SASUM

Navegar para a página inicial
  • Home
  • /
  • “Profeta já nasce Profeta, apenas não o sabe”

“Profeta já nasce Profeta, apenas não o sabe”

Fundados a 13 de maio de 1991, a OPUM DEI são um dos grupos mais antigos da Universidade do Minho, irreverentes e polémicos, têm como grande marca o “SECRETISMO”.
 
Com um longo trajeto de 32 anos, nas suas aparições a Ordem Profética hostilizou e entreteve as massas, com sátiras, músicas e encenações, performances que prezam pela capacidade de improvisação. Tendo como pontos altos do ano, o “Velório da Gata” e o 1.º de dezembro, o grupo é composto por centenas de Profetas, constituído, na sua génese, por elementos do género masculino,

O UMdicas esteve à conversa com a direção do grupo para saber mais sobre a OPUM DEI, sobre a sua origem, trajeto, sobre os seus projetos e sobre o seu futuro.

A OPUM DEI – Ordem Profética da Universidade do Minho é um dos grupos culturais mais antigos da Academia Minhota. Como surgiu a ideia da sua criação?

Ser um dos grupos mais antigos da Fundação Minhota traz uma bagagem que poucas costas Minhotas conseguem carregar. Graças à genialidade de Profetas e à irreverência que só a eles pertencia, algures num barracão em parte incerta, dizem os registos que vigorava o ano de 1991, juntavam-se ilustres figuras para conviver e hostilizar. Foi então que algo maior do que eles, surgiu com a naturalidade com que estas coisas acontecem. Ficou fora do controlo deles e de todos os seus descendentes. Trilharam-se caminhos de glória onde só os predestinados vingaram, porque afinal: “Profeta já nasce Profeta, apenas não o sabe”. 

De que é feito este grupo e como se caracterizam?

Este é um grupo irreverente e, dizem as massas, o grupo mais polémico a pisar as humildes tijoleiras desta Fundação. A palavra da Ordem continua a ser SECRETISMO, é algo que prezamos imenso e que mantém a chama do grupo acesa. Somos feitos de Profetas e de planos sérios e devidamente organizados para, ao mínimo deslize, tomar os fascistas e imperialistas que reinam no cenário académico de assalto. 

Em que ano/data foi fundado o grupo?

Estamos desde 13 de maio de 1991, e desde que há memória, nos corações de todos os jovens cujas vidas se quiseram entrelaçar nas nossas. Mesmo assim correm rumores de que existem, na Grécia Antiga, registos que indicam a já presença de Profetas em concílio no Monte Olimpo. É só fazer as contas. 

Historicamente, a Ordem tem vivido altos e baixos. Como descrevem o vosso trajeto e como consideram o momento atual?

Tal como 97% do território Lusitano é mar, também 97% da Ordem Profética da Universidade do Minho são marés. Tal como o mar, também a Ordem é pura beleza natural e sal das lágrimas de Portugal. Os 3% restantes são grãos de areia que ficam presos no calção de banho. Segundo o Profeta Eclesiastes: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu; Tempo de chorar e tempo de rir, tempo de prantear e tempo de saltar de alegria.” 

Em que se destaca e diferencia a OPUM DEI dos outros grupos culturais?

Desde a sua fundação, sucederam-se as inúmeras aparições em que a Ordem Profética hostilizou e entreteve as massas, com sátiras, músicas e encenações.

Ao longo dos anos fomos vigiados pelo Serviço de Informações de Segurança (SIS), que nos considera uma célula terrorista ativa e sabemos, de fonte segura, que somos os únicos na Fundação do Minho com tamanha distinção. Tal como acontecia no Estado Novo àqueles que se identificavam contra o poder, também nós somos alvo das mais variadas tentativas de censura. 

Como caracterizam as vossas performances em palco? O que trouxeram e trazem ao panorama cultural da Universidade?

As nossas performances prezam pela capacidade de improvisação, nunca um exemplar de Homo sapiens sapiens presenciou duas atuações iguais da Ordem Profética, é algo que não nos motiva, ao contrário das tunas. Para toda e qualquer atuação preparamos o nosso mais poético repertório, bem como as fragâncias mais afrodisíacas. A Ordem foi, é e continuará a ser o sal dos eventos académicos. 

Por quantos elementos é constituído o grupo atualmente, e quem pode fazer parte dele? Como chegar até vós e como é feita a seleção de novos membros?

A Ordem Profética da Universidade do Minho é composta por centenas de Profetas que já nasceram Profetas e que por ela foram confirmados. O consórcio Profético é constituído, na sua génese, por exemplares de Homo sapiens sapiens do género masculino. A História vive de profecias e se o destino de um aluno da UMinho for a confirmação Profética, então ser-lhe-á revelado, por obra divina ou profética. Nas palavras do Profeta Constelações: “Se tiver de ser, será. Se não tiver de ser, podes sempre fazer com que aconteça”. 

No vosso percurso, quais os momentos e participações que destacam? Onde podemos encontrar o grupo e qual o vosso ponto alto do ano?

O momento alto do ano Profético será sempre o Velório da Gata, é neste dia que renovámos os nossos votos Proféticos e quando sentimos com mais força o chamamento da Ordem. Ainda assim, o 1.º de dezembro ganhou, pela voz do povo, o subtítulo de Festival da OPUM DEI, e faz sentido que assim o seja. Este dia e este evento são sinónimos da liberdade, independência e irreverência e a Ordem é, nesse dia, o único grupo que faz jus ao mote. 

Quais os projetos do grupo mais importantes a curto/médio prazo?

A longo prazo o projeto mais importante e que não deixa dormir à noite todo e qualquer membro deste grupo é: Encontrar a melhor empresa de mudanças para nos instalarmos na sala de ensaios que nos foi prometida pela AAUMinho nos anos 90. A nossa independência dos poderes instalados tem os seus custos e este é um deles. No tempo da ditadura bloqueavam-se organizações proibindo o ajuntamento dos mesmos, pelo que estes permaneciam na clandestinidade. Mas tal como os “clandestinos” do tempo do regime, também nós vivemos fortes na penumbra e somos aquela “pedra no sapato” que não se consegue tirar. 

A dinamização do grupo, torna-lo cada vez mais atrativo é, provavelmente, um dos vossos grandes objetivos. O que têm a dizer aos interessados em fazer parte do grupo?

Sendo um dos grupos mais dinâmicos da Fundação Minhota, com membros de vários países da Europa e até mesmo dos cinco continentes, é claro que todos aqueles que forem brindados com a confirmação Profética para entrarem no núcleo Profético serão banhados com uma chapada cultural de diversidade astronómica. É uma experiência nunca antes vista que até mesmo astronautas dizem ser: “O apogeu da vida na Terra”. 

Qual é maior sonho da OPUM DEI?

Pamela Anderson no Bar Académico a servir Jagermeister em copos de ginja. O maior sonho da OPUM DEI está entre isto, que o Anselmo Ralph volte a fazer a primeira parte da nossa atuação no Enterro da Gata ou que a Associação Académica se chegue à frente e nos entregue, rapidamente, o seu destino, para que possamos assim responder ao forte chamamento da massa estudantil, que partilha do mesmo sonho. 

2020 e 2021 foram anos particularmente difíceis para a cultura. Como viveram este período atípico?

No 11.º andar, a casa que, apesar das diversidades da vida, nunca nos negou a entrada. Todos aqueles, que por contratos legais, não se puderam juntar nesta humilde residência, foi-lhes possível deliciar os olhos e acariciar a alma com telechamadas Proféticas. Nas palavras dos sobreviventes: “Foi um ano para esquecer, procurando sobreviver.” – in Um ano sem fim de OPUM DEI. 

Que iniciativas têm sido levadas a cabo pela OPUM DEI, no sentido de, nestes tempos complicados, continuarem a estar próximos dos vossos públicos?

“Eis o meu segredo, é muito simples: Já se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.”   Profeta Principezinho. 

Como veem o panorama dos grupos culturais universitários em Portugal e a nível internacional?

OPUM DEI 

Como analisam o contexto dos grupos culturais na vida da Universidade e de um universitário?

O Profeta conhece o caminho capaz de levar o homem até Ele, pois Ele percorreu-o no mesmo sentido. Há ainda muitos condenados por recusarem a profecia. Trata-se de uma escolha, de uma escolha feliz e intransferível. 

Uma mensagem à comunidade académica?

“Ouves por fim um rumor. De que, há uma Ordem a fazer furor. Chamam-lhe a OPUM DEI”. Viagem seguro, OK.

Texto: Ana Marques 

Fotos: OPUM DEI

PT
Skip to content