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A Universidade do Minho no Século XXI


O futuro da Universidade consolida-se na criação do conhecimento e na forma como o faculta ou transmite. O ensino, a investigação e a prestação de serviço especializado são vectores imutáveis da Missão da Universidade. Mas esta definição não é suficiente. A Universidade tem que ser agente da construção do seu futuro, e o futuro depende da forma como a Universidade demonstrar e for reconhecida pela sua capacidade para ser parceira e motor do desenvolvimento e da inovação.

 

Este não é um percurso traçado por eventos singulares, mas um trabalho construído gradualmente com todos os agentes que contribuem para o desenvolvimento, numa perspectiva de longo prazo.

 

A Universidade pretende contribuir para a criação de uma Região do Conhecimento (no Minho), e vem a desenvolver um trabalho intensivo de levantamento e criação de oportunidades junto dos agentes que participam na construção e materialização deste conceito.

 

A Universidade é A Universidade Sem Muros, e pretende reforçar este conceito em tudo o que ele abarca, seja no funcionamento interno, seja no relacionamento e interacção com o exterior. E vem a colocar marcas que são externamente e internacionalmente reconhecidas nesta orientação. A Universidade do Minho é uma ´´Universidade numa Região´´ e não uma ´´Universidade Regional´´.

 

A Universidade pretende que a Qualidade seja uma marca constante em todas as actividades que desenvolve – no ensino, na investigação e na prestação de serviço, assim como na gestão dos recursos e dos processos que suportam o seu funcionamento.

 

Para que mantenha a capacidade de estabelecer políticas que garantam o desenvolvimento das estratégias a que se propõe, a Universidade requer Financiamento suficiente. A índole programática da afectação do financiamento é tanto mais importante quanto mais restritos são os orçamentos. O aumento e diversificação das receitas são fundamentais para que a Universidade mantenha a sua capacidade para a actuação estratégica, reforçando a sua autonomia.

 

Na ´´equação´´ financeira, a redução ou contenção de encargos constitui um imperativo. A Racionalização da Utilização de Recursos permite garantir o melhor aproveitamento das disponibilidades face ao conjunto de projectos em que a Universidade está envolvida.

 

A definição destes objectivos estratégicos para a Universidade foi veiculada pela Reitoria e informada, definida e discutida em órgãos informais, como o Conselho de Escolas, e em sede dos órgãos de governo, o Senado e a Assembleia da Universidade.

 

Têm sido constituídas várias Comissões, Conselhos e Assessorias, dando corpo à consolidação da reunião de competências em torno de objectivos assumidos institucionalmente. O Conselho de Escolas, o Conselho de Interfaces, o Conselho de Internacionalização, a Comissão para o Suplemento ao Diploma, a Assessoria das TICEs, a Comissão e_UM, a Assessoria para a Energia, a Comissão para o acompanhamento da acção orientada à melhoria das condições de apoio aos Estudantes Portadores de Deficiência, são alguns exemplos.

 

Em todas estas entidades se fizeram e fazem confluir esforços e se envolvem docentes e funcionários, em projectos de carácter transversal e estruturante. As entidades não-formais não são estatutárias, nem se substituem aos órgãos de governo, na sua esfera de competências – a vantagem de não apresentarem carácter deliberativo permite focar na reflexão, na construção de vias de solução e na coordenação.

 

Tendo a Universidade assumido as suas orientações estratégicas, importa que as abra à apreciação crítica e à contribuição externa. Neste sentido, o convite do Reitor a um conjunto de personalidades, em função do seu perfil, culminou com a constituição de um Conselho Estratégico – órgão informal, que assistirá a Reitoria na sua função de avaliação prospectiva e de promoção de oportunidades para a intervenção da Universidade.

 

A constituição do Conselho Estratégico vem dar forma a um dos projectos a que a Reitoria se propunha no desenvolvimento do seu programa de acção.

 

Os elementos convidados a integrar o Conselho Estratégico foram escolhidos pela sua reconhecida experiência e compreensão sobre os vectores que constituem para a Universidade fragilidades ou oportunidades, seja em matérias de desenvolvimento local e regional, seja nos domínios da inovação e transferência de tecnologia, seja na acção cultural, na internacionalização e cooperação, ou no ensino superior. Todas as personalidades convidadas demonstraram empenhamento nesta participação e, como única preocupação, a disponibilidade necessária para o seu efectivo envolvimento.

 

Na sua actual composição, integram o Conselho Estratégico, para além da equipa da reitoria, as seguintes personalidades: Carlos António Alves Bernardo (Vice-Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte), Filipe de Botton (Logoplaste), Manuel Maria Carrilho (ex-Ministro da Cultura), José Luís Encarnação (consultor da União Europeia para a área das Tecnologias de Informação e Comunicação, INI-GraphicsNet), Emídio Ferreira dos Santos Gomes (Agência Portuguesa de Inovação e Conselho de Administração do Avepark), Pedro Merino Gómez (Director Geral de Investigação e Desenvolvimento da Junta da Galiza), António Manuel Rodrigues Marques (Presidente da Associação Industrial do Minho), João Picoito (CEO do Grupo Siemens Communications Portugal), João Maurício Fernandes Salgueiro (Associação Portuguesa de Bancos, ex-Ministro das Finanças), Sérgio Machado dos Santos (Reitor Honorário e Presidente da Fundação Carlos Lloyd Braga), José Manuel Villas-Boas (Embaixador).

 

Com esta composição, a Universidade do Minho é, efectivamente, a primeira Universidade Portuguesa a constituir um Conselho Estratégico não sectorial nem corporativo, no sentido da actividade dos seus membros ou da sua afiliação política.

 

A par da sua reorganização interna, da definição de objectivos estratégicos e da implementação de políticas e projectos que os desenvolvem, a Universidade inova, com a constituição do Conselho Estratégico, em mais uma etapa que a abre à experiência e aprendizagem de uma interacção indispensável, e que se pretende fecunda.

 

 

A. Guimarães Rodrigues

Reitor da Universidade do Minho

Maio de 2005

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