e presidente do ProChild CoLAB

Isabel Soares
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Entrevista com Isabel Soares, professora da EPsi e presidente do ProChild CoLAB

Na Universidade do Minho (UMinho) desde 1993, Isabel Soares é professora catedrática da Escola de Psicologia e presidente da direção do Laboratório Colaborativo ProChild (ProChild CoLAB).

Nascida em S. Mamede de Infesta, distrito do Porto, Isabel Soares é licenciada e doutorada em Psicologia pela Universidade do Porto. Ingressou na UMinho em 1993, onde é professora catedrática, investigadora do Centro de Investigação em Psicologia e membro do Conselho Geral, depois de ter dirigido cursos, departamentos e presidido à Escola de Psicologia. É presidente da direção do laboratório colaborativo ProChild CoLAB, que recebeu o Prémio Direitos Humanos 2023, atribuído pela Assembleia da República. A sua investigação inscreve-se no domínio da vinculação e psicopatologia do desenvolvimento. Tem cerca de 150 publicações em livros e revistas científicas nacionais e internacionais, tendo orientado dezenas de teses de mestrado e doutoramento. É membro do Conselho Nacional de Psicólogos da Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP). Em 2023 recebeu o Prémio Ibérico de Psicologia, atribuído pela OPP e pelo Consejo General de Psicologia de Espanha.

Como se deu a sua chegada à UMinho?

Cheguei à UMinho em outubro de 1993, após o meu doutoramento em Psicologia na Universidade do Porto. Tive o privilégio de participar na fase inicial do desenvolvimento da Licenciatura de Psicologia, ao entrar no 3.º ano após a sua criação. Desafiada pelos colegas fundadores do curso (Leandro Almeida e Óscar Gonçalves, que tinham estado comigo na Faculdade de Psicologia da UP, e por Artur Mesquita e José Cruz), os quais desenharam um projeto de formação muito inovador, foi com grande entusiasmo que integrei a equipa docente numa Universidade também a crescer, num campus em construção e numa matriz institucional colaborativa. Tudo estava a emergir com ambição, determinação e entusiasmo. Foi um tempo extraordinário.

A nossa licenciatura ergueu-se ao lado de outros cursos de Psicologia que já existiam nas universidades ?clássicas? do Porto, Coimbra e Lisboa. Houve, por isso, sensibilidade e cuidado no estabelecimento de relações interinstitucionais, mas sempre sustentadas na afirmação da nossa autonomia, identidade e inovação. Desde o início foi dada uma atenção maior à qualidade do ensino e da investigação, suportada num corpo docente jovem, bem qualificado para responder às áreas tradicionais da Psicologia, mas também capaz de desbravar áreas emergentes na altura. Além disso, desde multo cedo o ensino e a investigação foram bem articulados e, também, bem sustentados em projetos de interação com a sociedade através da criação do Serviço de Psicologia e do desenvolvimento de parcerias em torno de projetos colaborativos.

Desde o início procurámos ancorar o nosso trabalho no nível internacional, profundando e ampliando as ligações já estabelecidas com colegas/equipas de universidades europeias e americanas. Estas ligações foram determinantes para elevar a qualidade da nossa investigação e a inovação. Além disso, a formação dos nossos estudantes de licenciatura, mestrado e doutoramento foi muito enriquecida por este ambiente cosmopolita. Acho que este caminho inicial foi determinante na progressiva afirmação e no sucesso da ?Psicologia da UM?, no contexto nacional da oferta educativa nesta área. Foi um tempo inesquecível.

Lidera o Laboratório Colaborativo Pro-Child (ProChild CoLAB), um dos dois CoLABS coordenados pela UMinho. Em que consiste este projeto e o que engloba?

ProChild CoLAB, reconhecido pela FCT como Laboratório Colaborativo em novembro de 2018, tem como missão o combate à pobreza e exclusão social na infância, tendo em vista a sua erradicação, através de uma abordagem científica transdisciplinar, articulando os setores público e privado, contribuindo para políticas públicas de defesa dos direitos das crianças e que assegurem o seu desenvolvimento e bem-estar (www. prochildcolab.pt).

Abordar a complexidade multidimensional da pobreza e da exclusão social na infância requer uma colaboração efetiva, tal como plasmada no ODS 17 ?Parcerias para os Objetivos?. Nesta linha, o ProChild CoLAB integra atualmente 17 associados: Universidade do Minho (entidade promotora), Universidade do Porto, Universidade de Aveiro, Universidade de Coimbra, Universidade Católica Portuguesa, Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, Centro de Computação Gráfica, Câmara Municipal de Guimarães, Câmara Municipal de Cascais, Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Grupo DST, Empresa Irmãos Rodrigues, F3M- Information Systems, Fundação Belmiro de Azevedo e Fundação Vasco Vieira de Almeida. Sediado em Guimarães, o ProChild CoLAB integra hoje uma equipa multidisciplinar de 30 colaboradores altamente empenhados e qualificados, cerca de metade com doutoramento.

Ao longo destes anos, o ProChild tem colaborado com cerca de 150 entidades parceiras, numa aliança estreita entre a equipa ProChild, investigadores da academia e profissionais de várias entidades que operam na área da infância. No seio desta rede colaborativa são desenvolvidos, implementados e avaliados projetos transdisciplinares de I&D&I, concebidos como alicerces e alavancas para a mudança social, assentes na articulação estreita entre intervenção social e desenvolvimento tecnológico. Deste modo, vão sendo desenvolvidos e avaliados modelos de intervenção, de formação e supervisão de profissionais, vão sendo criados produtos inovadores validados cientificamente e vai sendo promovida a transferência e disseminação do conhecimento sobre a infância em Portugal. Esta cadeia de produção de conhecimento científico e de práticas efetivas e eficazes procura, desse modo, contribuir para a formulação de políticas públicas, orientadas para o combate a?pobreza e exclusão social na infância.

De sublinhar, também, que o Plano de Ação do ProChild CoLAB está fundamentado na Agenda 2030 das Nações Unidas e nos objetivos do desenvolvimento sustentável, no respeito e na defesa intransigente dos princípios da Convenção sobre os Direitos da Criança. Através de uma abordagem científica multinível e multidimensional, o plano de ação do ProChild CoLAB está alinhado com as recomendações internacionais, nomeadamente com a estratégia da União Europeia para os Direitos da Criança e a Garantia Europeia para a Infância, que colocam as crianças no centro das políticas públicas, em linha com as Recomendações a Portugal do Comité dos Direitos da Criança das Nações Unidas. No plano nacional de salientar, também, a convergência com a Estratégia Nacional para os Direitos da Criança, com a Estratégia Nacional de Combate à Pobreza e com o Plano de Ação da Garantia Para a Infância.

Em termos de estrutura organizacional, o ProChild CoLAB integra seis Unidades de Investigação, Desenvolvimento e Inovação (I&D&I), cada uma das quais com projetos específicos:

(1) Saúde e Bem-estar, tendo como principal objetivo o desenvolvimento e implementação de projetos de investigação-ação para promoção da saúde física e mental de crianças e respetivas famílias;

(2) Desenvolvimento e Educação, que visa promover a melhoria da oferta educativa para crianças dos 0-3 anos, assim como valorizar a educação não formal;

(3) Participação Social, Cidadania e Igualdade de Género, visando construir práticas sociais integradas, promover a participação social das crianças e o seu bem-estar, e instigar uma cultura comunitária promotora dos direitos da criança;

(4) Proteção contra a Violência, Exploração, Abuso e Negligência, pretende promover a melhoria da qualidade do sistema de promoção e proteção da criança, através da (re)qualificação e capacitação de instituições, serviços e respostas.

(5) Biologia e Desenvolvimento, procura analisar os mecanismos neurobiológicos e epigenéticos envolvidos nos efeitos de experiências adversas e de experiências positivas nos primeiros anos de vida;

(6) Tecnologia Digital, visa criar ferramentas e dispositivos digitais específicos em resposta às necessidades dos projetos de intervenção social do ProChild CoLAB, assim como desenvolver a Plataforma Digital ProChild de recolha, processamento, integração, interoperabilidade e visualização de dados.

Para além destas seis Unidades, o ProChild CoLAB conta ainda com duas Unidades de Transferência do Conhecimento: (i) a Academia ProChild, que constitui o centro de formação em estreita ligação com os projetos de intervenção desenvolvidos no seio das Unidades de I&D&I e (ii) o Observatório ProChild Data.

Tendo como pano de fundo esta estrutura organizacional, será relevante sublinhar a ligação estabelecida desde o início entre intervenção no terreno social & desenvolvimento tecnológico. Desde a sua conceção, o ProChild apostou na interface da intervenção social e do desenvolvimento tecnológico, assegurando uma aliança estratégica para a concretização da sua missão e objetivos, com o apoio do Centro de Computação Gráfica – CCG. Esta aliança entre intervenção social e desenvolvimento tecnológico constitui um fator diferenciador de atuação do ProChild e é promotor da criação de valor económico e social, decorrente do desenvolvimento de produtos, serviços e soluções digitais para a área social, customizados e de base científica, para além de promover a transformação digital nesta área em Portugal.

Neste âmbito, tem vindo a ser criada a Plataforma Digital ProChild, assente num repositório big data, capaz de recolher, integrar, processar e armazenar dados de diferentes fontes de informação sobre a infância em Portugal, apoiado num modelo de interoperabilidade de dados e de uma ferramenta de visualização e análise de dados. Estes projetos convergem no Observatório ProChild Data, uma estrutura de transferência de conhecimento que pretende contribuir para o desenho de políticas públicas no domínio da infância, para a disseminação do conhecimento sobre a infância e para o desenvolvimento de modelos de intervenção mais eficientes e integrados com crianças e as suas famílias.

De destacar, ainda, que o ProChild CoLAB é parceiro do Consórcio Health From Portugal, que congrega 94 entidades entre empresas e ENESIS e é financiado pelas Agendas Mobilizadoras do PRR. No âmbito deste Consórcio, o ProChild CoLAB está envolvido no PPS4: interpretação, integração e partilha de dados, designadamente para a criação do Framework para o desenvolvimento de dashboards em saúde ? associado ao desenvolvimento da Ferramenta de visualização e análise de dados da Plataforma ProChild ?, do Servidor de terminologias e ontologias e dos Conectores para ligação a data lakes- associados ao Modelo de interoperabilidade de dados da Plataforma ProChild.

Criado no final de 2018, quais foram os objetivos da criação deste Laboratório Colaborativo?

Todos os Laboratórios colaborativos têm como objetivo criar, direta e indiretamente, emprego altamente qualificado e emprego científico em Portugal, através da implementação de agendas de investigação e de inovação orientadas para a criação de valor económico e social.

O ProChild CoLAB tem como objetivo central contribuir para uma mudança social efetiva no país, procurando combater a pobreza na infância tendo em vista a sua erradicação. Nesse sentido, defendemos que é fundamental colocar as necessidades das crianças no centro da investigação, da inovação e da ação política, através da colaboração estreita entre entidades públicas e privadas, vinculando académicos e profissionais no terreno, em torno de modelos e programas de intervenção com base na evidência científica e suportados pela tecnologia, tendo em vista o desenvolvimento e o bem-estar das crianças e a promoção dos seus direitos.

A investigação e intervenção para prevenir e erradicar a pobreza e a exclusão social na infância exigem uma abordagem holística, integrada e multinível. Neste sentido, a agenda do ProChild CoLAB coloca a criança no centro e desdobra-se em múltiplos projetos e programas, desenvolvidos em torno das suas Unidades de I&D&I, com indicadores e métricas de impacto definidas, que visam a efetiva criação de valor. Todos estes projetos visam gerar, aplicar e difundir conhecimento científico numa abordagem multinível e multidimensional, que visa estimular novas formas de interação e uma relação não linear entre as atividades de I&D&I e o tecido económico e social.

Através da aliança entre investigação/ intervenção social & inovação tecnológica apoiada numa abordagem colaborativa transdisciplinar, o ProChild tem como objetivos:

(i) Conceber e desenvolver projetos de investigação científica transdisciplinar e de inovação tecnológica na área da pobreza e exclusão social na infância;

(ii) Implementar, avaliar e validar programas e modelos de intervenção baseados em evidência científica, que visem quebrar ciclos de pobreza e promover o desenvolvimento, o bem-estar e os direitos das crianças;

(iii) Capacitar profissionais e equipas na área da infância através de ações de formação e supervisão com base em evidência científica;

(iv) Criar produtos, serviços e soluções inovadoras centradas no desenvolvimento, bem-estar e direitos das crianças, validadas cientificamente, na interface da intervenção social e transformação digital;

(v) Promover agendas de ESG – Environment Social Governance – na área da infância:

(vi) Disseminar o conhecimento sobre a infância em Portugal.

(vii) Contribuir para a formulação de políticas públicas e para a ação política orientadas para o combate à pobreza e exclusão social, baseadas no conhecimento científico.

De que forma o ProChildCoLAB tem gerado valor económico e social?

A criação efetiva de valor social, tecnológico, económico e político na área dos direitos das crianças e na promoção do seu bem-estar decorre pela implementação da agenda de I&D&I do ProChild CoLAB, e que se concretiza em 35 projetos de investigação científica transdisciplinar ativos assentes em múltiplas parcerias. Ao longo destes anos, o ProChild tem vindo a colaborar com mais de 150 entidades parceiras, incluindo instituições académicas (29), centros de I&D+i (24), organizações sociais, educativas e saúde (68), municípios (3) e empresas (30), envolvendo cerca de 20 000 crianças e famílias beneficiárias, 2300 profissionais e 340 entidades beneficiárias.

No âmbito dos 35 projetos ativos, a título de exemplo e muito sumariamente, poderia referir quatro projetos em curso.

Começando pela área da promoção e proteção e olhando para a realidade portuguesa retratada no relatório CASA, vemos que em 2022 havia 6347 crianças e jovens com medida de colocação, dos quais 14% (876) entre 0 e 5 anos. De sublinhar que das 6347 crianças e jovens, 84.9% estavam em casas de acolhimento e apenas 7.9% em famílias de acolhimento. Estes números mostram bem como o direito da criança a uma família está a ser violado e a necessidade urgente de respostas qualificadas centradas nas famílias. Neste sentido, desde o início, o ProChild tem estado envolvido ativamente no desenvolvimento, implementação e avaliação do Modelo Integrado de Acolhimento Familiar (MIAF), em coautoria com a SCML. Procurando contribuir para um acolhimento familiar de qualidade, centrado na criança, suportado na evidência científica, o MIAF integra os protagonistas principais – a criança, a sua família de origem, a família de acolhimento e, quando necessário, a família adotiva ? e procura assegurar 2 pilares fundamentais: (i)articulação intra e intersectorial nas áreas da saúde, educação, apoio social e promoção e proteção, e (ii) monitorização e avaliação do processo e dos resultados. Nesta linha, está em curso a validação científica da implementação do MIAF, levado a cabo em diferentes Instituições de Enquadramento de acolhimento familiar ao nível nacional, através da avaliação do processo e dos resultados no âmbito do projeto All4Children, financiado pela FCT (2022.03592.PTDC) tendo como PI a Doutora Joana Baptista do ISCTE.

Outro projeto do ProChild está focado na educação dos 0-3 anos, designado Desenvolvimento e Educação em Creche (DEC) e financiado pela Fundação Belmiro de Azevedo. O DEC tem como objetivo conceber, implementar e validar um modelo de desenvolvimento profissional, baseado na evidência científica, de forma a promover o desenvolvimento e bem-estar de crianças entre os 0 e 3 anos, atuando diretamente junto da creche e dos seus profissionais, no sentido de aumentar a qualidade das práticas pedagógicas.

Este modelo de avaliação, intervenção e formação em creche integra as recomendações nacionais e internacionais sobre práticas de elevada qualidade e estratégias de promoção do desenvolvimento da criança, está a ser implementado em oito creches das regiões do Porto, Guimarães, Aveiro e Lisboa, e está a ser avaliado por uma equipa externa da FPCE-UP.

Na área da promoção da saúde mental está em curso o projeto designado Co- Action Against Adversity, que visa promover o bem-estar e a resiliência das crianças entre os 3 e os 10 anos da rede pública escolar da Câmara Municipal de Guimarães, através de um rastreio online universal, avaliação e intervenção psicológica para as que apresentem problemas de saúde mental. Este projeto, que conta com o envolvimento ativo da APsi e de docentes da EPsi, para além de outros membros da academia e entidades não académicas, arrancou em plena pandemia e tem vindo a decorrer regulamente ao longo dos anos, estando já na sua 4.ª Edição. Tendo em conta os resultados positivos, a Fundação Gulbenkian está agora a financiar um novo projeto, que integra também a comunidade do município de Cascais e, neste caso, com um foco particular, nas crianças entre os 4 e os 6 anos.

Um quarto projeto ilustrativo está focado nas políticas públicas em torno do nosso maior desafio: o combate à pobreza tendo em vista a sua erradicação. Com este desígnio o ProChild lançou uma petição pública para O Pacto para a Infância (https://peticaopublica.com/?pi=pacto-para-infancia) e que esperamos que venha a ser alvo da maior atenção nesta legislatura da Assembleia da República.

O Pacto para a Infância procura criar consenso ao nível nacional em torno de 4 pilares de ação política e social.

O 1.º pilar visa a promoção da inclusão social e da luta contra a pobreza. Entre outras ações elencadas no Pacto, destacaria o apoio decisivo a?primeira infância através de respostas articuladas e qualificadas dos vários serviços envolvidos. Se o alargamento da cobertura das creches é chave, é urgente investir na qualificação dos seus profissionais, garantindo que a creche se constitua, efetivamente, como um contexto educativo promotor do desenvolvimento infantil. É nesta linha que o ProChild CoLAB, em colaboração com a Fundação Belmiro de Azevedo, criou um modelo de desenvolvimento em creche, designado DEC, que, como referi, visa o desenvolvimento profissional em contexto de creche e que está a ser implementado e alvo de avaliação em várias creches no norte, no centro e no sul do país.

O 2.º pilar visa a prevenção e proteção contra todas as formas de discriminação e violência contra a criança, nomeadamente pela qualificação dos profissionais e articulação dos serviços. E aqui destacaria, entre outras, a necessidade de investimento na qualificação do acolhimento familiar. Como referi, o ProChild CoLAB com a SCML, têm procurando contribuir para um Acolhimento Familiar de qualidade, através do Modelo Integrado de Acolhimento Familiar – MIAF.

O 3.º pilar visa assegurar a participação da criança em decisões e processos de relevância para a promoção dos seus direitos, nomeadamente nos contextos escolares e institucionais, nas cidades e nas comunidades. O ProChild tem em curso vários projetos que procuram contribuir para uma cultura comunitária promotora dos direitos da criança e da participação social, cidadania e igualdade, através de uma intervenção integrada nas áreas social, educacional, planeamento urbano, proteção e saúde, focada nas crianças e adultos em comunidades socialmente desfavorecidas.

O 4.º pilar, em articulação estreita com os restantes, proclama a necessidade de coordenação das políticas da infância nos vários níveis de governação – local, regional e nacional ? o que implica a sua colocação na agenda política ao mais alto nível governamental. A proteção, desenvolvimento e bem-estar das crianças não pode ser a ação exclusiva de um ministério do Estado, mas é um desígnio que envolve e atravessa todas as áreas de governação política: educação, saúde, habitação, ambiente, segurança social, justiça, economia e finanças. Esta transversalidade exige processos de coordenação intergovernamental e uma forte articulação e concertação com o envolvimento ativo dos órgãos de poder regional e local numa perspetiva de descentralização.

Neste âmbito e tendo como objetivos garantir uma reflexão frutífera, promover a mobilização e participação ativa e gerar compromissos ao nível nacional para a concretização da visão do Pacto para a Infância, o ProChild tem levado a cabo várias iniciativas.

Com o apoio do Conselho Superior do ProChild, em torno do Pacto para a Infância, a nossa equipa começou por organizar grupos focais com crianc?as e grupos de discussa?o com académicos e profissionais de referência na área, com agentes do poder local e entidades com responsabilidade em mate?ria de infa?ncia e juventude. Os grupos focais sobre cada um dos pilares foram desenvolvidos em Guimara?es, com crianc?as dos 3.º e 4.º anos de escolaridade da EB 1 de Gondar, da EB1 de Selho de Sa?o Cristo?va?o, e da Porta 7, com apoio dos seus professores. Nestes grupos focais, as crianc?as tiveram a palavra, exprimiram o seu pensamento e experiência sobre o que representa o Pacto para a Infa?ncia e o significado e importa?ncia que atribuem a cada um dos diferentes pilares. Destes grupos, resultou um vi?deo denominado ?O Pacto trocado por miu?dos?, que está a ser difundido no nosso website e integrado em projetos com crianças em contextos escolares e comunitários.

Procurando dar continuidade e ampliar a discussão pública em torno do Pacto para a Infância, foi realizado o 1.º Encontro Internacional do ProChild CoLAB, em novembro do ano passado, que contou com os contributos de um conjunto de reputados especialistas nacionais e internacionais na área. Foi um evento singular ao reunir mais de 200 participantes, incluindo investigadores, profissionais, representantes de entidades públicas e privadas, bem como decisores políticos, num debate participativo e enriquecedor. Assumindo as crianças como uma prioridade nacional, este evento pretendeu gerar compromissos para a adoção de medidas ativas de políticas públicas e ac?o?es concretas orientadas para a concretização da visão plasmada na petição pública do Pacto para a Infância.

Todas estas iniciativas em torno do Pacto Para a Infância têm vindo a criar sinergias, que terão continuidade em ações futuras a serem desenvolvidas pelo ProChild e os seus parceiros.

De que forma tem contribuído para a prossecução da missão da UMinho em geral?

A missão e plano de ação do ProChild CoLAB estão em estreito alinhamento com a missão da UMinho e, por isso, são múltiplas as sinergias entre as duas instituições. Para além de estar representada na Assembleia Geral e na Direção do ProChild CoLAB, a UMinho, através dos seus docentes e investigadores, participa na supervisão e coordenação científica dos vários projetos em curso nas nossas unidades de I&D&I, na Academia ProChild e no Observatório ProChild Data.

Ao longo destes anos, docentes e investigadores da UMinho têm colaborado ativamente na criação e desenvolvimento de projetos com a equipa do ProChild, sendo de destacar a participação inicial dos centros de investigação- CiPsi, CIED, JusGov, NIPE e lab2pt ? no lançamento do ProChild.

No âmbito da colaboração com a UMinho (e com outras entidades académicas), o ProChild CoLAB constitui um hub de formação, acolhendo estágios curriculares e profissionais, bolseiros de investigação e estudantes de mestrado e doutoramento, os quais são coorientados por docentes/ investigadores da UMinho e pelos nossos investigadores, proporcionado desse modo um contexto único de formação e aprendizagem in-loco.

Adicionalmente, esta estreita colaboração entre o ProChild CoLAB & UMinho reverte-se na conceção de projetos de I&D&I para candidaturas a financiamento competitivo nacional e internacional, em publicações e comunicações em coautoria e na organização conjunta de eventos científicos.

Em suma, a ação do ProChild CoLAB reforça e complementa os contributos (outputs) dos centros de investigação da UMinho. Além disso, no contexto das parcerias estabelecidas pelo ProChild com outras instituições académicas e não académicas, há uma oportunidade para os centros alargarem as suas redes, criarem novas sinergias para o desenvolvimento e implementação de projetos com impacto efetivo na sociedade, estimulando a criação de emprego altamente qualificado e de emprego científico e a criação de valor económico e social, em particular na área da pobreza e exclusão social na infância.

O ProChildCoLAB recebeu, no final de 2023, o Prémio Direitos Humanos 2023, entregue na Assembleia da República. Como viu este reconhecimento?

O Prémio Direitos Humanos 2023 atribuído ex-aequo ao ProChild CoLAB e à P.A.J.E. ? Plataforma de Apoio a Jovens ex-Acolhidos, enche-nos de orgulho e alegria e conduz à reafirmação da nossa responsabilidade e do nosso compromisso na realização plena da missão e objetivos do Laboratório Colaborativo ProChild.

Como já referi, o plano de ação do ProChild CoLAB tem como desígnio o cumprimento efetivo da Convenção sobre os Direitos da Criança. A pobreza e a exclusão social constituem violações dos direitos das crianças, que têm de ser denunciadas, mas também combatidas através de ações efetivas e eficazes. Pretendemos que o ProChild CoLAB se constitua como instituição de referência nacional para o desenvolvimento de soluções integradas e eficazes para quebrar o ciclo da pobreza e promover os direitos e o bem-estar das crianças. Nesse sentido, e tendo como foco privilegiado os primeiros anos da vida fundamentado na evidência científica de que ?Um bom início na vida garantirá um futuro sustentável para todos e todas?, o plano de ação do ProChild CoLAB concretiza-se em torno de um conjunto de projetos, elaborados e avaliados cientificamente, que visam quebrar o ciclo intergeracional de pobreza e desigualdade, e prevenir as consequências negativas de crescer em contextos de elevado risco e adversidade biopsicossocial.

O Prémio Direitos Humanos 2023 vem valorizar o trabalho realizado em conjunto, pela equipa do ProChild, membros da academia e de instituições não académicas, na concretização da missão e dos objetivos do nosso Laboratório Colaborativo, ao longo destes cinco anos. É um incentivo poderoso para continuarmos a trabalhar com determinação no combate à pobreza e exclusão social na infância.

Ao fazer cinco anos, como avalia o percurso deste laboratório até ao momento e quais são os planos para os próximos anos?

Encarando o futuro com esperança e determinação, estamos conscientes dos múltiplos desafios que temos pela frente e que se inscrevem num cenário de profunda incerteza e de emergências sociais, económicas e políticas. Neste contexto tão complexo, temos de ser ainda mais ousados(as), inquietos(as) e empreendedores(as). Alicerçados nos recursos e competências que construímos em conjunto, permanecendo otimistas e com foco no nosso objetivo estratégico ?Crescer de forma sustentável?, e orientados pelos nossos valores, definimos as seguintes prioridades para os próximos anos:

  • Aumentar a receita proveniente de fontes de financiamento próprio e competitivo, que está dependente de vários fatores, designadamente, da nossa capacidade de reforçar parcerias já existentes e procurar ativamente novos parceiros e clientes estratégicos; da nossa agilidade na apresentação de propostas e desenvolvimento de projetos e respostas inovadoras de elevado valor acrescentado; da medição e avaliação do impacto dos nossos projetos; da capacidade de mantermos uma equipa altamente qualificada com currículos competitivos; e da aptidão para continuarmos a fomentar uma cooperação eficaz e eficiente capaz de aliar a excelência científica à consciência e responsabilidade sociais.
  • Contribuir para a formulação de políticas públicas e outras ações baseadas no conhecimento científico, orientadas para o combate à pobreza e exclusão social na infância, pelo reforço das relações e colaborações com entidades com responsabilidade ao mais alto nível em matéria de infância, assim como com o poder político central e local e com a comunicação social.

O balanço destes 5 anos de atividade evidencia uma trajetória de crescimento e de consolidação que vemos como uma prova de vitalidade e eficácia. Tudo isto só foi possível graças à colaboração extraordinária, solidariedade e generosidade de um conjunto vasto de pessoas e entidades. Assim, gostaria de deixar aqui a manifestação pública da minha profunda gratidão e reconhecimento a todos e a todas que participaram e contribuíram para a criação e desenvolvimento do ProChild, gerando estes resultados. Uma saudação especial de estima e profundo agradecimento a cada membro da nossa equipa pelo empenho, dedicação e contributos únicos para a afirmação do ProChild CoLAB como entidade de referência nacional. A minha manifestação de apreço estende-se, também, aos nossos Associados e Parceiros, membros da direção, membros do Conselho Superior e membros do Conselho de Ética, sempre disponíveis e cuja colaboração e voto de confiança são decisivos para o cumprimento da missão e objetivos do ProChild CoLAB.

Quais são, na sua opinião, os maiores desafios no combate à pobreza e exclusão social na infância e como vê as políticas relativas a esta área no nosso país?

A pobreza constitui uma problemática multidimensional de grande complexidade. No combate à pobreza há um conjunto de frentes de enorme vulnerabilidade, que interagem ampliando os seus efeitos e impedindo a existência humana com dignidade e bem-estar. Estas frentes envolvem barreiras, precariedade e dificuldades maiores no acesso, utilização e qualidade dos serviços de saúde, de educação e de ação social, das condições habitacionais, alimentares, rendimentos, entre outros aspetos. Por isso, consideramos que o combate à pobreza na infância não pode ser ação exclusiva de um serviço ou de um ministério, mas exige respostas integradas de política pública que envolvam de modo articulado todas as áreas de ação e governação política: educação, saúde, habitação, ambiente, segurança social, justiça, economia e finanças.

Neste âmbito, é imprescindível o alinhamento e articulação das políticas, com monitorização e avaliação do seu impacto, eficiência e eficácia. Para ganharmos este combate, é crucial e urgente colocar a criança no centro da agenda política. Mas esta centralidade só será efetiva e eficaz através de medidas ativas de política pública, de ações concretas que contribuam de forma decisiva para o desenvolvimento e bem-estar das crianças e as suas famílias.

Nesta linha, destacaria algumas das respostas psicossociais sobre as quais a investigação tem evidenciado serem promissoras quer para a prevenção, quer para a reparação de danos da exposição a elevada adversidade, e com impacto positivo na infância.

Programas de visita domiciliar constituem respostas de proximidade às famílias em elevado risco psicossocial e envolvem visitas regulares por profissionais altamente qualificados, que, de acordo com as necessidades da família e numa abordagem colaborativa, podem ter como objetivos, entre outros, proporcionar suporte emocional, apoio à organização da vida diária, orientação parental em várias áreas, nomeadamente através da literacia em educação, em saúde, em finanças e informação sobre os serviços comunitários.

Programas educativos de elevada qualidade que promovam efetivamente o desenvolvimento integral das crianças num ambiente relacional seguro e enriquecedor. Está aqui em causa a importância da qualidade educativa das creches e dos jardins de infância, contextos-chave de desenvolvimento particularmente relevantes para as crianças em situação de maior vulnerabilidade. Os estudos de James Heckman, prémio Nobel da Economia, demonstram de forma notável o poder transformador da educação de qualidade nos 1ºs anos de vida, que pode quebrar ciclos intergeracionais de pobreza. A pobreza não é inevitabilidade. É possível quebrar o ciclo intergeracional de pobreza e sabemos que esta é uma via impactante: quanto mais cedo o investimento em experiências educativas de qualidade, maior o retorno do investimento, não apenas ao nível da educação, mas também da saúde, da produtividade e da economia. Como defende Heckmann isto envolve 3 compromissos: Investir, Desenvolver e Sustentar para produzir ganhos: investir em recursos de qualidade promotores do desenvolvimento para crianças em risco; desenvolver as habilidades cognitivas e sócio-emocionais desde o nascimento e ao longo da infância; sustentar os ganhos no desenvolvimento inicial com uma educação eficaz até à idade adulta.

Não sendo possível sumariar os resultados de um vasto corpo de investigação que suporta estas suas asserções, sugiro visitar o site designado ?Heckman Equation?, no qual encontra toda a evidência que justifica uma aposta determinante no investimento da educação de qualidade em creche e no jardim de infância.

Em ligação estreita com a educação infantil de qualidade, a investigação tem evidenciado a importância de intervenções parentais e familiares. Há um conjunto de programas validados cientificamente, individuais ou em grupo, que procuram fortalecer competências parentais, promover a coesão familiar, contribuir para o estabelecimento de redes de suporte social e promover a inclusão social. Quando estes tipos de programas são implementados por equipas de profissionais qualificados em articulação com os programas educativos em creche e no jardim de infância e com outros serviços na comunidade, verifica-se um aumento significativo dos ganhos, do seu impacto positivo no desenvolvimento das crianças e no bem-estar das suas famílias. Esta articulação das respostas de qualidade é fundamental.

Além disso, estas respostas de natureza psicossocial e educacional devem ser complementadas e articuladas com apoios de natureza laboral e financeira em famílias em situação de pobreza. Esta ação envolve políticas e programas que apoiam os rendimentos económicos e proporcionam apoio psicossocial e educacional, permitindo desse modo reduzir a ativação crónica dos sistemas de stresse em adultos e crianças e aumentar a capacidade de o/a adulto/a para fornecer cuidados sensíveis e responsivos, que promovem o desenvolvimento saudável da criança. A investigação tem demonstrado efeitos positivos do aumento dos rendimentos familiares – através de salários e prestações sociais – no desenvolvimento das crianças, em especial no seu nível cognitivo e desempenho académico. Como evidencia um dos estudos relevantes nesta área, Money matters nas famílias em situação de pobreza. São, por isso, necessárias políticas que assegurem uma justa redistribuição de rendimentos, permitindo melhores apoios sociais e económicos, e emprego digno.

Por último, a gravidade dos danos causados por experiências de stress tóxico pode exigir intervenções especializadas, nomeadamente de natureza psicoterapêutica. Para crianças, jovens e pais que manifestam psicopatologia grave, será necessário o recurso a respostas especializadas, de natureza psicoterapêutica dirigidas aos efeitos do trauma, com base na evidência científica.

Em síntese, hoje é claro que, para garantir uma maior eficácia e eficiência das respostas à complexidade da problemática de natureza biopsicossocial da pobreza, é necessário assegurar uma abordagem transdisciplinar, de natureza colaborativa e intersetorial, que articule as várias respostas na comunidade envolvendo serviços de saúde, de educação, de promoção e proteção e de ação social. Se é imprescindível a elevada qualificação dos profissionais, a sua integração em equipas competentes com supervisão adequada, bem como a articulação dos vários serviços para garantir a eficácia e eficiência das respostas, é chave a implementação de políticas públicas que, informadas pelo conhecimento científico, sejam capazes de responder às causas subjacentes a muitas das experiências adversas na infância, como a pobreza, a exclusão social, as desigualdades. Também aqui é fundamental a articulação das políticas, ao nível local, regional e central, que coloquem a criança no centro e que contribuam de forma decisiva para o seu desenvolvimento e bem-estar e das suas famílias, garantindo desse modo o respeito absoluto pelos seus direitos e contribuindo para uma infância feliz numa sociedade mais coesa e harmoniosa.

Venceu em 2023, o Prémio Ibérico de Psicologia, entregue pela Ordem dos Psicólogos Portugueses e pelo Conselho Geral de Psicologia de Espanha, e em 2024 venceu o Prémio de Mérito Científico pela UMinho. O que significaram estes prémios?

A minha carreira ao longo de mais de 40 anos, e que estes prémios reconhecem, só foi possível graças ao privilégio de ter encontrado e trabalhado com pessoas verdadeiramente únicas que me inspiraram: estudantes e colegas na academia, pacientes na minha atividade clínica, crianças e famílias em situação de vulnerabilidade psicossocial, que participaram nos nossos projetos de investigação, e que contribuíram para o meu sentido de responsabilidade social e compromisso no combate à pobreza e exclusão social, na defesa intransigente dos direitos humanos. Estas pessoas foram pilares fundamentais da minha aprendizagem e do meu desenvolvimento pessoal e profissional. O meu sentido de reconhecimento e de profunda gratidão estende-se à minha família, pelo enorme apoio e incentivo que sempre me deu, proporcionando-me, sempre, as melhores condições para poder investir na carreira profissional. A minha família foi e continua a ser decisiva no que eu sou e no que eu tenho vindo a realizar ao longo da minha carreira.

Estes prémios levam-me, naturalmente, a rever todo o caminho percorrido ao longo destes 40 anos. E, de facto, considero que tive oportunidades muito relevantes para o meu desenvolvimento pessoal e carreira profissional.

Em 1980, integrei o primeiro contingente de licenciados, formado nas recém-criadas Faculdades de Psicologia (Porto, Coimbra e Lisboa), tendo tido a oportunidade de começar a desbravar o território emergente da Psicologia em Portugal. Tive o privilégio de participar no início de quase tudo nesta área, no lançamento de múltiplos projetos de intervenção psicológica em contextos de saúde, de educação e em centros comunitários, em estreita articulação com o início da minha carreira académica como assistente na Faculdade de Psicologia da Universidade do Porto. Esta transversalidade de experiências e de saberes, esta ligação estreita entre ciência e profissão formatou a minha identidade como docente-investigadora-psicóloga.

Ao nível da investigação, tive o privilégio de ter tido o apoio científico de Klaus Grossmann e Karin Grossmann da Universidade de Regensburg, Alemanha na realização da minha tese de doutoramento. Com o seu apoio, entrei na comunidade académica internacional da investigação no domínio da vinculação, o que marcou para sempre o meu domínio de pesquisa. Além disso, com ambos aprendi um modelo de trabalho em equipa verdadeiramente colaborativo, o qual veio a constituir verdadeiramente a minha matriz de trabalho, para sempre.

É muito gratificante manter relações de trabalho ao longo de mais de 30 anos, atravessando gerações. É emocionante acompanhar de perto o crescimento profissional de antigos/antigas estudantes de doutoramento, com carreiras promissoras, ter o privilégio de aprender com eles/elas, partilhar novos projetos onde vão sendo formados novos/novas estudantes. A minha carreira sempre assentou numa rede colaborativa, com colegas e estudantes (inter)nacionais da Psicologia e de área afins, o que permite novas sinergias e um sentido de complementaridade nos nossos projetos tecidos em conjunto.

Como referi, em 1993, após o meu doutoramento na Universidade do Porto, vim para a Universidade do Minho, tendo sido um tempo de grande crescimento profissional e pessoal ao participar nas fundações e desenvolvimento de um projeto de formação muito inovador, que se foi consolidando e ampliando ao longo dos anos. Ao longo dos anos, fui tendo a oportunidade de participar em vários órgãos de gestão a diferentes níveis, desde comissões e conselhos de cursos, direção de departamento, presidência da escola, senado académico e conselho geral, que me proporcionam um conhecimento maior e uma visão mais aprofundada da nossa instituição e do ensino superior em Portugal. Nesta linha, destaco, também, a minha experiência na Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior ? A3ES, com a qual tenho colaborado desde 2010 no painel de Psicologia. Tem sido um privilégio trabalhar neste painel procurando contribuir para garantir a qualidade das IES, em particular, na área da Psicologia.

Enquanto presidente da Escola de Psicologia, entre 2013 e 2016, tive a oportunidade de colaborar no lançamento da Associação de Psicologia da Universidade do Minho – APsi, uma estrutura inovadora de prestação de serviços à comunidade que se foi erguendo, constituindo hoje uma plataforma muito relevante para a formação académica e profissional em Psicologia, bem suportada na evidência científica e na interação com várias entidades numa ampla comunidade. Revendo estes 30 anos, nesta casa que sempre me acolheu muito bem e na qual me sinto muito feliz, tem sido um tempo extraordinário.

Em 2017, com um grupo de colegas da UMinho e de outras universidades e instituições não académicas, começámos a trabalhar numa candidatura a Laboratório Colaborativo, designado ProChild. Foram quase 2 anos de trabalho árduo, muito desafiante no sentido de construir uma rede colaborativa com diversas entidades, académicas e não académicas, em torno de uma candidatura que visava o combate à pobreza e exclusão social na infância. No final de 2018 vimos esse esforço reconhecido pela FCT: o ProChild foi avaliado por um painel internacional com a classificação máxima e recebeu o título de Laboratório Colaborativo. O trabalho desenvolvido ao longo destes 5 anos tem sido muito exigente, mas muito gratificante. Uma experiência única de aprendizagem profissional e pessoal e absolutamente inesquecível. A atribuição do Prémio Direitos Humanos 2023 pela Assembleia da República vem reconhecer a qualidade do trabalho e a dedicação à realização da missão e objetivos do ProChild de um grupo de pessoas extraordinárias – a nossa equipa ProChild, os nossos associados e os nossos parceiros ? em prol do desenvolvimento e bem-estar das crianças e da defesa e promoção dos seus direitos.

Texto: Ana Marques

Foto: Nuno Gonçalves

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O CANTINHO DA PSICOLOGIA ? POR JOANA MOURÃO

Joana Mourao
  • Joana Mourao

CANTINHO DA PSICOLOGIA ... POR JOANA MOURÃO

Após a Pandemia a psicologia ganhou visibilidade. Mas afinal o que é isto da psicologia e o que envolve? A verdade é que as pessoas associam a psicologia a uma sala com duas cadeiras, sofás ou divã onde está um psicólogo para atender uma pessoa que irá falar sobre a sua vida.

Porém, a Psicologia é bem mais variada que essa modalidade de intervenção.

A 6 de janeiro de 2023, foi publicado em Diário da República, o regulamento que define os atos psicológicos. De acordo com o artigo 6.º deste regulamento, os atos psicológicos são todos aqueles que envolvem a aplicação da ciência psicológica em qualquer área ou desafio que envolva o comportamento e os processos mentais.

A Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP), criada em 2008, constitui-se como a associação pública profissional que representa os profissionais em psicologia. São mais de 24 mil os profissionais registados. Esta entidade regula o exercício e o acesso à profissão de psicólogo e elabora as normas éticas e deontológicas. Procura também promover o papel do Psicólogo na sociedade e, ao mesmo tempo, proteger os potenciais clientes e destinatários que usufruam de serviços de Psicologia.

De forma a reconhecer a formação e qualificação numa determinada área da Psicologia, a OPP certifica as especialidades em três áreas. São elas: a Psicologia Clínica e da Saúde, a Psicologia da Educação e a Psicologia do Trabalho, Social e das Organizações.

Como o nome indica, é na primeira destas especialidades que as pessoas visualizam quando pensam num Psicólogo. Ela envolve o conhecimento e competência científica na aplicação de conceitos, metodologias e técnicas na área clínica e da saúde em tarefas de diagnóstico, avaliação, conceptualização, intervenção (planeamento, monitorização e avaliação) e investigação. E na intervenção esta pode ser feita individualmente ou em grupo. A intervenção em grupo permite ouvir em primeira mão o relato de outras pessoas que passam por questões semelhantes. A intervenção pode ter um cariz remediativo, quando o problema já aconteceu, ou preventivo, de forma a desenvolver competências para promover a saúde e o bem-estar.

Na especialidade de Psicologia da Educação inserem-se os psicólogos com o conhecimento e competência científica na aplicação de conceitos, metodologias e técnicas agora na área da educação em tarefas tais como conceção, implementação e avaliação de intervenções psicoeducativas, orientação vocacional, inclusão e necessidades educativas especiais.

Na última das especialidades, o conhecimento e competência científica nessa área em tarefas desta vez associadas a recrutamento, seleção e acolhimento, desenvolvimento de competências, desenvolvimento organizacional e reestruturação, desenvolvimento de carreira, gestão de desempenho, reconhecimento e gestão da compensação e intervenção social e comunitária.

Espero assim contribuir para uma visão mais alargada da Psicologia e das suas potencialidades.

Joana Mourão
Psicóloga nos Serviços de Acção Social da Universidade do Minho
Doutorada em Psicologia Clínica

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Dádivas de Sangue na UMinho obtiveram 325 Dadores Inscritos!

Dadiva de Sangue
  • Dadiva de Sangue

Dádivas de Sangue na UMinho obtiveram 325 Dadores Inscritos!

A Universidade do Minho (UMinho) foi palco, mais uma vez, da Campanha de Dádivas de Sangue e Recolha de Sangue para Análise de Medula, que decorreu nos passados dias 15, 16 e 17 de abril, nos campi de Azurém e Gualtar. As duas colheitas conseguiram um total de 325 Dadores Inscritos e seis Recolhas para Análise de Medula

Promovida pela Associação Académica da Universidade do Minho (AAUMinho) com o apoio dos Serviços de Ação Social (SASUM), em cooperação com o Instituto Português do Sangue e Transplantação (IPST) e o Centro de Histocompatibilidade da Região Norte, a Campanha de solidariedade gerou uma ?onda? solidária que se fez notar ao longo dos três dias, resultando em 40 Dadores Inscritos em Guimarães e 285 em Braga.

O bom tempo ajudou ao sucesso da iniciativa e foram muitos os que não faltaram à ?chamada?. Desde os que vieram pela primeira vez, aos que já fazem da dádiva de sangue uma ?rotina?, as centenas de dadores que acorreram aos espaços de recolha vinham com um propósito bem definido, ?ajudar a salvar muitas vidas?.

Foi o caso da Patrícia Ferreira, aluna do 2.º ano de Economia da UMinho que estava na fila para fazer a sua dádiva. ?Já doei uma vez e correu bem, por isso decidi voltar, é sempre gratificante?, disse. Revelando que ?sempre o quis fazer?, quando veio para a Universidade aproveitou a facilidade e proximidade para fazer parte desta corrente do bem. ?Temos de ajudar o próximo, não só pelo gesto de solidariedade em si só, mas porque no futuro também podemos precisar. Dando como exemplo o facto de a mãe já ter precisado de transfusão de sangue, ?sinto que é um dever como cidadã doar sangue?, afirmou.

Mafalda Azevedo, Diretora para a Sociedade do Departamento Social da AAUMinho, a meio do segundo dia, dava-nos um feedback bastante positivo da campanha solidária. ?Acho que está a correr bem. Está a corresponder às nossas expectativas, espero que os números continuem a crescer para podermos ajudar ainda mais vidas e sermos, de facto, heróis de capa negra?, afirmou.

Sobre como conseguiram chegar à comunidade académica, a Diretora para a Sociedade, explicou que a divulgação da Campanha seguiu os mesmos moldes das anteriores, tendo sido feita através das redes sociais, cartazes distribuídos pela Universidade, divulgação presencial pelos campi com colaboradores que vão abordando os estudantes, apelando à dádiva e tirando dúvidas, além disso, foram colocadas lonas gigantes nos dois campi, em locais estratégicos, a sensibilizar para a dádiva, ?de forma a cativar o máximo possível de estudantes?, referiu.

Segundo Mafalda Azevedo, o objetivo principal foi ?ajudar a fazer a diferença?, uma bandeira há muito erguida pela UMinho, que é palco das Dádivas de Sangue e Recolha de Sangue para Análise de Medula desde 1999, e não mais pararam. Uma missão social que visa ajudar na criação de hábitos de doação, na manutenção desses hábitos e criação de doadores para o futuro, contribuindo assim para o aumento das reservas de sangue no nosso país.

Das quase três centenas e meia que ?estenderam? o braço nestas primeiras colheitas de 2024, Ana Luísa Monteiro, do 1.º ano de Bioquímica, já estava de saída após ter feito a sua dádiva. Esta foi a sua 2.ª vez, iniciou-se como dadora também aqui na UMinho e decidiu voltar para poder, mais uma vez, ?ajudar os outros, ajudar quem mais precisa, neste acaso quem mais precisa de sangue?, disse. Sublinhando que, sendo uma pessoa saudável, ?achei que seria bom contribuir?, afinal ?é um gesto que não nos custa nada e que pode significar muito para os que estão a precisar?, disse

Durante o ano letivo, as entidades promotoras da Campanha levam a cabo quatro colheitas como esta, por norma, duas no início do ano letivo e duas no início do segundo semestre, em Gualtar e Azurém.

Texto: Ana Marques

Foto: Nuno Gonçalves

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PERCURSOS?

Patricia
  • Patricia

PERCURSOS?

Patrícia Pinto nasceu em França, mas vive em Braga há 36 anos. Com 54 anos, é casada e mãe de três filhos. Desempenha funções nos Serviços de Acção Social (SASUM) há 24 anos, onde integra o Departamento de Apoio ao Administrador (DAA), uma equipa com cerca de 23 trabalhadores.

Nesta entrevista, a trabalhadora, adstrita ao Divisão de Recursos Humanos (DRH), fala-nos do seu percurso de vida e experiência profissional, conta como é vivido o dia a dia, assumindo gostar muito do que faz.

Como chegou aos SASUM?

Entrei nos SASUM em 2000, tendo como administrador o Dr. Armando Osório, com um contrato a termo de 5 meses para substituição de uma trabalhadora em licença parental, no Setor das Propinas. A responsável do Setor de Recursos Humanos, Ana Maria Alves, antes de terminar o meu contrato, desafiou-me a vir trabalhar para o Setor e cá fiquei, com um contrato sem termo. 

Qual a sua situação académica e profissional?

Sou licenciada em Relações Internacionais, atualmente sou Técnica Superior nos SASUM. 

Há quantos anos está nos Serviços e quais são, atualmente, as suas funções?

Estou na atual Divisão de Recursos Humanos há 24 anos, como responsável pelos vencimentos e recrutamentos. 

Gosta do que faz?

Apesar da minha formação académica não estar ligada aos Recursos Humanos, gosto muito das funções que desempenho. É uma área que tem estado sempre em constante evolução e me desafia a encontrar o equilíbrio entre a defesa do interesse da entidade patronal e os direitos e deveres dos trabalhadores. 

O que mais a motiva e quais as maiores dificuldades, no dia a dia, no desenvolvimento do seu trabalho? Como caracteriza o trabalho que é feito na Divisão de Recursos Humanos, em particular na sua área?

Nos SASUM existe há muitos anos, a convivência entre a legislação do setor privado e do setor público, isto é, trabalhavam para a mesma entidade funcionários públicos e trabalhadores com contrato individual de trabalho, cujas diferenças a nível de direitos e deveres eram acentuadas. Em 2009, com a alteração legislativa, os funcionários públicos e os trabalhadores com contrato individual de trabalho das instituições de ensino superior passaram a ser trabalhadores em funções públicas, e, em 2016, com a passagem da Universidade do Minho a Fundação, todos os novos trabalhadores foram admitidos ao abrigo do Contrato de Trabalho. Estes foram dois momentos marcantes a nível profissional, pois implicaram muito trabalho de adaptação.

Outro momento marcante foi a pandemia. As alterações constantes ao que se podia fazer, ao que era permitido, chegou a ser diário no início. Lembro-me de estar a preparar informações e circulares de manhã que à tarde já estavam desatualizadas?. Trabalhar em regime de teletrabalho foi desafiante, com muito tempo passado ao telefone, muita reunião online e muitas horas de trabalho para além das normais. Tive de me disciplinar a desligar tudo após o horário normal de trabalho?

Mais recentemente, outro momento marcante tem sido a desmaterialização de processos que os SASUM estão a implementar. Ao contrário do que acontece na UMinho, nos SASUM os processos de Recursos Humanos ainda eram todos em ?papel?.

Tenho de assumir que tinha alguns receios quanto à adaptação dos trabalhadores ao uso de plataformas eletrónicas na gestão da sua relação com os Serviços e com a DRH. Esses receios foram infundados e posso afirmar, com orgulho nos meus colegas, que a adaptação foi muito mais fácil e rápida do que eu antecipava. 

Quais são as melhores e as piores memórias que tem do seu trajeto nos SASUM?

A interação com os meus colegas, no desenvolvimento das minhas funções, é uma das coisas que mais aprecio. Para isso também contribui a equipa que integro. O bom ambiente e o bom humor imperam no nosso gabinete, e isso é fundamental para que os dias, mesmo os mais difíceis, fluam facilmente.

Serão esses momentos de desafio profissional que marcam e marcarão as melhores memórias da minha passagem pelos SASUM.

O pior momento foi o falecimento do Nuno Cariano, que mais do que ser um colega de gabinete, era um amigo pessoal. O seu desaparecimento prematuro foi muito duro e difícil de ultrapassar, e sei que não fui a única nos SASUM a ficar abalada. Estou, neste momento, sentada na sua secretária, dessa forma não tenho a visão diária do vazio que deixou?

Como olha para o futuro?

Olho para o futuro com tranquilidade, mas também com desassossego. Tranquilidade em relação à família e aos amigos, desassossego em relação ao rumo que a sociedade está a tomar, com o crescimento dos extremismos e da intolerância. Infelizmente, a sociedade tem memória curta e não aprende com o passado.

Preocupa-me a falta de empatia que grassa na sociedade, o olhar cada vez mais para o umbigo e o não aceitar que as diferenças fazem parte e são essenciais para o bem-estar de todos.

Curiosidades

O que a marcou?

O nascimento dos meus filhos e acompanhar o seu crescimento até à vida adulta. Tenho orgulho na minha arquiteta, na minha mestranda em Engenharia Física e no meu caloiro em Engenharia Informática! Todos filhos também da UMinho!

O que ainda não fez?

Viajar, viajar, viajar.

Ainda tem um grande sonho?

Tenho o sonho de me dedicar em exclusivo à arte têxtil, da qual sou uma grande curiosa e pequena ?aprendiz?, se é que se pode ser aprendiz de arte?

Livro?

O Senhor dos Anéis.

Filme?

O Amor acontece. É essencial vê-lo uma vez por ano, pelo menos?

Uma música e/ou um músico?

Freddie Mercury.

O que gosta de fazer nos tempos livres? 

Sou uma devoradora de séries! Gosto de bordar, costurar, mexer em linhas e tecidos. Gosto de mexer na terra no meu jardim, mal começa o bom tempo a despontar.

Vício?

Sou fumadora, se não tivesse esse defeito seria perfeita, o que seria uma chatice?

Um lugar?

Cabanas de Tavira.

A Universidade do Minho?

Passado, Presente e Futuro.

Texto: Ana Marques

Foto: Nuno Gonçalves

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Equipas da AAUMinho conquistaram cinco medalhas nos CNU?s 2024

Andebol F UMinho
  • Andebol F UMinho

Equipas da AAUMinho conquistaram cinco medalhas nos CNU?s 2024

Andebol Feminino e Masculino e o Futsal Feminino conseguiram o mais alto lugar do pódio, garantindo também a qualificação para os EUSA GAMES que se realizam no próximo mês de julho, na cidade de Debrecen, na Hungria. O Basquetebol e Voleibol Feminino conquistaram a medalha de prata e são vice-campeãs nacionais.

As Fases Finais dos Campeonatos Nacionais Universitários (CNU’s) 2024, a maior competição multidesportiva nacional, organizada pela Federação Académica do Desporto Universitário (FADU), aconteceram em Aveiro entre os dias 15 e 26 de abril, numa prova que reuniu cerca de 1500 participantes. A AAUMinho (Associação Académica da Universidade do Minho) apurou-se com sete equipas, participando na competição com cerca de 100 estudantes-atletas da Universidade do Minho (UMinho).

 
Na primeira semana entram em ação as equipas de Andebol Feminino, Basquetebol Masculino e Voleibol Feminino.

O Andebol Feminino da AAUMinho estreou as medalhas de ouro nestas Fases Finais. 
Depois de já terem vencido a competição no ano passado, em Viana do Castelo, as estudantes-atletas da UMinho entraram determinadas em revalidar o título e venceram sem dificuldades os dois jogos da fase de grupos frente às equipas da AAUAv por 25-13 e da aeESS por 33-11.
Na meia-final venceram a Universidade do Porto por 40-25 e no derradeiro jogo da final bateram a equipa do Politécnico de Leiria por 23-34.

No jogo da final, as atletas da AAUMinho entraram com tudo e começaram a superiorizar-se desde cedo, chegando ao intervalo com um resultado de 12-19 marcado no placar da Nave multidesportiva da Universidade de Aveiro. A 2.ª parte confirmou a superioridade e, sem facilitismos, terminaram o jogo com um diferencial de nove golos.

A AAUMinho ficou desta forma com o lugar mais alto do pódio, enquanto a equipa do Politécnico de Leiria ficou com a medalha de prata e a equipa da Universidade do Porto com a medalha de bronze. Presentes na Cerimónia Protocolar de entrega de troféus e medalhas, estiveram presentes a administradora dos Serviços de Ação Social da Universidade do Minho, Alexandra Seixas, o Presidente da FADU Portugal, Ricardo Nora, o Pró-reitor da Universidade de Aveiro, Manuel Senos Matias e Wilson Carmo, Presidente da Comissão Organizadora Local.

Fernando Fernandes, treinador da equipa da AAUMinho era um treinador satisfeito: ?Este ano incorporamos seis atletas novas à equipa que vieram acrescentar muita qualidade à já existente. O Plantel tornou-se mais equilibrado, permitindo mais soluções. Realizamos dois torneios de apuramento (4jogos) mais os CNU’s (4 jogos) onde conseguimos o pleno, com 100% de vitórias e consecutivo bicampeonato nacional. Vamos agora com boas expectativas ao europeu, o ano passado foi a nossa primeira experiência e perdemos no desempate por 7m o acesso às meias-finais, por isso, é legítimo sonhar com uma presença nas quatro melhores equipas da Europa!?

Voleibol Feminino conquista medalha de prata

Num grupo teoricamente complicado, as estudantes-atletas do Minho não vacilaram e venceram os três jogos frente à AEIST (2-0), AEFMUP (2-1) e AAUAv (2-0). Na meia-final venceram por 3-0 a talentosa equipa da AEFML e partiram para o jogo da final moralizadas com a vitória convincente.
Num jogo próprio de uma final, com muita emoção, as estudantes-atletas da UMinho entraram a todo o gás e chegaram a estar a vencer por 2-0. No terceiro ?set?, quando se adivinhava o 3-0, a equipa adversária da Associação de Estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto reagiu de uma forma que não deu qualquer chance às jogadoras da AAUMinho, deram a volta ao resultado, terminando com um uma vitória por 2-3.

Com uma reviravolta assinalável, a equipa da AEFMUP conseguiu assim ‘acabar’ com o domínio minhoto na competição, quebrando uma série de três épocas seguidas como campeãs.

Para completar o pódio, ficou com a medalha de bronze a equipa da Associação de Estudantes do Instituto Superior de Engenharia do Porto após vencer por 0-3 a equipa da Associação de Estudantes da Faculdade de Medicina de Lisboa.

Na segunda semana foi a vez do Andebol Masculino, o Basquetebol Feminino, o Futsal Feminino e o Voleibol Masculino.

No andebol masculino, mais do mesmo! Sexto ano consecutivo a vencer e são Hexacampeões Nacionais Universitários ? com uma homenagem especial.

Com um nível de competitividade assinalável, os estudantes-atletas da UMinho não enfrentaram jogos fáceis e tiveram que se aplicar a fundo para vencer os três jogos do grupo A, frente às equipas da AEFMH (22-20), AEUMAIA (24-22) e AAC (22-17).

Na meia-final, uma vitória confortável frente à equipa da AEFEUP por 45-31 colocou a equipa na rota do ouro, que se confirmaria após vencer a equipa da AEUMAIA por 34-28 no jogo da final.

Num jogo com uma forte carga emocional, foi uma vitória com dedicatória especial ao antigo capitão da equipa da AAUMinho, Paulo Abreu, que faleceu no dia anterior. O treinador da equipa, Gabriel Oliveira, confessa que ?os jogadores tiveram uma atitude extraordinária no jogo da final. Foi um jogo especial, carregado de emoção, devido à perda de um amigo e colega de equipa. Seguimos o exemplo que o Paulo Abreu nos deixou e fomos sérios, determinados para atingir o nosso objetivo. Ganhamos! Somos Hexa Campeões Nacionais e dedicamos esta vitória ao Paulo.?

Sobre o percurso da equipa nesta temporada, o treinador faz um balanço ?muito positivo. Havia alguma ansiedade devido ao resultado menos conseguido na segunda jornada concentrada na Covilhã, onde perdemos o último jogo para a equipa da casa, mas a resposta dada pela equipa foi muito séria. Acabamos por revalidar o título, resultado de uma competência extraordinária dos jogadores. Fomos, indiscutivelmente, a melhor equipa desta Fase Final?

Seis anos depois o Basquetebol Feminino voltou a disputar uma final do Campeonato Nacional Universitário!

No Basquetebol Feminino, a surpresa! Que não foi bem surpresa, como adiantou o treinador Alexandre Oliveira: ?A nossa expectativa era grande e queríamos regressar a uma final, que já não acontecia desde 2018!?
Inseridas no grupo A, as jogadoras da AAUMinho venceram dois jogos (AEFADEUP por 57-48 e AEISCTE por 49-43) e perderam contra a equipa da casa (AAUAv por 35-47), garantindo ainda assim o apuramento para as meias-finais.

A meia-final foi um jogo emocionante que terminou separado por apenas três pontos, a equipa da AAUMinho bateu a favorita AEFMH por 69-66 e avançou para a final contra a equipa com quem haviam perdido na fase de grupos. No jogo da final, a equipa da casa galvanizou-se e venceu o jogo sem contestação por 82-61.
Desta forma, a equipa de Basquetebol Feminino da AAUMinho voltou a disputar uma final e são agora vice-campeãs Nacionais Universitárias.

Ainda assim o treinador mostrou-se bastante satisfeito: ?Depois de uma meia-final onde fizemos um grande jogo, com muito sacrifício, chegamos à final um pouco desfalcados, com jogadoras lesionadas e apesar da boa réplica, a equipa da AAUAv foi mais equilibrada e venceu de forma justa. Mesmo assim, estou muito orgulhoso com a participação das nossas estudantes-atletas.?

Futsal Feminino volta a conquistar o ouro após 5 anos!

As estudantes-atletas da UMinho entraram na competição determinadas em mostrar ao que iam realizando uma fase de grupos 100% vitoriosa. No primeiro jogo venceram a equipa da AEFADEUP por 7-0 num jogo de sentido único, no segundo e terceiro jogo venceram ambos por 4-0, frente à NOVA e à AAUAv.

No jogo da meia-final veio a emoção, com o jogo a ser decidido nos penáltis depois de um empate a um golo no período regulamentar, frente à equipa da AEIST. Foram precisos 10 remates de penálti para que as atletas da AAUMinho pudessem festejar o acesso à final da competição.
No jogo da final, as emoções não foram menos intensas e após entrarem a perder, as nossas estudantes não baixaram os braços, deram a volta ao resultado e venceram o jogo frente à AAC por 3-2, sagrando-se campeãs nacionais universitárias.

Pedro Pedroso, treinador da equipa estava orgulhoso: ?estou muito satisfeito com todas as atletas, conseguimos jogar bom futsal, fomos a equipa com melhor ataque e com melhor defesa e por isso creio que é um prémio justo para todas. Vamos agora preparar a participação no Campeonato Europeu com confiança naquilo que conseguimos produzir dentro da quadra.?

Texto: Bruno Lemos

Foto: AAUM

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Tuna de Medicina do Porto é a grande vencedora do XXXIII FITU Bracara Avgvsta

Tuna de Medicina do Porto foi a grande vencedora do XXXIII FITU Bracara Avgvsta

Foram quatro dias onde Braga se encheu de alegria, música e espírito tunae com o decorrer da 33ª edição do FITU Bracara Avgvsta. O festival internacional de tunas, organizado pela Tuna Universitária do Minho (TUM) findou no dia 28 de abril com o habitual convívio das tunas participantes e a conclusão da distribuição de prémios.

A Tuna Universitária de Aveiro e a Tuna da Universidade Católica do Porto dividem os prémios do naipe de espetáculo, sendo galardoados com os prémios de ?Melhor Estandarte? e ?Melhor Pandeireta?, respetivamente. Segue-se a TUIST, que leva para a capital os prémios de ?2ª Melhor Tuna?, ?Melhor Pasacalles?, ?Melhor Solista? e ?Melhor Instrumental?. Por último, os grandes vencedores da noite, a Tuna de Medicina do Porto que arrecadou não só o prémio  ?Prémio 25 de Abril – Município de Braga?, atribuído em conjunto com a Câmara Municipal de Braga, à tuna com a melhor interpretação alusiva ao 25 de abril, como também os prémios de ?Melhor Tuna?, o mais cobiçado da noite, e o ?Prémio Banessa – Tuna Mais Tuna?, entregue no tradicional convívio de domingo no Carpe Noctem.

Em rescaldo do festival o magíster da TUM, Daniel Carvalho, deixou algumas palavras de agradecimento à comunidade bracarense e à comunidade académica por todo o apoio e carinho prestado durante o desenrolar do festival.
?É para nós, uma felicidade enorme ver a forma como a cidade de Braga abraça o FITU Bracara Avgvsta. Este ano, mais do que nunca, encaramos a organização do festival com um grande senso de responsabilidade, ao assumirmos a celebração dos 50 anos do 25 de abril. Esperamos que esta edição tenha feito jus ao espírito da Revolução dos Cravos e que os bracarenses tenham aproveitado estes quatro dias de celebração em honra de um dos maiores acontecimentos da nossa história nacional. A todas as tunas e grupos convidados, um bem haja e obrigado por aceitarem o nosso convite e por todo o espírito boémio que espalharam ao longo do festival. O FITU Bracara Avgvsta regressará no próximo ano, com a sua XXXIV edição e prometemos novidades e mais animação para a cidade de Braga”.

Texto: TUM

Foto: Alberto Queirós

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?O Sr. Abílio Fernandes vai aposentar-se!

?O Sr. Abílio Fernandes vai aposentar-se!

Conhecido por muitos dos que diariamente percorrem ou percorreram os campi da Universidade do Minho, Abílio Fernandes é um dos mais antigos trabalhadores dos Serviços de Acção Social da Universidade do Minho (SASUM). Ao serviço da comunidade académica desde 1981, o atual responsável pela cantina do campus de Gualtar vai aposentar-se a partir de 1 de maio.

Abílio Fernandes iniciou funções ainda na cantina da D. Pedro V, a 12 de janeiro de 1981. A 21 de julho de 1983, já na categoria de Cozinheiro de 3.ª classe, passou a desempenhar funções na cantina de Gualtar.

Contando com várias progressões na carreira, desde Cozinheiro em 1989, a Cozinheiro Principal em 1996, Encarregado de Refeitório/Bar/Snack em 2000 e Encarregado de Trabalhos em 2003, transitou para a categoria e carreira de Técnico Superior em 2009.

Recebeu a Medalha da Universidade do Minho em 2011, pelos anos de serviços prestados na função pública e nos Serviços de Acção Social.

Como responsável pela cantina de Gualtar, recebeu, ao longo dos anos, diversos elogios dos utentes das unidades alimentares.

Já com saudades do ?chefe?, como lhe chamam os colegas de trabalho, no passado dia 23 de abril, prepararam-lhe uma despedida surpresa que o deixou visivelmente emocionado, ?foi uma grande surpresa, não estava a contar?, disse o Sr. Abílio, admitindo que vai ter ?saudades dos colegas, dos utentes que todos os dias passam pela unidade alimentar?. Não antevendo como vai ser o seu futuro, revelou que vai ter ?saudades desde tempo todo que aqui passei, afinal foi uma vida, foram 43 anos?.

Na hora da saída, afirmou levar consigo ?boas recordações ?, acrescentando que ?com 66 anos já preciso de descansar um bocado?.

Os SASUM e Academia agradecem o trabalho e a dedicação e desejam ao Sr. Abílio muita saúde e felicidades nesta nova etapa da sua vida.?

Texto: Ana Marques

Foto: Redação

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50 anos da UMinho reeditou “Estafeta da Amizade”

50 anos da UMinho reeditou "Estafeta da Amizade"

A prova desportiva aconteceu no passado dia 21 de abril e celebrou a união das cidades de Guimarães e Braga e os 50 anos da UMinho.

A Universidade do Minho (UMinho), em parceria com os municípios de Braga e Guimarães, realizaram, mais uma vez, a Estafeta da Amizade, uma prova de atletismo que uniu o campus universitário de Azurém (Guimarães) ao campus universitário de Gualtar (Braga). Além desta, a comunidade académica foi convidada a fazer uma caminhada de 4 km. As iniciativas tiveram como ?chapéu? a promoção da amizade e estiveram integradas no programa oficial das comemorações dos 50 anos da UMinho.

A Estafeta da Amizade, uma prova da autoria da UMinho e das duas Autarquias, começou às 09h30 no Campus de Azurém e terminou no Campus de Gualtar, o tiro de partida foi dado por Nelson Felgueiras, vereador da CM Guimarães. Esta prova de atletismo tem já alguma tradição, a primeira edição foi em 2016, interrompida após COVID, mas que as comemorações dos 50 anos da UMinho vieram recuperar. A edição de 2024 foi um verdadeiro sucesso com 155 equipas a competir num percurso de 24 km. Formadas por quatro atletas, foram passando o testemunho a cada 6 km.

A Caminhada da Amizade partiu às 10h00 do Estádio 1.º de maio, foram aproximadamente quatro centenas de pessoas que percorreram os 4 km até ao Campus de Gualtar.

As duas iniciativas contaram com quase 1000 participantes, uma verdadeira jornada de amizade marcada por uma manhã incrível, recheada de alegria, saúde, exercício físico, boa disposição e boa forma física.

A iniciativa visou, como referiu o vereador da C.M. Guimarães, ?celebrar a união que existe entre os dois territórios à volta de uma instituição que tem cá uma presença muito forte. A UMinho faz 50 anos e, portanto, através do desporto é uma boa forma de celebrarmos esta união?.

Bob, Esparguete e Cia foi a equipa vencedora

Com vantagem sobre os adversários, os Bob, Esparguete e Cia (Filomena Costa, Flávio Gonçalves, Marco Pinto, Paulo Morais) foram a primeira equipa a chegar à meta com 01:27:19, tornando-se assim a equipa vencedora, na segunda posição ficaram os Guimarães 1 (Ricardo Ribas, Dulce Felix, Marisa Fernandes e Nelson Felgueiras) com o tempo 01:35:54, seguindo-se dos GD Goma (Adelino Soutinho, Emanuel Matos, Luís Silva, Rui Barbosa) que completaram o tempo em 01:38:06.

A cerimónia protocolar iniciou-se com Jorge Teixeira, diretor da Runporto a entregar as lembranças da prova ao reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro, ao vereador da CM Guimarães, Nelson Felgueiras e à vice-presidente da CM de Braga, Sameiro Araújo.

Em seguida, em representação da UMinho e das Autarquias, Rui Vieira de Castro, Sameiro Araújo e Nelson Felgueiras entregaram os prémios às dez primeiras equipas, que subiram ao pódio para os receber.

Sameiro Araújo viu com satisfação ser retomada a prova que ?une duas cidades e todo um território através do desporto?, assinalando que ?felizmente que os 50 anos da UMinho vieram reeditar esta estafeta?. A vice-presidente da CM de Braga realçou ainda que ?correu muito bem, estamos todos muito felizes, muita participação, muita animação, foi um dia espetacular, não podíamos pedir mais,? patenteou.

Para o reitor da Universidade, ?a UMinho é conhecida por ter excelente desempenho no desporto universitário, seja no plano nacional, seja no plano europeu. Portanto, encontrar uma forma que vinculasse as celebrações a esta dimensão da nossa atividade era essencial?, disse. Justificando que tendo a UMinho dois campi universitários, em Guimarães e Braga, ?a melhor forma de unir os dois foi a realização desta estafeta que envolveu gente de dentro da Universidade e de fora da Universidade, e isso também nos deixa muito satisfeitos?, afirmou.

Texto: Ana Marques

Foto: Nuno Gonçalves e Runporto

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Dia Mundial da Terra assinalado na UMinho com encontro junto às hortas comunitárias

Dia Mundial da Terra assinalado na UMinho com encontro junto às hortas comunitárias

Pró-reitor Miguel Bandeira e vereador Altino Bessa inauguraram biospots colocados junto à horta e no final houve lugar a uma degustação de produtos oriundos desta. 

A Universidade do Minho assinalou ontem, dia 22 de abril, o Dia Mundial da Terra. A efeméride foi sinalizada com um encontro informal junto às hortas comunitárias do campus de Gualtar, em Braga, que juntou o pró-reitor para a Sustentabilidade e Gestão dos Campi, Miguel Bandeira, o vereador do Ambiente do Município de Braga, Altino Bessa, a coordenadora do projeto STOL – Science Through Our Lives, Alexandra Nobre, o presidente da Escola de Ciências, José Manuel Meijome, além de várias pessoas ligados ao projeto STOL, horticultores das hortas comunitárias, entre outros, os quais participaram na inauguração simbólica de dois painéis interpretativos (biospots), seguida de uma visita pela horta e degustação de produtos da mesma.

Esta iniciativa foi uma parceria entre a reitoria da UMinho e a Câmara Municipal de Braga, que têm unido esforços em várias questões ligadas à sustentabilidade, assinalando o vereador do Ambiente que ?temos feito várias parcerias e estamos disponíveis para outras?, sublinhando que a Universidade ?pode sempre contar com o apoio da Câmara?.

Destacando este como um ?momento simbólico?, neste Dia Mundial da Terra, o pró-reitor para a Sustentabilidade e Gestão dos Campi realçou a importância da iniciativa no ?processo de sensibilização? da comunidade.

Miguel Bandeira aproveitou o momento para revelar que o projeto das hortas comunitárias ?está a ser relançado na UMinho?, apontando que se pretende, ?atualizar o regulamento das hortas em vigor?, visando ?relançar e dinamizar o projeto das hortas comunitárias e ampliar e potenciar o alcance do projeto STOL?, declarou.

O responsável prevê ainda um desafio ?tremendo? nos próximos meses, precisamente junto à horta comunitária, uma vez que o espaço ?vai ser atravessado pelo BRT (BUS Rapid Transit), um projeto no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que ?suplantou a própria Universidade?, expôs, acrescentando acreditar que ?este processo possa vir a resolver, do ponto de vista urbanístico, o entalhe do chamado bairro do sol?, indicando que ?temos de conjugar aqui uma data de coexistências, ou seja, será um desafio complexo na área da sustentabilidade?, afirmou.

Além deste momento, o dia foi ainda marcado por ações de formação em sustentabilidade e biorresíduos, começaram ontem no campus de Azurém (Guimarães) e prosseguiram esta terça-feira em Gualtar. Envolvendo a Reitoria e os Serviços de Ação Social, visaram a capacitação dos profissionais da academia. 

A Horta-STOL surgiu há dois anos e afirma-se na educação ambiental e valorização do campus. Tem mais de cem espécies em 30 metros quadrados e um talhão para espécies não anuais, incluindo faveiras, morangueiros e plantas aromáticas e medicinais, entre outras. Serve de apoio a aulas de Biologia, mas também para divulgar ciência em visitas de escolas, campos de férias, oficinas e seminários de cultura visual. Foram ainda criados um jogo da memória e um pequeno livro sobre as plantas da horta e recursos educativos online gratuitos.

Texto: Ana Marques

Foto: Nuno Gonçalves

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UPA bateu recorde de participantes!

UPA bateu recorde de participantes!

A mostra ?UPA – UMinho de Portas Abertas? trouxe à academia, ao longo de três dias, mais de 5 000 alunos de escolas básicas e secundárias da região. Esta 6.ª edição contou com a maior participação de sempre.

Foram cerca de 5 500 jovens do ensino básico e secundário do Minho, Douro Litoral e Trás-os-Montes que disseram ?presente?, foram mais de 60 as atividades que aconteceram ao longo dos três dias nas Escolas e stands, vieram individualmente, entre amigos, com os professores ou em família, conhecer a Universidade do Minho (UMinho) e procurar informação para conseguirem fazerem a melhor escolha no ensino superior. ?A nossa expectativa é conseguir ajudá-los a obter as informações que procuram e fazer com que criem uma ligação boa à UMinho?, dizia a pró-reitora para a Comunicação Institucional, Teresa Ruão, no segundo dia do evento.

Esta mostra da oferta formativa e dos serviços da UMinho teve com epicentro o pavilhão desportivo do campus de Gualtar, em Braga, incluindo mais de 60 iniciativas paralelas, muitas delas a decorrerem nas Escolas. ?Esperamos que a experiência seja positiva e gostem do convívio com os nossos estudantes, professores e técnicos?, referiu a pró-reitora da UMinho. 

A visita inaugural à UPA do reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro e a sua equipa, bem como responsáveis das unidades da UMinho, dos municípios parceiros de Braga e Guimarães, decorreu a meio do segundo dia do evento, patenteando o responsável máximo da Universidade que ?esta abertura de portas é feita a pensar nos estudantes pré-universitários, nesta medida, não podemos deixar de estar muito satisfeitos com o que hoje se está aqui a passar?, referindo-se ao elevado número de estudantes presentes e a todo o envolvimento das estruturas da Universidade. ?A conjugação deste conjunto de vontades tornou este evento num evento de sucesso?, patenteou.

Para o reitor da UMinho, o número de inscritos na UPA ?é claramente indicador da relevância que esta iniciativa tem e da sua perceção como um momento importante para a tomada de decisão dos futuros estudantes do ensino superior?, afirmou.

Quem por lá passou teve a oportunidade de ver e assistir ao que de melhor se produz na UMinho ao nível de ensino, investigação, cultura e desporto. Os participantes tiveram oportunidade de obter nos stands detalhes sobre as licenciaturas, mestrados e doutoramentos, além de projetos da Aliança de Pós-Graduação e da rede europeia universitária Arqus, entre outros. Os Serviços de Ação Social, a Associação Académica, o BabeliUM – Centro de Línguas, o Instituto Confúcio ou o Departamento de Música tiveram igualmente momentos para captar os participantes.

Ao longo dos três dias, entre 18 e 20 de abril, decorreram apresentações, ações hands-on e oficinas, com apoio de professores, cientistas, técnicos, estudantes e alumni, potenciando a interação direta com a realidade académica.

Quem por lá passou foi Lara Guerra, que veio da Escola Egas Moniz, em Guimarães. A aluna do 9.º ano soube da feira através dos seus professores e veio à UMinho com o objetivo de ?conhecer mais um pouco sobre os cursos que a UMinho oferece?, disse. Afirmando estar a gostar muito da feira, e apesar de ainda estar longe do ensino superior, revelou que lhe chamou a atenção o curso de Arquitetura, ?fiquei muito entusiasmada com o curso de arquitetura e com a UMinho?, disse.

Pedro Fernandes foi outro dos participantes na mostra, veio da Escola Secundária Carlos Amarante e, prestes a concorrer ao ensino superior, uma vez que está no 12.º ano, esteve na feira para se poder informar melhor sobre o curso que está a pensar seguir, Engenharia Informática. Participou na atividade ?Conhece o teu curso?, referindo que ?a mostra tem superado as minhas expectativas, estou a gostar muito. Achei muito interessante terem posto os estudantes a falar connosco, houve uma grande interação e conseguimos ficar a conhecer melhor o curso, é sempre bom ouvir as coisas na primeira pessoa?, disse. Sobre o seu futuro, e estando certo do que quer, expôs que a informática ?é uma área pela qual sempre tive interesse, para além de que tem boa saída em termos de empregabilidade?, indicando que ?estou a pensar seguir Engenharia Informática na UMinho, estou a gostar muito da Universidade?.

Célia Nogueira e Carolina Braga foram duas amigas que também não perderam a oportunidade de vir à UPA esclarecer algumas dúvidas. As alunas do 12.º da Escola D. Maria ainda se mostraram um pouco indecisas quanto às suas escolhas para o ensino superior, por isso, a mostra da oferta educativa da UMinho surgiu como uma ?boa oportunidade para esclarecer dúvidas que não estão nos sites, para podermos falar com pessoas que estão mais por dentro da área (professores e alunos) e nos pudessem explicar certos pormenores que fora destes contextos não nos conseguem ajudar?, referiu Carolina.

Direcionadas para as áreas da Economia e da Enfermagem, respetivamente, as alunas afirmaram que a feira foi de encontro às suas expectativas e que saíam desta ?muito mais esclarecidas, certamente?, afirmou Célia.

No stand da Escola de Engenharia da UMinho (EEUM) estava, entre outros, Joana Beltrão, responsável pelo Gabinete de Comunicação e Interação com a Sociedade. Segundo esta, pelo espaço já tinham passado alunos muito diferenciados, ?uns completamente decididos das suas escolhas, no fundo, só querem verificar o que temos a dizer, falar sobre saídas profissionais, saber o que está a acontecer no mercado de trabalho (?), outros ainda chegam cá para recolher muita informação, destes, a maior parte ainda estão longe de ter que tomar uma decisão, mas já estão a tentar delinear os seus caminhos, ainda estão abertos a muita coisa, ainda têm toda uma nuvem de cursos no seu horizonte?, referiu.

Para Joana, ?hoje em dia os estudantes já conseguem muita informação online, por isso, nestes eventos procuram um maior contacto com a realidade, ou seja, procuram testemunhos, falar com pessoas que frequentam os cursos, procuram conversar de um para um, o que é interessante e importante para fazerem opções informadas?, disse.

Como colaboradora no stand do Gabinete de Comunicação e Imagem da UMinho estava Catarina Bastos, aluna do 2.º ano de Enfermagem. O stand disponibilizava informação geral sobre a oferta formativa da Universidade, do 1.º ao 3.º ciclo de estudos, passando por informações sobre acessos, bolsas, transferências, alojamento, médias de entrada, saídas profissionais, ambiente académico, cultura, desporto, etc. ?Estamos aqui no sentido de os orientar e responder a questões mais gerais. O feedback que temos dos alunos e professores que vêm das escolas e que passam por cá, é que a feira é muito importante para eles perceberem o que têm à sua disponibilidade e esclarecerem dúvidas sobre o que querem para o seu futuro. Tem sido muito positivo?, afirmou.

Já na sua 6.ª edição, a iniciativa saldou-se por mais um sucesso relativamente ao número de visitantes que conseguiu reunir, bem como ao cumprimento dos seus objetivos, ajudar os estudantes a terem a UMinho nas suas opções de ensino superior.

Texto: Ana Marques

Foto: Nuno Gonçalves