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Congresso da Sopcom teve palco na UMinho pela segunda vez

A Universidade do Minho (UMinho) recebeu, pela segunda vez, o Congresso da Sopcom (Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação). O evento, decorrido entre 24 e 26 de janeiro, juntou mais de 300 participantes que debateram o tema “Comunicação, Culturas e Comunidades”, destacando-se o facto de muitas das vozes intervenientes sublinharem a falta de tempo para reflexão sobre o papel do jornalismo nas sociedades de hoje.

Coordenado pelo Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) da UMinho, a abertura da 13.ª edição do Congresso da Sopcom coube a Madalena Oliveira, presidente da Sopcom, que assinalou o momento “intranquilo” que o mundo atravessa no geral, bem como a “dramática situação do jornalismo e dos jornalistas” em Portugal, apontando que não deve ser dispensada “uma reflexão mais abrangente sobre o modo como reconhecemos e atribuímos ou não valor a informação de qualidade e à missão de escrutínio público que há muito delegamos em quem escreve a história conjugando o presente como tempo verbal”.

“Movidos por paixão, mais do que pelo prestígio ou por uma aspiração de riqueza, movidos por uma maldita paixão que suporta a precariedade (como também disse Pedro Coelho na abertura do V Congresso dos jornalistas portugueses), movidos por uma paixão mal agradecida, os jornalistas são uma espécie de ativistas de uma cultura de verdade e de liberdade”, afirmou Madalena Oliveira, transmitindo que “colocá-los no centro dos nossos debates académicos não seria, neste Congresso Sopcom, apenas uma questão de oportunidade, mas um dever”, concluiu.

Na impossibilidade de estar presente no congresso, o ministro da Cultura, Pedro Adão, deixou uma mensagem onde relevou a “pertinência” do Congresso, afirmando que “é fundamental haver espaço e tempo para a reflexão”.

Sobre o presente e futuro da comunicação social, patenteou que por vezes se deixa para trás “a responsabilidade e a forma como deve ser pensada e repensada a oferta de comunicação social e do jornalismo em particular”, indicando como causa “a falta de um tempo lento de reflexão” e aconselhando a que “vale a pena regressar ao tempo lento da leitura e da oferta da comunicação também ela própria, trabalhada, lenta e com um ritmo distinto daquela que temos hoje”.

O reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro, sinalizou as ciências sociais como área “seminal” da UMinho há praticamente 50 anos, garantindo que a aposta nas Ciências da Comunicação é “claramente uma aposta ganha”. Apesar disso, frisou que “as apostas não são ganhas para sempre e precisamos em contínuo de nos colocarmos novos desafios, de encontrarmos novas formas de organização, de explorarmos novas dimensões de atividade para que esse ganho seja contínuo”, disse.

O responsável da Universidade assegurou não ter qualquer dúvida sobre a “centralidade”, a “natureza fundamental das relações entre democracia e comunicação social”, afirmando que “uma comunicação social livre é um pilar fundamental das democracias”.

Realçando que “a crise do jornalismo a que estamos a assistir em Portugal é muitíssimo preocupante”, pelo que está a implicar de debilitação da nossa própria democracia, Rui Vieira de Castro apelou a uma “reflexão sobre o atual estado das coisas”.

A Sopcom completou, em 2023, cinco anos de existência e tem hoje cerca de 600 membros.

Texto: Ana Marques

Foto: CECS

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