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  • Patricia

PERCURSOS…

Patrícia Pinto nasceu em França, mas vive em Braga há 36 anos. Com 54 anos, é casada e mãe de três filhos. Desempenha funções nos Serviços de Acção Social (SASUM) há 24 anos, onde integra o Departamento de Apoio ao Administrador (DAA), uma equipa com cerca de 23 trabalhadores.

Nesta entrevista, a trabalhadora, adstrita ao Divisão de Recursos Humanos (DRH), fala-nos do seu percurso de vida e experiência profissional, conta como é vivido o dia a dia, assumindo gostar muito do que faz.

Como chegou aos SASUM?

Entrei nos SASUM em 2000, tendo como administrador o Dr. Armando Osório, com um contrato a termo de 5 meses para substituição de uma trabalhadora em licença parental, no Setor das Propinas. A responsável do Setor de Recursos Humanos, Ana Maria Alves, antes de terminar o meu contrato, desafiou-me a vir trabalhar para o Setor e cá fiquei, com um contrato sem termo. 

Qual a sua situação académica e profissional?

Sou licenciada em Relações Internacionais, atualmente sou Técnica Superior nos SASUM. 

Há quantos anos está nos Serviços e quais são, atualmente, as suas funções?

Estou na atual Divisão de Recursos Humanos há 24 anos, como responsável pelos vencimentos e recrutamentos. 

Gosta do que faz?

Apesar da minha formação académica não estar ligada aos Recursos Humanos, gosto muito das funções que desempenho. É uma área que tem estado sempre em constante evolução e me desafia a encontrar o equilíbrio entre a defesa do interesse da entidade patronal e os direitos e deveres dos trabalhadores. 

O que mais a motiva e quais as maiores dificuldades, no dia a dia, no desenvolvimento do seu trabalho? Como caracteriza o trabalho que é feito na Divisão de Recursos Humanos, em particular na sua área?

Nos SASUM existe há muitos anos, a convivência entre a legislação do setor privado e do setor público, isto é, trabalhavam para a mesma entidade funcionários públicos e trabalhadores com contrato individual de trabalho, cujas diferenças a nível de direitos e deveres eram acentuadas. Em 2009, com a alteração legislativa, os funcionários públicos e os trabalhadores com contrato individual de trabalho das instituições de ensino superior passaram a ser trabalhadores em funções públicas, e, em 2016, com a passagem da Universidade do Minho a Fundação, todos os novos trabalhadores foram admitidos ao abrigo do Contrato de Trabalho. Estes foram dois momentos marcantes a nível profissional, pois implicaram muito trabalho de adaptação.

Outro momento marcante foi a pandemia. As alterações constantes ao que se podia fazer, ao que era permitido, chegou a ser diário no início. Lembro-me de estar a preparar informações e circulares de manhã que à tarde já estavam desatualizadas…. Trabalhar em regime de teletrabalho foi desafiante, com muito tempo passado ao telefone, muita reunião online e muitas horas de trabalho para além das normais. Tive de me disciplinar a desligar tudo após o horário normal de trabalho…

Mais recentemente, outro momento marcante tem sido a desmaterialização de processos que os SASUM estão a implementar. Ao contrário do que acontece na UMinho, nos SASUM os processos de Recursos Humanos ainda eram todos em “papel”.

Tenho de assumir que tinha alguns receios quanto à adaptação dos trabalhadores ao uso de plataformas eletrónicas na gestão da sua relação com os Serviços e com a DRH. Esses receios foram infundados e posso afirmar, com orgulho nos meus colegas, que a adaptação foi muito mais fácil e rápida do que eu antecipava. 

Quais são as melhores e as piores memórias que tem do seu trajeto nos SASUM?

A interação com os meus colegas, no desenvolvimento das minhas funções, é uma das coisas que mais aprecio. Para isso também contribui a equipa que integro. O bom ambiente e o bom humor imperam no nosso gabinete, e isso é fundamental para que os dias, mesmo os mais difíceis, fluam facilmente.

Serão esses momentos de desafio profissional que marcam e marcarão as melhores memórias da minha passagem pelos SASUM.

O pior momento foi o falecimento do Nuno Cariano, que mais do que ser um colega de gabinete, era um amigo pessoal. O seu desaparecimento prematuro foi muito duro e difícil de ultrapassar, e sei que não fui a única nos SASUM a ficar abalada. Estou, neste momento, sentada na sua secretária, dessa forma não tenho a visão diária do vazio que deixou…

Como olha para o futuro?

Olho para o futuro com tranquilidade, mas também com desassossego. Tranquilidade em relação à família e aos amigos, desassossego em relação ao rumo que a sociedade está a tomar, com o crescimento dos extremismos e da intolerância. Infelizmente, a sociedade tem memória curta e não aprende com o passado.

Preocupa-me a falta de empatia que grassa na sociedade, o olhar cada vez mais para o umbigo e o não aceitar que as diferenças fazem parte e são essenciais para o bem-estar de todos.

Curiosidades

O que a marcou?

O nascimento dos meus filhos e acompanhar o seu crescimento até à vida adulta. Tenho orgulho na minha arquiteta, na minha mestranda em Engenharia Física e no meu caloiro em Engenharia Informática! Todos filhos também da UMinho!

O que ainda não fez?

Viajar, viajar, viajar.

Ainda tem um grande sonho?

Tenho o sonho de me dedicar em exclusivo à arte têxtil, da qual sou uma grande curiosa e pequena “aprendiz”, se é que se pode ser aprendiz de arte…

Livro?

O Senhor dos Anéis.

Filme?

O Amor acontece. É essencial vê-lo uma vez por ano, pelo menos…

Uma música e/ou um músico?

Freddie Mercury.

O que gosta de fazer nos tempos livres? 

Sou uma devoradora de séries! Gosto de bordar, costurar, mexer em linhas e tecidos. Gosto de mexer na terra no meu jardim, mal começa o bom tempo a despontar.

Vício?

Sou fumadora, se não tivesse esse defeito seria perfeita, o que seria uma chatice…

Um lugar?

Cabanas de Tavira.

A Universidade do Minho?

Passado, Presente e Futuro.

Texto: Ana Marques

Foto: Nuno Gonçalves

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