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Foi
a 1 de Dezembro de 1640 que os portugueses tomaram nas suas mãos o destino do
seu país e terminaram o domínio de 60 anos dos Filipes. Volvidos 375 anos e
cinco dias, mais uma vez os estudantes minhotos celebraram este feito, não nas
ruas como em 1640, mas no Parque de Exposições de Braga (PEB).
O
espetáculo que começou pelas 14h30 e ficou marcado pela estreia nestas “andanças
culturais revolucionárias” da Literatuna, a Tuna de Letras da Universidade do
Minho. Com um grupo muito heterogéneo, onde as idades dos tunos (de ambos os
sexos) iam desde os 18 até aos 60, os da Literatuna não mostraram nervosismo e
deram boa nota de si.
De
seguida, e já noutro registo, vieram “as miúdas” do Teatro Universitário do
Minho (TUM). Com mais outra portentosa atuação (elas costumam ter o dom de dar
um toque especial ao 1º de Dezembro), na qual as palavras não ficam no ar, mas
sim entranham-se no coração e na ideia de quem as ouve, ficou dado o mote para
uma Récita de excelência.
Seguiram-se
ao T UM três tunas, todas elas diferentes na sua composição, mas todas elas com
um bom registo musical. Tun’Obebes, Tuna de Medicina da UMinho e Augustuna
tocaram e cantaram alguns dos seus “hits”, dos quais destacamos a “performance” da solista da Tun’Obebes… que grande voz!
Quebrando
o estilo musical, mas não o ritmo, porque ritmo é o que eles mais têm, coube a
vez dos IPUM de subirem a palco com as gaitas de foles e percussão, como é sua
marca.
A
Gatuna foi quem se seguiu, apresentando alguns dos seus temas mais conhecidos
numa atuação marcada pela normalidade.
Nada
normal foi a atuação que se seguiu… ou talvez não. Há quem diga que o 1º de
Dezembro é o festival da Ordem Profética, há quem dia que eles são a reencarnação
do grupo de 40 conjurados, mas mito ou realidade, uma coisa é certa: toda a
gente espera ansiosamente durante um ano pela atuação da Ordem neste data tão
especial.
Mais
uma vez os Profetas não defraudaram as expectativas e com uma presença em palco
única, eles fizeram crítica social, crítica académica, musica, espetáculo… enfim,
eles fizeram aquilo que só eles sabem fazer, aquilo que só eles conseguem
fazer: “roubar o 1º de Dezembro” tal e qual Christoph Waltz “roubou” os “Inglourious
Basterds” do Tarantino.
Após
a Ordem, seguiram-se as atuações dos Jograis, da Tuna Universitária do Minho,
da Tun’ao Minho e do Grupo de Musica Popular, todos eles com boas prestações e
arrancando inúmeras salvas de palmas.
Quem
se seguiu, foi um dos destaques da tarde: o renascido Grupo de Folclore da
UMinho. Vestidos a rigor, mostraram o bem trajar minhoto, a tradição do bem
dançar e fizeram-nos viajar até aos tempos dos nossos avós, nas aldeias do belo
e profundo Minho.
Com
mais quatro grupos ainda para subir a palco, o destaque final vai para os
Bomboémia. O Grupo de Poesia, o Coro e a Azeituna trouxeram coisas novas a
palco, mas foram os Bomboémia que marcaram a diferença.
Ao
ritmo desenfreado e contagiante que os caracteriza, os de laranja juntaram a
dança e o colorido tropical do Samba, dando uma vida e uma alegria diferentes
ao número que esteve no palco.
E
foi assim que a seis de Dezembro a academia minhota celebrou mais uma vez esta
data tão especial da nossa história, com a música, a dança, o ritmo, a poesia e
a paixão, que tão bem nos caracterizam enquanto povo.
Texto
e Fotografia: Nuno Gonçalves
(Pub. Dez/2015)
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