PERCURSOS…
Dores Rodrigues nasceu em Paranhos, Amares, há 65 anos, vila onde também vive atualmente, depois de já ter vivido em Braga. Desempenhou funções nos SASUM durante 42 anos, onde integrou o Departamento de Alimentar (DA), uma equipa com cerca de 145 trabalhadores.
Dores Rodrigues recebeu a notícia da sua aposentação já depois da realização desta entrevista. Entrou na reforma a 31 de maio.
Mãe de duas filhas e avó de três netas, Dores Rodrigues vive em união de facto. Nesta entrevista, a trabalhadora, adstrita ao DA, fala-nos do seu percurso de vida e experiência profissional, conta como é vivido o dia a dia, assumindo adorar o que faz.
Como chegou aos SASUM e qual o seu percurso profissional?
Entrei para os Serviços de Acção Social da Universidade do Minho (SASUM) a 25 de novembro de 1982, na altura para a única cantina que os Serviços tinham, na Rua D. Pedro V, como auxiliar de alimentação. Entretanto, fui para S. Tecla e depois vim para Gualtar onde estive afeta ao Bar dos Professores 14 anos. Após uma baixa médica devido a um acidente, quando regressei, passei a fazer apenas POS’s (caixa), uma vez que tinha dificuldade em movimentar-me, estive em quase todos os bares dos SASUM em Gualtar. Como me deram uma incapacidade de 4.5, tive de exercer uma função que não me obrigasse a andar muito e voltei para a cantina de Gualtar. Atualmente presto auxílio na cozinha e faço o trabalho de rampa, estou muito bem. Adoro o que faço, vou para a reforma brevemente, mas gosto muito disto!
Gosta do que faz?
Gosto muito de lidar com o público, atualmente, na hora de almoço, das 12h00 às 14h00, estou na zona dos torniquetes a confirmar as senhas, convivo muito com os nossos estudantes e gosto mesmo muito.
O que sempre me disseram é que devemos dar muita atenção às necessidades dos alunos porque “se nós existimos é por causa deles”.
O que mais a motiva e quais as maiores dificuldades, no dia a dia, no desenvolvimento do seu trabalho?
No meu dia a dia trato essencialmente da área de rampa, tanto de um lado como do outro. Tenho de verificar as disponibilidades dos produtos necessários e distribuição de tudo pelas rampas, para que na hora de almoço não falte nada. Na hora da refeição venho para a zona dos torniquetes. Após a refeição, faço a limpeza de toda esta zona e tenho de fazer a gestão de stocks e pedidos para o dia seguinte.
As maiores dificuldades, é mesmo a gestão de tudo o que tenho de fazer e o facto de me poder esquecer de alguma coisa.
O que mais me motiva é o ambiente em si, o relacionamento com os colegas, o convívio e a interação com os estudantes.
Como caracteriza o trabalho que é feito no Departamento Alimentar, em particular na sua área?
Somos uma equipa, cada um tem a sua função, tem as suas tarefas, mas ajudamo-nos muito uns aos outros, há muita entreajuda. Existe um objetivo comum que é servir bem a comunidade académica, e a equipa, no seu conjunto, tudo fazemos para o cumprir, para que o nosso público se sinta satisfeito com o nosso serviço.
É fácil conciliar a vida profissional com a vida familiar?
Sim, não é difícil. Era mais complicado quando tinha as filhas pequenas, mas sempre consegui gerir bem.
Quais são as melhores e as piores memórias que tem do seu trajeto nos SASUM?
As melhores é que sempre tive chefias ótimas. Pessoas muito dedicadas à sua equipa. Qualquer questão, qualquer problema era fácil resolver, estavam sempre cá para ajudar, para acalmar as pessoas e os ânimos.
Não tenho más memórias, sempre fui muito feliz aqui.
Como olha para o futuro?
Não tenho grandes preocupações, as minhas filhas e as minhas netas estão bem, sou abençoada, não tenho grandes problemas na vida. Preocupa-me um bocadinho a saúde, mas acho que vai tudo correr bem.
No futuro próximo, quando me reformar, vou tentar fazer as coisas que gosto e me fazem feliz, passear mais, mais exercício físico, visitar mais a minha filha e a minha neta em Londres, enfim… continuar a ser feliz.
Curiosidades
O que a marcou?
O nascimento das minhas filhas pela positiva e a morte os meus pais pela negativa.
O que ainda não fez?
Ir ao Brasil.
Ainda tem um grande sonho?
Envelhecer com saúde.
Livro?
Os Filhos da Droga.
Filme?
E Tudo o Vento Levou.
Uma música e/ou um músico?
Tony Carreira.
O que gosta de fazer nos tempos livres?
Jardinar e cozinhar para os meus.
Vício?
Café.
Um lugar?
Praia, ajuda-me a recarregar energias.
A Universidade do Minho?
A minha segunda casa e onde tenho sido muito feliz.
Texto: Ana Marques
Foto: Nuno Gonçalves