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“A empregabilidade dos nossos alunos é de 100%”



 




Como caracteriza a função do Presidente de Escola?

A função de Presidente de Escola, e particularmente de uma escola com esta dimensão e diversidade de projectos, constitui um gratificante desafio. Procuramos a dinamização do desenvolvimento social, tecnológico e económico através da gestão e optimização da actividade de recursos, sobretudo de recursos humanos, altamente qualificados como são os docentes, investigadores e funcionários desta escola.




É um desafio ser presidente de uma escola com a dimensão da Escola de Engenharia (EEUM)?


É de facto um desafio muito exigente, mas quem o abraça, naturalmente, o faz com satisfação, sabendo das responsabilidades que assume ao iniciar o mandato.




Quais são, na sua opinião, os pontos fortes da EEUM?


Os pontos fortes da Escola de Engenharia são os seus docentes e investigadores que, ao longo destes anos, através da sua juventude e dinamismo, traduzem o trabalho desenvolvido com excelência e inovação, o que, naturalmente, tem reflexos na transferência de conhecimento para a sociedade. 




Qual o ponto forte que melhor projecta a Escola de Engenharia
?


É, precisamente, a relação com o tecido industrial e de serviços a nível nacional particularmente, mas também regional e internacional, transferindo a excelência da nossa investigação através dos seus resultados, os quais se traduzem em projectos de ensino com atractividade a todos esses níveis. As empresas e a universidade não estão de costas voltadas. Temos dez centros de investigação, a grande maioria classificados entre “muito bom” e “excelente”.




E os pontos fracos?


Vivemos numa situação de carência de recursos, particularmente na renovação de recursos humanos, a nível de docentes e funcionários que são extremamente importantes ao serviço da nossa missão. Há também, naturalmente, necessidade de mais e melhores instalações para apoiar os projectos e os cursos de ensino.


 


Qual tem sido a evolução da Escola no decorrer destes 35 anos?


A escola é jovem, começou quase do nada, mas tem aumentado os seus projectos de ensino apoiados por um aumento muito significativo da investigação, da interacção com a sociedade, a nível nacional e particularmente a nível internacional. A excelência da investigação tem-nos dado a possibilidade e a capacidade de promover novos projectos. Há que ressaltar o modelo matricial desta universidade, que permite, de forma muito ágil, promover novos projectos sobretudo na interacção entres Escolas e Departamentos dentro da própria universidade.



O que na sua opinião mais a tem feito evoluir?


Naturalmente, a pró-actividade da Universidade e da própria Escola na formação dos seus recursos humanos. Foi de extrema relevância o facto de, desde os primeiros tempos, termos tido uma formação de um corpo de docentes e investigadores com ligações a nível internacional, com um forte investimento ao nível do doutoramento, que trouxeram ideias novas, desafiaram a sociedade e a forma de estar na universidade em Portugal.








O que a caracteriza relativamente às outras escolas/faculdades do país?


O modelo matricial e a forma de estar caracterizam, desde o início, e continua a caracterizar a forte cooperação com a indústria, não para prestar serviços correntes, mas sobretudo aceitando os desafios que a própria indústria, cada vez mais, nos coloca. Portanto, é um fluxo de dois sentidos: nós queremos estabelecer ligação na transferência dos nossos resultados para a indústria e recebemos os desafios da indústria para resolver problemas concretos. No fundo, a engenharia está ao serviço da indústria, dos serviços e de toda a sociedade.




Estes elementos diferenciadores serão motivos suficientes para que os alunos escolham a Escola de Engenharia (EEUM)?


Esta ligação com as empresas é uma garantia de que, à partida, estes alunos, durante a sua passagem curta e de excelência pela universidade, terão já uma ligação com a grande maioria dos potenciais empregadores. Os alunos, ao longo destes 35 anos tiveram sempre uma ligação com a indústria, com as empresas, com os serviços e com alguma componente lectiva já em ambiente de trabalho. Esta cooperação não só promove a transferência de conhecimento, mas para os alunos também permite uma interacção com a vida empresarial. O objectivo é associar a teoria e a experiência dos docentes com a prática de engenharia, com o ambiente que vão encontrar quando passarem para a futura actividade profissional.




O que podem esperar os nossos estudantes de EEUM, em termos de qualidade de ensino?


Os alunos podem esperar um corpo de docentes e funcionários ainda muito jovem, em constante renovação, com uma atitude de proximidade para com os alunos, constituindo uma característica muito positiva desta escola. Essa procura de cooperação da parte dos docentes com os alunos constitui uma marca identitária desta escola, a qual, juntamente com a nossa forte ligação às empresas, garante que os alunos não saem daqui apenas com um “canudo”, mas com uma sólida preparação para o seu futuro profissional. 




O prestígio da Escola tem-se projectado em oportunidades de emprego?


Excepto casos raros, a empregabilidade dos nossos alunos é próxima dos 100%, conforme os projectos. Temos verificado a globalização da empregabilidade dos nossos alunos.




A Escola, como a própria universidade tem sofrido alterações a vários níveis nos últimos tempos. Qual a estratégia da EEUM para os próximos anos?


A Escola de Engenharia está numa situação bastante confortável face aos resultados que tem obtido a diferentes níveis, mas naturalmente, está sempre insatisfeita com os seus resultados. Procura sempre melhorar, na certeza que pode conseguir melhor com os seus recursos. A estrutura organizativa tem-se mantido quase a mesma, ao longo destes 35 anos. Estamos nesta fase a fazer um exercício de reflexão, análise e desenvolvimento estratégico para os próximos dez anos. Procuraremos optimizar a organização, pois ainda há lugar para um melhor desempenho, seguindo também os exemplos positivos a nível nacional e internacional. Neste contexto existem fortes ligações com a Europa e com os Estados Unidos. Ao nível da Ásia e África continua a consolidar-se uma forte ligação de forma muito consistente. Este é o nosso constante grande desafio na procura de uma maior afirmação. Mais do que alargar o espaço que já ocupamos, muito abrangente e diversificado, já somos uma Escola global, queremos reforçar a nossa posição em áreas estratégicas onde temos competências diferenciadoras.




Decorreu recentemente a Semana da Escola de Engenharia 2010. Para além da comemoração

do seu aniversário, quais foram os objectivos
?


Procuramos demonstrar que, de facto, somos uma Escola para a Sociedade. Uma Escola que se liga à sociedade, não só através de recepção dos alunos, mas procurando auscultar a sociedade no respeitante a todos os domínios relacionados com a engenharia. Procuramos promover uma cultura à volta da temática da engenharia, para sublinhar que a engenharia está em todos os passos do nosso dia-a-dia, e da nossa vida. Pretendemos conhecer melhor este propósito e divulgar as nossas capacidades através da nossa interacção com o projecto “Guimarães Capital Europeia da Cultura 2012”.




Englobada no programa realizou-se a “Mesa Redonda: Guimarães Capital Europeia da Cultura 2012”. Qual foi o principal objectivo?


O objectivo foi a promoção de iniciativas de ligação da engenharia à cultura, compreender quais as pontes possíveis e reforçar projectos que já foram lançados desde o início, pelo ex-presidente, actual Reitor da Universidade do Minho. Sobretudo procurar acompanhar este projecto para que seja de longo prazo, que não se extinga com as celebrações de 2012, mas que continue com a nossa cooperação, promovendo Guimarães, através deste evento, a nível nacional e internacional.




A que se deveu o tema “Engenharia para a Qualidade de Vida”?


A engenharia está em todos os nossos passos, desde que saímos de casa até que a ela regressamos. Nós temos vertentes de engenharia desde a mais clássica, a construção, a mecânica, a electrónica, até à engenharia com interfaces com a medicina, como é o caso dos tecidos, fabrico de ossos com materiais artificiais, células estaminais, etc. Temos um instituto, os 3 B´s (bio-materiais), o qual é um centro de investigação de excelência a nível internacional. A engenharia hoje não está só limitada à parte mais clássica. Faz ligações com a qualidade de vida, não só ao nível de infra-estruturas, mas também ao nível do corpo humano. Há um enorme interface entre a Escola de Engenharia e outras Escolas, como a Escola de Medicina. Trata-se da procura de uma investigação de ponta.



´Texto: Ana Coimbra


anac@sas.uminho.pt



Fotografia: NUno Gonçalves

nunog@sas.uminho.pt



(Pub. Nov/2010) 


           

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