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Quando e como nasceu
o Grupo de Poesia?
O Grupo de Poesia
surgiu primeiramente como Grupo de Poesia, Guitarra e Flauta, fundado em
1984. Integrado na ARCUM – Associação Recreativa e Cultural Universitária do
Minho desde 1991, em 2006 sofreu uma remodelação denominando-se desde então com
o nome actual, tendo o leque de instrumentos utilizados sido alargado desde
então.
Qual é a razão da
existência do Grupo?
Este
grupo sempre procurou explorar as potencialidades da fusão entre a música e a
declamação de poesia e trechos da lírica portuguesa. Por vezes com diferentes
aceitações por parte do público, sempre foi fiel à sua irreverência, procurando “incutir” uma espécie de desconforto e provocação na audiência, sendo que o
reflexo desta incute de igual forma essas sensações no Grupo.
Dos membros
fundadores, ainda há algum, ou alguns, que estejam no ativo?
A passagem pelo Grupo
de Poesia leva a que, quem por cá passa, jamais deixe de estar activo no Grupo.
Decerto não comparece a todas as actividades, no entanto tem sempre voz activa
quer no reportório quer na crítica à performance do Grupo, marcando desta forma
presença.
Vocês têm alguma
preferência especial por um determinado poeta?
Uma das políticas do
Grupo é não dar preferências especiais. Claro está que o declamador tem de
sentir-se confortável com o poeta e “consciente” dos poemas que declama. Porém,
surgem sempre desafios mesmo a este nível, os membros que declamam sujeitam-se
a desconfortos proporcionados pelos membros do grupos aquando de sugestões de
poemas, sugestões estas que depois têm resultados muito interessantes.
Vocês declamam poemas
da vossa autoria?
Já aconteceu, de
facto. Não temos por norma fazê-lo, apesar de surgirem por vezes poemas
escritos quer pelos membros do Grupo quer por pessoas que têm apreço pelo mesmo
e gostariam de ver os seus poemas recitados. No entanto, na maioria, declamamos
poetas e poemas mais conhecidos, precisamente para criar o tal desconforto no
conforto do domínio público.
A música dá mais
força à poesia?
Bem, dizer que a
música dá mais força à poesia seria, de certo modo, balancear ambas com pesos
diferentes. Não olhamos para elas dessa forma. Olhando para nós, membros do
Grupo, todos podemos ser vistos como músicos e/ou poetas. Ambas as artes estão
tão intimamente ligadas que parecem complementar-se, não num sentido de “dar
força à outra”, mais no de partilha de dimensões. Portanto, a força neste caso
está na resultante da junção da música e da poesia.
O vosso percurso teve
altos e baixos. Como tem sido esse trajeto ao longo destes últimos 21 anos?
O nosso percurso ter
altos e baixos, pode dizer-se que é relativo. Sempre aconteceu sermos
convidados com frequência e actuarmos em eventos de foro privado (os quais não
fazemos divulgação), dando assim a noção de, na esfera mediática, parecer que
estamos inactivos. Claro, houve anos com mais e outros com menos actividades,
mas o Grupo também procurou não sofrer com essas oscilações, consoante as
actividades apareciam os membros juntavam-se e preparavam a actuação.
Para além do 1º de
Dezembro, quais são os outros momentos/récitas/festivais onde vocês costumam
atuar?
Além da mencionada,
actuamos também em feiras do livro, exposições de pintura e outras,
inaugurações, tomadas de posse, entre outras. O Grupo tem de facto um largo
espectro de acção.
Como é que vocês vêem
o panorama atual da poesia nacional? Há novos talentos a despontar?
Os poetas estão
sempre a nascer e a renascer, mas nunca morrem. Na segunda metade do séc. XX
manifestaram-se em Portugal poetas como Herberto Hélder, Natália Correia, Al
Berto, Manuel António Pina, entre muitos outros. Normalmente, os novos talentos
vão surgindo, começam desconhecidos e vão-se dando a conhecer com o passar dos
anos.
Se um aluno quiser
entrar para o Grupo o que é que tem de fazer? Onde e quando são os ensaios?
Se um aluno quiser
entrar para o Grupo de Poesia pode contactar-nos pelo
facebook.com/grupodepoesiadominho ou pelo email gpum@arcum.pt, e assim obter mais informações
sobre o grupo, ensaios, etc.
Como prevêem o futuro
do grupo?
Tal como qualquer
poeta, o Grupo de Poesia nasceu, vai renascendo, mas nunca morrerá.
Texto: Nuno Gonçalves
/ Fábio Ramalho
(Pub. Jan/2016)
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