Entrevista a Margarida Isaías, presidente da AAUMinho
Quem é Margarida Isaías e o que a levou a abraçar o desafio da presidência da AAUMinho?
A Margarida Isaías é uma estudante que foi abraçando os desafios académicos e que o mundo associativo lhe lançou. Fui respondendo e evoluindo ao longo do meu percurso, aliando a medicina ao gosto e à vontade de trabalhar com os e para os meus colegas, os estudantes da Universidade do Minho. A minha atitude curiosa levou-me a querer sempre expandir os meus horizontes e foi na Associação Académica que encontrei o local ideal para o fazer. O desafio da presidência surgiu naturalmente: a experiência na estrutura e a contínua vontade de defender os estudantes do Minho fez com que este fosse o próximo passo.
É a segunda mulher a ocupar a função na história da academia minhota. Entende que este facto, de certa forma, condiciona a forma como vai levar a cabo o seu mandato ou, por outro lado, entende que não tem qualquer relevância?
Não considero que altere a forma como o mandato deve ser conduzido. No entanto, acho sobretudo importante marcar esta posição histórica como um reflexo da mudança da sociedade em que vivemos. Veem-se já muitas mulheres em cargos de responsabilidade na Universidade (desde órgãos de gestão da mesma a associações juvenis: núcleos, secções, delegações e grupos culturais) e hoje, a direção da AAUMinho tem inclusive mais mulheres que homens. É o princípio da igualdade que nos define que fará, sem dúvida, no futuro, mais mulheres assumirem esta função de liderança na comunidade académica do Minho.
O que significa para si ser presidente de uma instituição como a AAUMinho, muito consolidada e com um percurso de 45 anos?
É uma espada de dois gumes. Por um lado, um grande orgulho por representar os estudantes da Universidade do Minho e fazer parte da história desta já muito reputada instituição. Por outro, uma grande responsabilidade, exatamente pelos mesmos motivos. A celebração dos 45 anos de história da AAUMinho foi uma ótima oportunidade de revisitar um pouco das experiências de antigos presidentes, das dificuldades e dos sucessos e dos grandes feitos alcançados. Carregar agora connosco tudo isto e ter podido testemunhar um pouco desta evolução é uma enorme responsabilidade, que acredito estarmos à altura.
Já era dirigente associativa. Em que medida entende que essa experiência poderá contribuir para o desempenho destas novas funções?
Considero a minha experiência como dirigente associativa como fundamental, especialmente a minha passagem pela AAUMinho. Tive a oportunidade de passar um pouco por todas as funções dentro da estrutura, o que me tornou conhecedora de várias das suas dimensões e me permitiu capacitar das ferramentas certas para desempenhar, agora, a função de presidente. Penso ser importante ter a versatilidade de entender os diversos pontos de vista dos estudantes e a capacidade de ir de encontro aos seus direitos e necessidades, e foi enquanto dirigente associativa que desenvolvi estas vertentes.
Encabeçou uma das duas listas à direção da AAUM e alcançou a vitória com 82,51% dos votos. Esperava um resultado tão expressivo?
Trabalhamos com esse objetivo em mente: dar a conhecer o nosso projeto aos estudantes, que o reconheceram como sólido, representativo dos seus interesses e capaz de agir no agora, mantendo sempre os horizontes no futuro. Este é um resultado que nos dá, por parte dos estudantes, um voto de confiança para exercermos a nossa atividade e sentimos o peso da responsabilidade de um resultado tão positivo. Contudo, não estamos alheios à abstenção eleitoral e iremos trabalhar, durante todo o ano, para a reduzir.
Como caracteriza a equipa que a acompanha?
É uma equipa altamente diversa e com provas dadas nos diferentes departamentos. Temos dirigentes de todos os ciclos de estudo, de uma grande variedade de escolas e todos com experiência associativa, entre Núcleos, Secções, Delegações, Grupos Culturais e Órgãos de Representação Estudantil da Academia. Além disso, é uma equipa que preserva a experiência de dirigentes com passagem pela AAUMinho, especialmente nos cargos de liderança. Consideramos esta continuidade crucial para o desenvolvimento de um projeto de qualidade, já que o conhecimento e a perceção da estrutura fazem com que seja possível perceber os seus pontos de melhoria. No entanto, não deixamos de apresentar uma grande renovação na conjuntura total, reflexo da importância que damos à inserção de novas ideias e mentalidades na AAUMinho.
Pensa que este percurso de associativismo será relevante para o seu futuro. Em que medida?
O percurso associativo e sobretudo a vontade do estudante em se envolver noutros projetos, que não os puramente académicos, acrescenta valências essenciais aos profissionais do futuro. Num mundo em constante mudança, a adaptabilidade é uma das mais valorizadas características no mercado de trabalho. Um dirigente associativo é um estudante mais preparado para lidar com a mudança e com a diversidade de circunstâncias; é um estudante que demonstra interesse na comunidade e no desenvolvimento da mesma, seja em que área for. Assim, deste meu percurso levo algo que o meu curso, sozinho, nunca me poderia dar. Sou hoje uma estudante, futura profissional, uma cidadã mais completa.
Quais são os vossos planos, propostas e objetivos para 2023?
A atividade da AAUMinho tem-se dividido entre, por um lado, a reivindicação e política educativa e, por outro, os eventos e atividades departamentais. Uma estrutura tão grande tem sempre objetivos, planos, propostas e objetivos igualmente extensos, mas irei tentar resumir.
Assim, numa vertente social, pretende-se alargar as ofertas de voluntariado na Academia, com o Projeto UMFuturo na linha da frente; construir uma Academia mais inclusiva, promovendo um sentimento de igualdade e, ainda, advogar pelo Bem-estar da Academia, tendo um papel ativo na concretização da prevenção do assédio e da promoção de saúde mental.
Na temática do emprego jovem e da emancipação dos jovens, o objetivo passa por consolidar a marca START POINT, promovendo formações, discussões, o empreendedorismo e o contacto com o mercado de trabalho.
O excelente legado desportivo do Minho deixado pelas sucessivas direções impõe para 2023 o objetivo de, tanto a nível nacional como internacional, ser feito jus ao bom nome, realçando nesta vertente, a organização do Campeonato Europeu de Voleibol Universitário.
Dado o contexto nacional, tem-se sentido a falta de condições para o exercício de muitas atividades culturais, causando uma crise na área. Assim, para 2023, é fundamental a ação da AAUMinho na proteção e reforço de atividades e dinâmicas que promovam a cultura nos estudantes.
De forma a melhor conhecer as cidades que nos acolhem e que elas nos conheçam melhor, queremos abrir as portas do Recinto das Monumentais Festas do Enterro da Gata às crianças finalistas nos infantários e escolas primárias da cidade, numa tarde precedida por um pequeno cortejo pela cidade de Braga.
Naturalmente, também em 2023 haverá espaço para os eventos recreativos já amplamente conhecidos, sempre acoplados a uma iniciativa social, cultural ou desportiva, inovando nesta senda, com uma celebração final do ano letivo.
A promoção de uma Universidade democrática, coloca no cerne da questão a participação estudantil, conseguida através da capacitação dos dirigentes associativos e dos delegados potenciada pela AAUMinho.
No que concerne à reivindicação, ao lado do Movimento Associativo Estudantil, os planos enfatizam a valorização do Ensino Superior e o aumento do financiamento ao mesmo. Um dos focos será garantir o acesso ao Ensino Superior justo, universal e gratuito; assim como assegurar a frequência no ES pelo compromisso por uma ação social direta e indireta robusta, rápida e abrangente.
A abstenção voltou a ser muito expressiva nestas eleições. Que estratégias para uma maior aproximação a todos os estudantes de forma a alargar a representatividade?
Eu acredito que a abstenção é algo que se deve trabalhar durante todo o ano e não apenas na altura da campanha eleitoral. É essencial demonstrar o impacto que a AAUMinho tem na vida do estudante e, de forma mais importante e acentuada, comunicar de forma eficaz e alargada as suas ações, as suas atividades e a sua presença nos campi. Esta é uma tarefa difícil, mas com uma comunicação eficiente, acreditamos ser possível envolver mais estudantes no reconhecimento da importância da Associação Académica na sua vida, demonstrando a importância da estrutura e, consequentemente, reduzindo a abstenção. Neste sentido, lançamos já uma nova rubrica, a AAUMinho Presente, que visa ir de encontro a isto mesmo, com um conjunto de sessões de auscultação, de artigos explicativos dos mais variados temas de ação da AAUMinho, entre outros.
Na sua opinião, a AAUMinho tem contribuído para melhorar o desempenho/funcionamento da Universidade? Em que aspetos?
O contributo da AAUMinho é extremamente importante e necessário para o contínuo desenvolvimento do funcionamento e do ensino na Universidade do Minho. A essência da Universidade é formar estudantes, pelo que nunca será possível encontrar as soluções corretas sem a auscultação dos mesmos. O trabalho de foco da Associação Académica passa muito por esta vertente, a de perceber junto dos estudantes quais são as suas maiores dificuldades, preocupações e constrangimentos. Após entender essas necessidades, cabe à AAUMinho fazê-las chegar aos decisores, dentro da Universidade, e arquitetar soluções em conjunto para que a experiência associada a um estudante da UMinho seja a melhor possível. Utilizando um exemplo atual, no caso da falta de condições das residências estudantis, este mesmo processo foi levado a cabo. Os estudantes acusam um problema no funcionamento – precariedade e degradação das instalações, que as tornam muitas vezes inabitáveis – a Associação Académica utiliza o seu contacto próximo para identificar junto dos estudantes o foco do mesmo e em sequência fazem notar a sua representação junto da Universidade, que, por sua vez, deve, em uníssono com aquelas que são as preocupações dos estudantes, trabalhar para a sua resolução, mantendo sempre também os estudantes como integrantes do processo. Ainda de notar que a AAUMinho exerce ainda muitas vezes um papel complementar ao da próxima Universidade, nomeadamente com marcas como a marca RECURSO ou a marca START POINT. Estas marcas oferecem mais valências à Academia, quer, por exemplo, no caso do RECURSO, com os seus pontos de proximidade e o serviço de transportes, quer a START POINT, com um complemento ao desenvolvimento de carreiras.
Muitas são, obviamente, as preocupações dos estudantes da UMinho. Questões como “preços justos de arrendamento”, a “abolição das propinas” ou até mesmo o apoio à saúde mental dos estudantes estão na ordem do dia. Que estratégia delinearam para levar estas preocupações às diversas sedes em que podem ser resolvidas?
O papel da AAUMinho passa justamente por esse contacto entre as preocupações dos estudantes e os decisores políticos. Para isso, este ano temos o objetivo de desenvolver uma Moção Global, um documento completo que englobe verdadeiramente as dificuldades e sugestões de resposta dos estudantes, em que todos sejam ouvidos e façam parte da tomada de decisão. Um documento que possa servir de mote para a ação da Associação Académica. E, porque muitos destes temas estão inseridos num contexto nacional, queremos trabalhar em conjunto com o movimento estudantil Académicas Ponto. Este aglomera as Associações Académicas nacionais em prol da defesa dos seus estudantes, que tanto apresentam semelhanças entre si. Esta reunião permite sobretudo credibilizar ainda mais as ideias da AAUMinho, que se vê também apoiada e suportada pelas outras Associações e, por consequência, com mais voz para dar a conhecer as suas preocupações e sugestões junto dos decisores políticos.
Qual a situação e quais os últimos desenvolvimentos sobre o projeto da nova sede da AAUMinho? Já há data para o arranque da obra?
O projeto da nova sede da AAUMinho é já há muito uma grande ambição da estrutura. É um projeto já de alguns anos e que tem vindo a estar, felizmente, cada vez mais perto da realidade. Queremos lançar o concurso público ainda este ano e estamos dedicados para que este projeto seja levado a cabo com maior celeridade quanto possível. Ainda assim, durante o ano, muitos dos esforços, no que diz respeito à nova sede, estarão ainda na obtenção de financiamento, que é, ainda ele, insuficiente, dada a grandeza e o impacto da obra em questão.
A Gata na Praia e o Enterro da Gata são duas das iniciativas mais aguardadas pelos estudantes ao longo do ano. Alguma antecipação ou novidade para estas atividades este ano?
Não é de toda a nossa intenção “inventar a roda” no que toca a estas já tão históricas e adoradas atividades da AAUMinho. O ano passado ocorreu precisamente a retoma destes dois eventos, após dois anos interrompidos pela pandemia, o que fez com que fosse um ano de exploração e de reaprendizagem. Este ano, após retomados os processos, será uma oportunidade de limar arestas e acrescentar mais qualidade ainda àqueles que já são imagens de marca da Associação Académica. Então, vemos também com bons olhos algumas adições na já típica rotina: falo do cortejo dos pequeninos, em que se prevê alargar a tradição académica a toda a cidade, nomeadamente com crianças, também elas a ter o seu momento de despedida de ciclo. Também na Gata na Praia o cenário da inovação não está descartado, mantendo até a possibilidade de envolver outras Associações Académicas nesta aventura pelo litoral.
A AAUMinho e os SASUM são parceiros estratégicos em várias áreas de atuação. Como vê o trabalho prestado pelos SASUM e que importância lhes atribui na prossecução da missão da AAUM e que contribuição para o bem-estar e qualidade de vida dos estudantes?
A AAUMinho e os SASUM têm trilhado um caminho próximo e profícuo na sua relação institucional. Seria difícil não salientar o desporto, onde esta relação, além de benéfica, tem mesmo sido vista como um exemplo para outras instituições do Ensino Superior do país. Os resultados desportivos estão à vista e a capacidade demonstrada na organização de grandes eventos não é um acaso e responsabiliza de forma positiva esta cooperação. Ainda há aspetos a melhorar, como é o caso da cultura, que ainda é uma área pouco explorada nesta parceria. No entanto, a escassez no financiamento dos SASUM acaba por condicionar também aquele que é o seu trabalho, havendo espaço para melhorar o seu funcionamento.
A UMinho vai poder oferecer alojamento aos estudantes, contando com mais duas residências universitárias, em Braga e em Guimarães. Como vê estes projetos no âmbito das dificuldades de alojamento para os estudantes que se vêm verificando e acentuando?
Obviamente que é uma notícia que nos alegra. O alojamento estudantil no país e na Universidade do Minho, em específico, já há muito tempo que é um dos principais problemas que os estudantes enfrentam no acesso e frequência no Ensino Superior. Estas duas residências vêm combater esse mesmo défice, pelo que a nota é positiva. Apesar disto, há que ter os pés bem assentes na terra no que toca ao alojamento estudantil. A inflação continua a preocupar-nos e com melhores condições nestas novas residências, a procura por esta solução aumentará bastante, tanto por um previsto aumento de estudantes bolseiros, como um previsto aumento de estudantes não bolseiros a procurar uma opção de alojamento mais em conta. É também ainda essencial não esquecer as condições das atuais residências, com uma necessidade urgente de reabilitação das mesmas.
A UMinho irá receber este ano o Campeonato Europeu Universitário de Voleibol. Quais as expectativas em torno deste importante evento?
Estamos ansiosos e preparados. A UMinho conta já com um bom histórico como anfitriã de competições internacionais e o Campeonato Mundial de Futsal Universitário do ano passado é prova disso. Já mostramos por diversas vezes estar à altura de organizar eventos desta dimensão e esperamos que este ano não seja diferente, recebendo cerca de 600 atletas de toda a Europa com o toque minhoto. Esta responsabilidade remete também para uma clara necessidade de reabilitação dos complexos desportivos da Universidade. A capacidade de albergar eventos desta dimensão no Minho está, cada vez mais, limitada pela qualidade das infraestruturas existentes, tanto nos complexos desportivos como nas residências universitárias, preocupando-nos que tal não seja possível enquanto estas condições não sejam asseguradas.
Que avaliação faz da política que tem sido seguida a nível da ação social no ensino superior pelo Governo?
É sobretudo importante ser realista na abordagem a esta questão e perceber que há um claro desinvestimento e desconsideração política naquilo ao que o Ensino Superior concerne. Há de facto muitas lacunas no Ensino Superior, mas, apesar disso, foram dados alguns passos largos naquilo que já eram há muito reivindicações dos estudantes no último ano. Falo, por exemplo, do aumento do limiar de atribuição das bolsas e do aumento das mesmas, à luz da inflação. Ou mesmo do já tão reivindicado complemento de transporte, que veio colmatar um grande défice já há muito sentido pelos estudantes. Mas, como disse, por muita satisfação que estas conquistas nos tragam, não consideramos ser ainda suficientes estas alterações, tendo proposto novas medidas no nosso manifesto eleitoral. Dentro destas medidas, incluímos alguns possíveis novos complementos, como um para o caso dos estudantes duplamente deslocados ou para o material indispensável ao curso. Ainda objetivamos extensões àquilo que já existe, como um limiar ainda maior para a atribuição de bolsas e maiores valores.
Na sua opinião, as nossas instituições de ensino superior estão a conseguir acompanhar as mudanças no mercado de trabalho e a preparar corretamente os nossos alunos?
Acredito que as instituições de ensino superior caminham para isso, mas se calhar não na velocidade à qual o mundo do trabalho muda e que os estudantes exigem. O método de ensino não é, em muitos casos, o mais inovador ou adequado e as competências trabalhadas e avaliadas não são, em muitos casos, as mesmas que são requeridas no mercado de trabalho. Ainda há um vasto caminho a percorrer e são muitas as áreas nas quais eu poderia indicar défices. Prefiro, no entanto, dar a conhecer aquilo que de bom já se faz no Minho, recorrendo à nossa marca START POINT e dando especial atenção à Summit, uma feira de empreendedorismo com selo AAUMinho, que é justamente a representação da aproximação dos estudantes da Universidade do Minho à realidade laboral, onde estes podem de facto ter este contacto próximo e adaptar mais rapidamente as suas competências ao que lhes é útil nessa nova fase.
E a par do futuro da Associação Académica, desenha também o seu próprio futuro. Porquê Medicina e o que se vê a fazer nesta área?
No meu discurso de tomada de posse tive a oportunidade de refletir um pouco sobre aquele que tem sido o meu percurso pela Universidade: “a jovem de 17 anos que tudo o que queria era entrar no curso de Medicina, pouco pensou sobre aquele que iria ser o seu percurso durante os longos 6 anos de curso. Ora bem, tem ido muito mais para além da saúde, da medicina e da prática médica, tem ido na direção dos jovens, da educação, do ensino superior e do país”. Este é, de facto, um resumo do meu percurso que penso que definirá o meu futuro. Escolhi medicina pelo gosto de trabalhar com pessoas e para pessoas aliado à curiosidade de perceber como tudo funciona. No associativismo tenho a oportunidade de ir para além da medicina, de ir de encontro ao mundo que me rodeia e espero que no futuro consiga conciliar todas estas dimensões da minha vida.
Que “marca” gostaria de deixar enquanto presidente da AAUMinho?
A verdadeira “marca” na Associação Académica é aquela que continua a impulsionar e a suportar a sua atividade futura. A AAUMinho é já, por si só, uma estrutura altamente trabalhada, organizada, inovadora e diversificada. Os objetivos passam sempre por esta se reinventar e se moldar às necessidades dos estudantes de hoje e do futuro. Este ano queremos sobretudo fortalecer as nossas atividades, quase todas a acontecerem pela segunda vez, depois da paragem pandémica, quer na melhoria dos processos, quer na reinvenção das próprias. Além destas “marcas”, acho importantíssimo dar também algum destaque à experiência passada aos dirigentes. No meu percurso, a marca dos ex-presidentes e dirigentes mais experientes moldou também aquilo que eu sou, fora de toda aquela que é experiência universitária ou de vivência. Foi na AAUMinho que aprendi, que ensinei e que tomei, por exemplo, muitos dos bons dirigentes que por cá passaram. É também esta “marca” que quero deixar nos dirigentes que este ano me acompanham.
Uma mensagem aos estudantes da UMinho e aos estudantes do ensino superior?
A mensagem que tenho a deixar aos estudantes pode ser transmitida num simples verbo: “participar”. Participem, interessem-se pelo mundo que vos rodeia e façam parte da mudança. Quer seja na vossa turma, no vosso ano, no vosso curso, na vossa escola ou por toda a universidade, queiram saber mais e conhecer mais realidades, queiram estar um pouco por todo o lado e aproveitar também um pouco do melhor que todos esses lados têm a oferecer. Sejam ativos politicamente em sociedade e não tenham medo de dar a vossa opinião e de defender os vossos interesses, contribuindo para o debate saudável e o alargar de horizontes por parte de toda a Academia.
Texto: Ana Marques
Fotos: Nuno Gonçalves