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Um dos fatores que esteve por detrás da redução drástica do número de bolsas atribuídas aos estudantes de primeiro ano foi o facto de pela primeira vez a candidatura à bolsa de estudo ser efetuada em conjunto com a candidatura ao Ensino Superior, estando todo o processo de coordenação a cargo da Direção Geral do Ensino Superior (DGES). Porém, uma vez que este se revelou mais complexo do que o previsto, mais de 5000 alunos não tiveram direito à bolsa, já que os prazos de candidaturas não foram alargados, tal como o ministério há muito havia prometido.
Tendo-se dado inicio à ordem de trabalhos por volta do meio-dia, foram expostos um vasto número de casos de discentes que se viram forçados a congelarem as matrículas, dada a alteração do regulamento de bolsas e à resposta quase que ineficaz do Ministério da Educação e da Ciência face a esta conjuntura de problemas. Deste modo, com vista a mobilizar os estudantes e a alertar o país para a situação preocupante que o Ensino Superior português se encontra a viver, foi aprovada a iniciativa “Natal Negro no Ensino Superior”. Em consequência, decorreram no mês de dezembro inúmeras ações de sensibilização, desde a criação de árvores de Natal e faixas negras em locais icónicos até uma vigília noturna na Assembleia da República.
Uma vez encerrada a ENDAMinho, foi do consenso geral de todas as direções associativas que a demissão do Diretor-Geral do Ensino Superior deveria ser a primeira medida a ser tomada. Luís Rodrigues, presidente da AAUM, vai mais longe e afirma já ter apresentado queixa ao provedor da Justiça, ponderando ainda expor esta situação às entidades europeias, de modo a que “o estado português seja obrigado a reestruturar o processo, dada a ilegalidade do mesmo.”
Texto e Fotografia: José Maria Mateus.
(Pub. Dez/2011)