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Com a moderação a
cargo da professora do Instituto de Letras e Ciências Humanas, Ana Lúcia Curado
e do historiador, José Eduardo Franco, o debate centrou-se principalmente na
questão da relação/união entre religião e ciência dado
que ambas são fundamentais para o quadro do saber.
Segundo o cónego João Paulo Abreu “a
religião não é qualquer coisa que está para além da ciência, porque ela própria tem uma bíblia
para ser estudada e verificada, mas o mais importante da religião é o facto de
ela nos possibilitar a abertura para uma outra dimensão e para uma capacidade de superação do espaço e do tempo, por isso mesmo,
a religião nunca vai acabar” disse. Para este, as religiões possuem um “imperativo ético”, pois cada uma delas transmite os seus próprios valores.
Relativamente ao caso dos católicos, o princípio imprescindível é o direito à
vida, de forma a garantir essa mesma qualidade, o catolicismo relaciona-se com
o mundo da ciência, recebendo tudo o que ela proporciona para o bem-estar na
vida do ser humano.
Sobre
esta questão, Joshua Ruah afirma que “Entre judeus nunca tivemos nenhum
conflito entre a ciência e a religião. Para os judeus a ciência é toda ela
aprendizagem e é interpretada, aliás, como uma forma de continuidade da criação
que Deus delegou aos homens. Tudo o que pudermos fazer para criar, inovar e
desenvolver faz também parte do princípio religioso de contribuição para a
Humanidade” afirmou.
Outra das questões debatidas foi relativa à
fundamental necessidade que as práticas religiosas têm para os seus praticantes
ao nível da socialização. Destacando os intervenientes a grande importância dos
espaços religiosos para a criação das relações humanas, que entre outras coisas
combatem, muitas vezes, a solidão. Sendo chamada a atenção para a existência
dos “inteligentes sem princípios”, que por ausência de ética, depositam o
conhecimento a favor do mal, da fraude, e da corrupção.
Sobre o
futuro das religiões na
Europa, os conferencistas foram unânimes em dizer que a coexistência entre ciência
e religião será pacifica, alertando para o expansionismo por parte da religião
islâmica e muçulmana, o qual será difícil de combater por parte da Europa.
O
encerramento da sessão “UM Futuro para as religiões” pôs termo à iniciativa “UM
Futuro”, a qual integrou o programa de celebrações dos 40 anos de existência da
Universidade do Minho.
Texto: Marta
Alves
(Pub. Nov/2014)
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