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Surgindo como uma das equipas favoritas à conquista do ouro, a AAUM acabaria por ficar colocada naquilo que na gíria futebolística se costuma designar como o “Grupo da Morte”. Colocada então no Grupo A, a nossa equipa teve como adversárias as equipas da Associação de Estudantes da Faculdade de Motricidade Humana (AEFMH) e da Associação Académica da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (AAULHT). Para melhor compreender o porquê da designação atribuída a este grupo, convém recordar que: a equipa da AEFMH era a campeã em título, nós AAUM, as vice-campeãs e as atletas da AAULHT, as detentoras do bronze.
O primeiro jogo iria ser uma reedição da final do ano passado: AAUM vs AEFMH. Desfalcada de duas pedras basilares do seu xadrez, a nossa equipa entrou em campo disposta a fazer das tripas coração e procurou sempre controlar o jogo. Frente a uma equipa em que a condição física poderia ser o factor desequilibrador, as nossas “Gatas” não acusaram a pressão e no final da primeira parte o resultado era de 1-0 a favor do Minho. Dispostas a inverter o correr da marcha, a equipa lisboeta entrou a todo o gás no segundo tempo, mas perante si estava uma equipa tranquila e calculista que soube sempre gerir o esforço e nunca deu hipótese ao adversário, acabando assim por triunfar sobre uma equipa da AEFMH muito nervosa e acusando a responsabilidade de ostentar o título de campeãs.
No segundo jogo, e acusando algum desgaste, a nossa equipa acabaria por sofrer uma pesada derrota (5-0) às mãos da AAULHT. Mostrando-se uma equipa mais equilibrada e concretizadora, a Lusófona acabou por vencer por um parcial desequilibrado e que era enganador atendendo ao valor de ambas as equipas.
Com a passagem garantida às meias-finais, fruto da vitória da AAULHT sobre a AEFMH, as nossas atletas iriam agora defrontar uma sempre incómoda equipa da Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv). Com a equipa recomposta da derrota sofrida frente à Lusófona e já contando com mais uma atleta acabada de chegar do Minho, o técnico Anselmo Calais pediu às suas atletas para pressionar em todo o campo, o que viria a dar frutos. Terminada a primeira parte (1-1), em que a nossa equipa desperdiçou várias ocasiões de golo, entramos na segunda com uma equipa da AAUAv a fazer mais pressão, mas sem frutos. Já com o resultado em 3-2 favorável às nossas “Gatas”, a equipa aveirense procurou jogar com a guardiã avançada no terreno, mas seria então que iria sofrer a estocada final: 4-2. Seria este o resultado final e com o qual a AAUM se qualificou pela segunda vez consecutiva para a final do CNU de futsal feminino.
Na outra meia-final a equipa da Lusófona acabaria por derrotar a equipa da Associação de Estudantes da Escola Superior de Educação de Castelo Branco (AEESECB), qualificando-se assim também para a final. Esta seria uma reedição da fase de grupos, só que agora a história seria bem mais diferente. Numa partida emotiva e sempre disputada em alto ritmo, em que ambas as equipas praticaram um futsal de bom nível, esta acabaria empatada a 3-3, sendo preciso recorrer a um prolongamento. Ai voltou-se a repetir um empate, com mais um golo para cada lado. É assim que chegamos à tão infame e injusta lotaria das grandes penalidades. Com a primeira série de 5 grandes penalidades terminada (Minho falhou uma e a Lusófona falhou outra), passamos à morte súbita e ai a sorte sorriu ao Minho que acabou por triunfar ao concretizar a sua 7ª grande penalidade.
Esta vitória acabou por ser um prémio mais que justo para atletas como a Emília Martinho (Mila) e Sílvia Pinto (Cheroke), que no ano da despedida, e após um trajecto de vários anos marcado pela dedicação e amor ao jogo, finalmente alcançaram o tão merecido ouro. No jogo de atribuição dos 3º e 4º lugares, a AAUAv derrotou a AEESECB e levou assim o bronze para Aveiro.
Nuno Gonçalves