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ECONOMICUM na Eco-Maratona SHELL







O EconomicUM (carro da Universidade do Minho) tem vindo a estabilizar as suas marcas, tendo feito o correspondente a 967 km/L e 26º lugar em 2006,1195 km/L em 2007 (15º lugar), 1192 km/L em 2008 (16º lugar) e 1162 km/L em 2009, (15º lugar entre os 83 que se conseguiram classificar).


 


Este ano atingiu a marca de1251 km/L (10º lugar entre os 60 protótipos a gasolina que terminaram a prova), uma melhoria significativa, atendendo a que a maioria das equipas obteve resultados muito piores que no ano anterior (por exemplo a equipa vencedora, La Joliverie, piorou em cerca de 25% a sua marca). A razão destes maiores consumos deveu-se às péssimas condições atmosféricas, muito frio e muito vento.


 


No final de Junho a equipa da Universidade do Minho pensa deslocar-se também à prova inglesa de Rockingham.


 


O DESAFIO


 


Este projecto é muito interessante para os alunos de engenharia pois trata-se de uma competição “aberta”, ou seja, com um mínimo de restrições ao desenho, salvo as de carácter de segurança. (largura mínima, travões, cintos, extintor, etc.). Tudo o resto, incluindo o tipo de motor, é livre. Assim pode-se escolher o motor, a sua cilindrada e desenvolvê-lo da forma como cada equipa o deseje.



No nosso caso partiu-se de um pequeno motor de 50 cc de uma “scooter” Honda a 4 tempos. As alterações basearam-se principalmente na modificação do tipo de ciclo termodinâmico usado pelo motor, tendose transformado o original ciclo de Otto no ciclo de Miller. Tal envolveu a alteração radical da abertura e fecho das válvulas e do aumento drástico da sua taxa de compressão, para uns impressionantes 20:1 (originalmente era 10:1). Os sistemas originais de ignição e carburador foram substituídos por um sistema digital que controla a ignição e a injecção, comandado por computador. Uma outra área de desenvolvimento é o controlo de temperatura.



A prova decorre com 3 acelerações (5 s cada) em cada volta (6 min), pelo que o motor terá de ser muito bem isolado para que a sua temperatura se mantenha constante. Este ano um aluno dedicou-se especificamente à melhoria do isolamento do motor.






 


OS PROBLEMAS




Todas estas transformações foram efectuadas, ao longo de vários anos, por inúmeros alunos de engenharia mecânica. Este ano a evolução do motor centrou-se na tentativa de tornar o isolamento eficiente como o do ano anterior, e preparar o carro para a prova, nomeadamente em afinações em banca de ensaio e componentes mecânicos.


 


No que diz respeito a problemas, a prova deste ano correu bem, tendo sido possível a realização das 4 tentativas sem qualquer problema mecânico, tendo sido detectado na última tentativa um problema de gestão electrónica do motor que nos impediu de alcançar o objectivo previsto para este ano de ficar perto dos 1500 km/L.


 


Um dos problemas não relacionados directamente com o veículo foi o estado meteorológico, em que as referidas baixas temperaturas e o vento prejudicaram substancialmente a prestação do carro.


 


A PRÓXIMA PROVA


 


Nos dias 29 e 30 de Junho terá lugar a prova Inglesa em Rockingham. Como a média é de 25 km/h, é de esperar melhores consumos que na prova alemã. Espera-se ainda que o motor continue com a fiabilidade da prova de Lausitzring, tendo para esta prova a equipa a pretensão de resolver o problema electrónico e melhorar as prestações.






 


APOIOS


 


O projecto actual tem mais de 9 anos e foi integralmente financiado pelo Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade do Minho, com ajudas pontuais exteriores, geralmente constituídas pelo fabrico de peças. Para as deslocações às provas tem-se contado com o apoio da Escola de Engenharia e da Universidade do Minho, que tem cedido transporte, além do patrocínio da Câmara Municipal de Guimarães desde há 2 anos, pelo que o carro está decorado de forma alusiva ao evento “Guimarães 2012,


Capital Europeia da Cultura”.


 


Mais uma vez contou-se com o apoio da SEUR que transportou os carros Portugueses e


Espanhóis para a prova alemã.


 


O orçamento para o projecto tem ficado aquém do desejado, tendo coberto pouco mais que as deslocações. O desenvolvimento do carro tem sido realizado, ao longo dos anos, com o esforço de inúmeros alunos nos seus projectos de fim-de-curso e de dissertação da Licenciatura e do Mestrado em Engenharia Mecânica. Parte do desenvolvimento, nomeadamente o do motor, tem sido feito paralelamente com projectos financiados pela FCT.


 


FUTURO


 


A equipa continua a desenvolver (desenhar, projectar e construir) um novo propulsor (UMotor), um motor de ciclo Miller (funcionamento epi-cicloidal) integralmente a fabricar na Universidade do Minho. Este motor está a ser fabricado com técnicas de prototipagem rápida e já se conseguiram peças de fundição com especificações quase finais.


 


Está-se a iniciar um projecto de um novo veículo para correr nesta competição sob as regras de Urban Concept. Esta competição é ligeiramente diferente, pois os carros são de dimensões mais generosas (largura de 1,2 m e altura de 1,2 m), sendo um carro que poderia andar num ambiente urbano. O carro que estamos a planear será homologado para circular na via pública, como quadriciclo, pelo que terá de ter portas, luzes, suspensão e outros atributos de um veículo comercial, podendo transportar 2 pessoas. Este carro está associado a um projecto do programa MIT-Portugal liderado pela Universidade do Minho (o Investigador Principal é o prof. Jorge Martins) e no qual também entram a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e o Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa. Este veículo deverá usar sistemas desenvolvidos neste projecto científico e será um Veículo Híbrido. Deste modo terá um motor de combustão interna, supercondensadores (em substituição de baterias) e um motor eléctrico integrado nas rodas. Como a prova dos Urban Concept inclui 3 paragens obrigatórias, este carro terá regeneração de travagem e um controlo específico de funcionamento híbrido. Dois alunos estão agora a começar o desenho deste veículo, e espera-se que esteja pronto dentro de 2 anos.



Texto: Redacção





(Pub. Mai/2010)

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