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“O Taekwondo tornou-me mais organizado e disciplinado”



 






Com que idade é que iniciaste a prática competitiva do Taekwondo e onde?


Comecei a treinar Taekwondo aos 8 anos e comecei a competir aos 10 anos na vertente de técnica. Na vertente de combate, comecei a competir em provas oficiais aos 13 anos. Desde sempre que treino com o meu treinador Joaquim Peixoto e Pedro Campaniço no Konceito Fitness (Sporting Clube de Braga).


 



Quantas vezes treinas por semana, e quanto tempo?


Actualmente estou a treinar duas vezes por dia, numa média de uma hora e meia por treino.


  


Como é que se deu essa entrada para o Taekwondo? Quais foram as motivações?


Quando tinha 7 anos, os meus pais levaram-me ao Ginásio Koryo (agora Konceito Fitness) para ver as instalações. Devido à vergonha não comecei nesse dia a prática de Taekwondo. Passado um ano a história foi diferente e aí superei a vergonha e comecei a treinar nesse dia.


 



Achas que o taekwondo ajudou no teu desenvolvimento enquanto indivíduo?


Certamente que sim. O taekwondo tem uma filosofia bastante característica onde são incutidos vários valores que são aplicáveis no dia-a-dia. Sem dúvida alguma que o taekwondo tornou-me mais organizado e disciplinado e com um espírito de superação ainda maior.


 


Algumas pessoas associam as artes marciais a comportamentos violentos. O que tens a dizer a essas pessoas?


É natural que se associe essa ideia às artes marciais pois nem toda a gente teve a oportunidade de praticar, ou pelo menos ver de perto, uma arte marcial. Em grande parte essa ideia é transmitida pelos filmes. No entanto, essa ideia não é de todo verdade. O taekwondo, actualmente, além de arte marcial é também um desporto (olímpico). Claramente esta ideia de se associar artes marciais a comportamentos violentos tem vindo a perder força e o taekwondo é já um desporto respeitado por muitos.






 


A maneira como tu lidas com a pressão e a ansiedade antes dos combates é algo que tu consegues trabalhar e treinar, ou simplesmente é algo com que apenas lidas na hora em que entras no tatame?


Hoje em dia, devido ao facto da informação estar disponível de forma mais acessível a todos, os atletas são cada vez mais iguais tacticamente. Devido a isto e uma vez que os atributos físicos podem ser trabalhados e melhorados, a parte psicológica tem cada vez mais um peso mais importante no sucesso de um atleta. Como tal, acredito que este aspecto deva ser tão trabalhado quanto os outros.


 


Este ano lectivo de 2009/2010 foi um ano em que atingiste resultados de grande relevo nas competições universitárias internacionais (bronze no europeu e no mundial). Qual foi o segredo para este sucesso?


Não existem segredos para o sucesso. A única maneira de o alcançarmos é treinarmos bastante e treinarmos bem, encarando as dificuldades como meros desafios.


  


Que diferenças notaste entre o Europeu e o Mundial?


Apesar do Europeu ter tido atletas de grande nível, um campeonato do Mundo é sempre um evento completamente diferente, seja pelo maior número de atletas, seja pelo facto de termos a possibilidade de competirmos com atletas de outros continentes. De qualquer das formas, seja numa prova ou noutra, a sensação de representar o país é indescritível e motivo de bastante orgulho.


 


Em Julho foste eleito na Gala do Desporto da UMinho como o Atleta do Ano, e agora em Outubro estiveste nomeado para Atleta do Ano pela FADU. Qual foi a sensação de subir ao palco e receber das mãos do administrador dos SASUM o Podium?


É sempre uma sensação agradável ser reconhecido pelos feitos alcançados e é gratificante saber que tanto a UMinho como a FADU reconhecem o empenho e esforço dos seus atletas.


 


O facto de viveres e treinares em Braga condicionou a tua escolha de Universidades quando concorreste? Porque?


Sim, ingressar na UM permitiu-me continuar a treinar com os meus treinadores e companheiros de treino. Além do mais, sabia que a UM tinha uma mentalidade bastante aberta quanto ao desporto universitário e que apoiava bastante os seus atletas, com projectos como o Programa TUTORUM.






 



Como é consegues conciliar os estudos com a prática de uma modalidade de alta competição?


Apenas com muita organização se consegue fazê-lo. Temos que aproveitar todo o tempo livre que temos para estudar e ter a matéria em dia.


 



Em Dezembro, conjuntamente com mais umas dezenas de atletas da UMinho, recebeste das mãos do Reitor o Prémio de Mérito Desportivo. Que importância atribuis a este reconhecimento dado pela UMinho aos seus alunos que conseguem conciliar de forma positiva desporto e estudos?


Penso que esta ideia é bastante interessante pois é não só um incentivo aos resultados desportivos como também ao sucesso académico. É mais uma medida que prova que a UM está preocupada e atenta aos seus alunos e atletas.


  


A UMinho iniciou em Portugal um programa pioneiro no que diz respeito ao apoio aos atletas de alta competição, o TUTORUM. O que pensas desta iniciativa e do programa em si?


Esta é uma iniciativa excepcional. Com este programa temos algumas facilidades em termos de comunicação com os professores. Eles são mais compreensivos em relação ao adiamento de testes/entregas de trabalho devido à nossa participação em provas da nossa modalidade. É um peso que nos sai dos ombros e permite-nos estar mais concentrados nos nossos objectivos desportivos nunca prejudicando/esquecendo as nossas metas académicas.


 



Para este novo ano lectivo de 2010/2011, quais são os teus grandes objectivos?


A nível desportivo, os meus principais objectivos são a renovação dos títulos nacionais tanto a nível absoluto como universitário, participar e melhorar as minhas prestações no mundial absoluto e Universíadas. Esta época tenho ainda como grande objectivo a participação na prova de qualificação para os jogos olímpicos e conseguir a qualificação para os mesmos.


 


 


Texto e Fotografia: Nuno Gonçalves





(Pub. Out/2010)


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