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Entrevista ao presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio

A pouco mais de um ano do final do seu último mandato (termina em 2025) e a pretexto da requalificação da fábrica Confiança para alojamento de estudantes, o UMdicas foi conversar com o presidente do município mais jovem do país, uma longa entrevista, durante a qual foi feito um balanço do caminho traçado até aqui e do trabalho executado, dos projetos realizados e das dificuldades encontradas, dos sucessos e das coisas menos boas que aconteceram, da UMinho e do futuro da cidade e das suas gentes, entre muitos outros assuntos. 

1- Assumiu funções como Presidente da Câmara Municipal de Braga em 2013. Como descreve o trajeto e que balanço faz do trabalho que os seus executivos camarários realizaram durante estes quase 11 anos de governação distribuídos por três mandatos?

Assumir a presidência da Câmara Municipal de Braga em 2013 foi um desafio e uma responsabilidade que assumi com grande determinação. Este trajeto foi marcado por muitas conquistas e por uma transformação significativa do concelho de Braga, em todas as áreas da governação, sem exceção. Desde o início, tivemos como objetivo modernizar e dinamizar Braga, tornando-a mais competitiva, inovadora e sustentável, assegurando elevados níveis de qualidade de vida para todos os cidadãos. Implementámos diversas políticas que resultaram na revitalização do centro histórico, na melhoria das infraestruturas e na promoção de uma mobilidade mais ecológica e acessível. Trabalhámos intensamente para atrair investimento e fomentar o desenvolvimento económico, criando condições para o crescimento de novas empresas e a geração de emprego. Também investimos na educação, na cultura e no desporto, reforçando a oferta educativa e cultural, e promovendo eventos de grande dimensão que projetaram Braga a nível nacional e internacional. O balanço é claramente positivo porque, desde logo, conseguimos cumprir grande parte dos nossos compromissos e deixar uma marca indelével no desenvolvimento de Braga. E, além dos resultados concretos, instaurámos um novo modelo de governança do território, assente na colaboração institucional, na participação dos cidadãos, no delinear de uma visão estratégica de médio e longo prazo de que resultam ações concretas que podem ser medidas e escrutinadas. Este é um legado que perdurará sempre para lá deste ciclo político, porque ninguém aceitará voltar para trás.

2 – Quais os projetos mais emblemáticos que gostasse de relevar?

Há vários projetos que marcam a nossa gestão na Câmara Municipal de Braga, uns de caráter físico, outros de natureza imaterial. Ao nível dos investimentos, é impossível não referir o Fórum Braga, o Mercado Municipal, o Parque da Rodovia, o Centro da Juventude, o Convento de S. Francisco, a Francisco Sanches, inúmeros equipamentos escolares, o novo Quartel dos Bombeiros Sapadores, a Piscina da Ponte, as Praias fluviais, os diversos Bairros Sociais, diversas infraestruturas viárias, além de múltiplos investimentos nos transportes públicos e nas várias esferas de intervenção da AGERE, ou os muitos milhões de euros de projetos das Freguesias, só para referir os que já estão concretizados. Mas tenho de destacar o poder transformador da criação da InvestBraga (e da Startup Braga) ou a forte dinâmica cultural ? que teve o seu expoente na candidatura de Braga a Capital Europeia da Cultura em 2027 e de que resultou a Capital Portuguesa da Cultura 2025 -, e ainda as diversas políticas sociais implementadas (na fiscalidade, na saúde, na educação, na inovação social, ?), que nos garantiram o reconhecimento ininterrupto de Autarquia Familiarmente responsável. Implementámos também várias iniciativas para promover a mobilidade sustentável, incluindo a introdução de ciclovias, a melhoria dos transportes públicos e a criação de zonas de baixo tráfego automóvel e estamos a implementar o Bus Rapid Transit (BRT) que vai transformar por completo a mobilidade em Braga. Estes esforços visam reduzir a pegada ecológica da Cidade e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. Por fim, investimos na modernização administrativa e na transformação digital da cidade e da autarquia, capacitando os nossos serviços e melhorando as respostas que prestam à população. Estes projetos refletem a nossa visão para uma Braga mais moderna, inclusiva e sustentável, e são apenas alguns exemplos do trabalho que temos vindo a desenvolver ao longo dos últimos anos.

3 – Do seu ponto de vista, qual foi a decisão mais difícil e qual foi a melhor decisão que tomou no exercício destas funções?

Durante estes quase 11 anos de governação, houve várias decisões desafiadoras e que mereceram muita ponderação, momentos que exigiram coragem e a determinação que revelámos desde o primeiro dia (como na reversão da aquisição do edifício adjacente às Convertidas ou do alargamento da zona de parquímetros).

Mas as decisões mais difíceis foram as que tivemos de tomar no contexto da pandemia, lutando por todos os meios ao nosso alcance para salvar vidas e proteger as camadas mais desfavorecidas e expostas da nossa população. A fixação do horário zero para o comércio é, nesse contexto, um exemplo da criatividade a que fomos compelidos durante esse período.

Se medirmos a qualidade das decisões pelo seu impacto, julgo que a melhor decisão foi mesmo a criação da InvestBraga, a primeira agência para a dinamização económica de base local no nosso País. A InvestBraga teve e tem um papel fundamental na atração de investimento, na promoção do empreendedorismo e na internacionalização das empresas locais. Através desta agência, conseguimos criar condições para o crescimento económico sustentável de Braga, gerando emprego e estimulando a inovação. Com a requalificação do Fórum Braga, a InvestBraga passou também a ser crucial na organização de eventos de grande dimensão, que colocaram Braga no mapa dos grandes eventos nacionais e internacionais.

Estas decisões refletem a complexidade e a responsabilidade de gerir uma cidade como Braga, onde cada escolha deve equilibrar o presente com uma visão estratégica para o futuro.

4 – Em setembro/outubro de 2025 ?deixará? a Braga que projetou?

Uma cidade como Braga será sempre um projeto inacabado porque se trata de um território com um potencial de crescimento tremendo em várias áreas. Acredito que deixarei uma Braga significativamente transformada e alinhada com a visão que projetámos desde o início da nossa gestão. A Cidade que idealizámos era uma Cidade moderna, inovadora, sustentável e inclusiva, e acredito que fizemos avanços substanciais em todas essas áreas. A Braga do futuro será uma cidade revitalizada, cheia de vida e cultura, que atrai tanto residentes como visitantes. Teremos consolidado a nossa posição como um polo de inovação e tecnologia, atraindo recursos humanos qualificados e fazendo de Braga uma cidade vibrante e cosmopolita. No que diz respeito à mobilidade, Braga será uma cidade mais acessível e amiga do ambiente, com uma rede de transportes públicos eficiente, ciclovias bem integradas e zonas de baixo tráfego automóvel que promovem uma melhor qualidade de vida. A nível ambiental, teremos ampliado os espaços verdes e implementado políticas de sustentabilidade que fazem de Braga uma referência em termos de gestão ecológica. Na área da cultura e do desporto, Braga continuará a ser uma cidade enérgica, com uma oferta cultural diversificada e infraestruturas desportivas modernas que incentivam a prática desportiva e a participação comunitária. Ainda que ciente de que há sempre espaço para melhorias e novos desafios, acredito que deixarei uma Cidade que reflete fielmente a visão de um futuro próspero e sustentável para todos os Bracarenses. Continuaremos a trabalhar até ao final do mandato para assegurar que cada projeto e cada decisão contribua para essa Braga que todos ambicionamos.

5 – Durante as três campanhas para as autárquicas foram, naturalmente, várias as promessas que se formularam. De entre esses desígnios, há os que ainda não foi possível cumprir? Porquê?

Ao longo dos três mandatos, conseguimos cumprir a maior parte dos projetos e medidas. A prestação de contas, contínua, clara e exaustiva relativa a cada uma das propostas constantes do nosso programa eleitoral, foi uma prática já adotada de forma pioneira pela Coligação ?Juntos por Braga? no mandato 2013-2017, repetida no mandato 2017-2021, e que foi retomada no presente mandato autárquico. No primeiro mandato, terminámos com um grau de concretização de 93%; no segundo mandato, com 85%; e neste ultrapassamos o meio do mandato com mais de metade das ?promessas? já concretizadas. Na plataforma ?Cumprir por Braga?, fazemos um exercício de transparência, de estímulo à cidadania e de responsabilidade política, assumindo uma preocupação com a legibilidade dos dados e o rigor da informação prestada. Naturalmente, alguns desígnios ainda não foram totalmente alcançados. Muitas vezes, deparamo-nos com limitações financeiras, burocráticas e algumas dificuldades imprevistas que surgiram pelo caminho. Apesar destes desafios, continuamos empenhados em trabalhar para cumprir todos os compromissos assumidos, procurando soluções para os obstáculos e ajustando as estratégias conforme necessário. Seja como for, há seguramente muitos projetos que deixarei para o próximo Presidente de Câmara inaugurar, mas isso também tem a ver com o facto de nunca termos feito ?obras à medida dos ciclos eleitorais?, como infelizmente aconteceu no passado.

6 – As pessoas, o território, as atividades socioeconómica e cultural e a cooperação são comummente referenciadas como pilares fundamentais da gestão autárquica. Qual tem merecido maior preocupação do executivo e por que razão?

Todos os pilares são fundamentais para a gestão autárquica e têm sido cuidadosamente considerados na nossa atuação. O nosso principal objetivo tem sido garantir o bem-estar e a qualidade de vida dos cidadãos de Braga. Investimos significativamente em serviços de saúde, educação, habitação e segurança, para assegurar que todos os bracarenses têm acesso a condições de vida dignas e oportunidades de desenvolvimento pessoal. Trabalhamos afincadamente para promover a inclusão social, desenvolvendo políticas e programas que apoiam os grupos mais vulneráveis da sociedade. Queremos uma cidade onde todos se sintam incluídos e valorizados, independentemente da sua condição socioeconómica. Incentivamos a participação ativa dos cidadãos nas decisões que afetam a cidade através de vários mecanismos, com destaque para os diversos Orçamentos Participativos e Conselhos Consultivos. Defendo que uma gestão autárquica eficaz deve ser feita em colaboração com os cidadãos, ouvindo as suas necessidades e ideias. Temos um forte compromisso com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), mas isso só será alcançado com a atuação conjunta de toda a sociedade. Quando os cidadãos estão envolvidos, a cidade como um todo, prospera. Investir nas pessoas é investir no futuro de Braga, porque uma cidade é tão forte quanto a sua comunidade. Fortalecer os laços comunitários e garantir que todos se sentem parte integrante da sociedade é crucial para a coesão social e para o desenvolvimento harmonioso de Braga. Embora o foco esteja nas pessoas, reconhecemos que os outros pilares são interdependentes e essenciais para o desenvolvimento integral da cidade. Por exemplo, a gestão sustentável do território e a criação de espaços públicos de qualidade são fundamentais para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. A promoção de atividades económicas e culturais diversificadas cria oportunidades de emprego e enriquece a vida cultural da cidade, beneficiando diretamente os cidadãos. A cooperação com outras entidades e instituições é essencial para implementar projetos que beneficiam a comunidade e para atrair investimentos que impulsionam o desenvolvimento local. Em suma, enquanto todos os pilares são cruciais, a nossa maior preocupação e prioridade tem sido, e continuará a ser, as pessoas. Porque acreditamos que uma cidade que cuida dos seus cidadãos é uma cidade mais justa, próspera e sustentável.

7 – No caso concreto da cooperação, é notório que o executivo camarário tem mantido uma relação muito próxima com a Universidade do Minho a vários níveis. Atualmente, uma das parcerias mais relevante será, certamente, a que decorre no âmbito da construção da residência universitária a partir das instalações da antiga Fábrica Confiança. Como se concretiza e em que moldes se concretizará, no futuro, esta parceria?

A cooperação entre a Câmara Municipal de Braga e a Universidade do Minho tem sido uma das pedras angulares da nossa atuação, pautando-se por uma colaboração estreita e frutífera em diversas áreas. Esta relação tem permitido desenvolver projetos de grande impacto para a Cidade e para a comunidade académica. A parceria específica para a construção da residência universitária nas instalações da antiga Fábrica Confiança é um excelente exemplo dessa cooperação estratégica. Este projeto visa responder a uma necessidade crescente de alojamento para os estudantes da Universidade do Minho e do IPCA, contribuindo para a qualidade de vida académica e para a atratividade da instituição. Este processo envolve a preservação do património histórico do edifício, aliando-o a infraestruturas contemporâneas que garantam conforto e funcionalidade. Uma vez concluída, a residência será naturalmente gerida pela UM, bebendo da experiência dos serviços sociais, mas o equipamento terá também uma forte componente de interação com a comunidade, particularmente orientada para a esfera cultural.

8 – Em termos do projeto propriamente dito, foi anunciada recentemente a adjudicação da obra por 25,5 milhões de euros, financiada na totalidade com fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), tratando-se do maior investimento do plano para alojamento estudantil. Pode falar-nos um pouco sobre as características deste projeto e sobre a fase em que se encontra?

O projeto da residência universitária na antiga Fábrica Confiança é, sem dúvida, um dos mais ambiciosos e significativos para o alojamento estudantil em Braga. Com um investimento de 25,5 milhões de euros, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), este projeto representa o maior investimento do plano para esta finalidade e é um marco importante na colaboração entre a Câmara Municipal de Braga e a Universidade do Minho. A nova residência universitária terá capacidade para mais de 750 camas, concentradas em larga escala no novo edifício que será construído no terreno adjacente à Fábrica, proporcionando uma solução de alojamento moderna e acessível, com todas as comodidades necessárias para garantir o conforto e bem-estar dos estudantes. O projeto prevê a reabilitação da antiga Fábrica Confiança, preservando elementos históricos e arquitetónicos significativos, enquanto se adapta o espaço às necessidades contemporâneas. Este equilíbrio entre a conservação do património e a modernidade é um dos principais destaques do projeto. Paralelamente, a intervenção vai criar novas dinâmicas de interação com a zona envolvente. Além da residência universitária, o será criado um espaço de uso complementar para fins culturais com uma área de cerca de 1200 m2 e terá espaços museológicos e de venda de produtos da antiga Fábrica Confiança. O concurso público foi concluído, daí resultando a adjudicação a um dos concorrentes, aguardando agora o dirimir de uma ação judicial interposta por outro dos concorrentes para que possa avançar.

9 – Quando se prevê que esta estrutura seja disponibilizada aos estudantes universitários de Braga?

Neste momento, mantemos as previsões de que a sua inauguração ocorrerá no início de 2026, assim cumprindo também com os prazos impostos pelo PRR. Tudo faremos para assegurar que todas as fases do projeto são concluídas dentro dos prazos estipulados. Estamos muito entusiasmados com o avanço deste projeto e comprometidos em garantir que ele seja um sucesso, trazendo benefícios duradouros para a comunidade académica e para a cidade de Braga.

10 – Também no desporto as parcerias têm sido recorrentes e importantes. Que papel tem o desporto para a autarquia e de que forma tem sido potenciado, nomeadamente no que respeita ao desporto universitário através das sinergias criadas com a UMinho/AAUMinho/SASUM?

O desporto é uma área vital para Braga, promovendo saúde, coesão social e desenvolvimento. A nível competitivo, os resultados alcançados, tanto a nível coletivo como individual, demonstram que somos um Concelho cada vez mais eclético do ponto de vista desportivo e possuímos grandes valores em diversas modalidades que poderão ser muito importantes não apenas no panorama desportivo local, mas também nacional e internacional. Desde a primeira hora que temos trabalhado com todos os agentes do território nas suas mais diversas facetas e áreas de atuação. No caso do desporto, a UMinho e as suas associações têm sido um parceiro fundamental para o desenvolvimento da nossa estratégia para Braga. O Município sempre assumiu o papel de parceiro ativo e cooperante e estas parcerias têm fortalecido o desporto universitário, melhorando infraestruturas, organizando eventos e criando programas de apoio. É uma cooperação que beneficia estudantes, a comunidade e impulsiona o prestígio desportivo da cidade. O futuro passa por continuar a fortalecer estas parcerias e a inovar na promoção do desporto. Desta parceria resultou, por exemplo, a atração para Braga da organização de diversas competições universitárias de diferentes modalidades, o que queremos reforçar no futuro. Por sua vez, está em curso o projeto para reabilitação do parque desportivo de Gualtar, numa cooperação positiva entre a UM e o Município, em benefício de toda a população do Concelho.

11 – Existem outros projetos a ser desenvolvidos/estudados em parceria entre as duas instituições que queira assinalar?

Há vários e de diversa natureza. Só para dar também exemplos na esfera formativa, destaco a ?School of CEO?s?, que junta a Escola de Economia e Gestão com a StartupBraga; o programa ?Qualifica IT? e o Mestrado em Media Arts.

Realce também para o Programa P5, e a disponibilização de cuidados de saúde digitais a toda a população do Concelho, em parceria com a Escola de Medicina.

Mas tenho claramente de enfatizar a extraordinária reabilitação do Convento de S. Francisco, onde ficará instalada a Unidade de Arqueologia da UM, que tem também sido nossa parceira fundamental em projetos como a Reabilitação da Ínsula das Carvalheiras, do edifício na Rua de Santo António das Travessas, do Teatro Romano ou da Santa Marta das Cortiças.

12 – Como define a relação entre a UMinho e o Município de Braga?

É uma relação intensa de colaboração estratégica. Temos trabalhado em conjunto em várias áreas, incluindo educação, investigação, saúde, cultura, desporto e desenvolvimento urbano. Ao longo dos últimos anos a UMinho tem sido um parceiro fundamental de vários organismos públicos e privados, e com forte ligação ao tecido económico da região. A título de exemplo, recordo o projeto de Investigação e Desenvolvimento (I&D), desenvolvido em parceria com Bosch Car Multimédia Portugal que quanto a mim é uma parceria exemplar para o futuro da economia portuguesa, comprovando que existe uma estratégia conjunta a ser delineada entre todos os agentes do território. A UM é também um dos membros da Fundação Bracara Augusta, onde várias atividades de cariz cultural vêm sendo desenhadas, e é nossa parceira em vários projetos na área da sustentabilidade, com destaque para o IBS. Este intercâmbio de conhecimento, recursos e experiências, tem contribuindo para o desenvolvimento da Cidade e da região em diversas áreas-chave.

13 – Que oportunidades oferece a cidade aos jovens que nela estudam após terminarem o Ensino Superior?

Nos últimos anos, Braga assumiu-se como concelho com maior crescimento populacional em valor absoluto, como a única capital de distrito com saldo natural positivo e como um território marcadamente jovem, com quase 40% da sua população abaixo dos 30 anos. Tudo isto só é possível se a cidade conseguir corresponder a todas as dimensões que caracterizam a avaliação da qualidade de vida pelos jovens: o acesso a excelentes oportunidades profissionais, a oferta habitacional em condições competitivas, a diversidade da oferta cultural, os recursos desportivos e naturais, as soluções de mobilidade, a qualidade educativa, os canais de participação cívica. Braga oferece uma variedade de oportunidades para os jovens que estudam na cidade e que desejam permanecer após terminarem o Ensino Superior. Somos uma cidade em crescimento, com uma economia diversificada e dinâmica. Aqui, os jovens encontram oportunidades de emprego em diversos sectores, incluindo tecnologia, saúde, serviços financeiros, educação e turismo, entre outros. A cidade tem um ecossistema empreendedor vibrante, com várias incubadoras, espaços de coworking e programas de apoio ao empreendedorismo. Os jovens que desejam iniciar o seu próprio negócio encontram na Startup Braga apoio e recursos para transformar as suas ideias em realidade. Atualmente, Braga oferece uma vibrante vida cultural e uma vasta gama de atividades de lazer, onde os jovens podem participar em eventos culturais, festivais, concertos, exposições e atividades desportivas, contribuindo para uma experiência de vida dinâmica e enriquecedora. Braga é também conhecida pela sua qualidade de vida elevada, com um custo de vida acessível e um ambiente seguro. Os jovens que optam por ficar em Braga após terminarem os estudos podem desfrutar de uma cidade acolhedora e cosmopolita, com todas as comodidades de uma grande cidade e com uma comunidade acolhedora. Em suma, Braga oferece aos jovens que estudam na cidade uma série de oportunidades para prosperar e crescer, seja no mercado de trabalho, no empreendedorismo, na investigação ou na vida cultural e social. Somos um destino atrativo para os jovens que procuram construir um futuro promissor e gratificante.

14 – Braga será Capital Portuguesa da Cultura em 2025. Que expectativas existem em relação a esta iniciativa e o que está a ser preparado neste âmbito?

As expectativas são naturalmente elevadas, porque ?Há sempre um plano B?. Mais do que a candidatura a Capital Europeia da Cultura em 2027, a estratégia cultural de Braga até 2030 identifica a Cultura como um dos pilares de desenvolvimento sustentável de uma Cidade e de toda uma região, e isso reflete-se no dia a dia do território. Através dessa estratégia, fizemos consultas aos Bracarenses, organizámos atividades com o envolvimento da comunidade, conversámos com artistas, agentes culturais, associações, comerciantes, cidadãos anónimos Bracarenses de diversas áreas de intervenção. Tudo para reunirmos as vozes da Cidade e com elas prepararmos uma estratégia cultural para a década de 2020?2030. Porque a nossa missão maior é mudar numa década a face cultural de Braga. Este é um verdadeiro legado porque acredito que Braga é hoje e será sempre Capital de Cultura, uma Cidade palco para o mundo. Em 2025 teremos mais uma oportunidade de mostrar ao país e ao mundo a nossa rica herança cultural, bem como as nossas expressões artísticas contemporâneas. Esta será uma iniciativa promotora da diversidade cultural e do diálogo intercultural que existe na Cidade.

15 – Quem é o homem e o profissional Ricardo Rio?

Sou uma pessoa de fortes convicções que vive de forma apaixonada todas as facetas da minha vida, pessoal e profissional. Tenho uma inesgotável capacidade de trabalho e atributos pessoais que me têm permitido concretizar a maior parte dos meus objetivos.

Procuro sempre ser pragmático e focado em resultados, em busca de soluções inovadoras e eficazes para os desafios que enfrento diariamente, mas nunca deixando de olhar para lá da linha do horizonte.

Vivo intensamente as causas que abraço, a relação com a família, os amigos, até os momentos de lazer que não deixo de preservar.

Dou-me muito bem a ouvir os outros e a construir projetos com terceiros e não prescindo do prazer que nos traz mudar o dia ou mesmo a vida de alguém.

Valorizo muito o diálogo intercultural, mas adoro as minhas raízes e, se pudesse voltar a atrás, voltaria a repetir este percurso de mais de 20 anos de serviço público, só para ter a oportunidade de entregar o melhor de mim, em prol de Braga e dos Bracarenses.

16 – Uma mensagem à academia, em geral, e aos seus estudantes, em particular, que gostasse de deixar?

A vossa passagem pela academia minhota não é apenas um período de formação académica, mas também uma fase de descoberta, crescimento e preparação para o futuro. É um momento de oportunidades e desafios, onde cada experiência vivida contribui para a vossa jornada pessoal e profissional. Aproveitem ao máximo a Cidade de Braga e esta etapa das vossas vidas. Sejam curiosos, questionem, explorem novos horizontes e abracem as oportunidades que surgirem. A vossa formação não se limita às salas de aula, mas estende-se a todas as vivências que a Academia e a Cidade proporcionam: o convívio com os colegas, o envolvimento em projetos e associações, o contacto com a comunidade e a participação em iniciativas culturais e desportivas. Lembrem-se sempre da importância do conhecimento, da ética e da responsabilidade social. Sejam agentes de mudança na sociedade, contribuindo para um mundo mais justo, inclusivo e sustentável. Não tenham medo de enfrentar os desafios que o futuro vos reserva. Com determinação, dedicação e perseverança, alcançarão os vossos objetivos e deixarão a vossa marca no mundo. Por fim, nunca subestimem o poder da educação e do saber. Continuem a aprender, a evoluir e a inspirar aqueles que vos rodeiam. Desejo-vos muito sucesso nesta jornada académica e em todas as vossas futuras conquistas.

Texto: Ana Marques

Foto: CMB

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