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A Universidade do Minho (UMinho) através dos Serviços de Acção Social da UMinho (SASUM) e a Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM), em cooperação com o Instituto Português do Sangue (IPS) e Centro de Histocompatibilidade da Região Norte, levaram a cabo mais uma colheita, desta vez no Campus de Azurém.
A organização pretendeu elevar bem alto o valor da vida, sensibilizando novos dadores e não deixando passar em branco este dia àqueles que já o fizeram uma, duas ou várias vezes, porque o sangue e como nos referiu Julieta Marques do IPS ”precisamos sempre de muito sangue, é algo que não se pode comprar por isso dependemos sempre da boa vontade de todos os que queiram contribuir e na UMinho verificamos que os jovens estão mentalizados para esta causa. É gente descontraída, aberta ao apelo e claro é disto mesmo que precisamos, sangue novo”.
Na academia minhota a ”onda” de solidariedade apesar do ”senão” que foi a realização da latada no mesmo dia e que segundo Zizina Moreira da organização ”a realização da latada hoje foi bastante mau para os nossos objectivos, queríamos atingir novos máximos, mas assim vai ser difícil pois grande parte do nosso público alvo principalmente os caloiros estão para esta actividade e não vêm fazer a sua dádiva”. Mas mesmo assim muitos foram aqueles que não quiseram deixar decontribuir. Uns jovens e outros menos jovens iam chegando uns de cada vez, demonstrando pelas conversas e pelas suas caras que estavam ali pela causa, com alegria por poder contribuir para o bem de alguém e pensando sempre no futuro pois um dia podem eles precisar. Uma dessas pessoas foi, Octaviano Ferreira (Eng. Civil) ”vim cá porque afinal não custa nada e é para o bem de todos nós. É a minha segunda vez, ouvimos sempre dizer que o país tem falta de sangue e por isso decidi cooperar. Para além de ajudar outros que precisam de sangue para sobreviver, ao fazer esta dádiva sinto-me bem comigo próprio”.
Entre os objectivos da organização estava incutir o hábito de doar nos jovens mas também promover a fidelização dos que já participaram nas edições anteriores, por isso se para alguns foi a primeira vez, como foi o caso da Sara ”foi a primeira vez, vinha com algum receio pois as agulhas fazem-me bastante impressão, mas isto não dói nada e o que digo é que todos deviam fazer a sua dádiva pois iam-se sentir muito melhor consigo mesmos”. Para outros o acto de dar sangue é já um costume, entre os reincidentes estava Rui Santos ”já estou habituado, já nem sei bem quantas vezes já dei, mas foram algumas e sempre aqui na UMinho”.
Em 05/06 e nesta primeira colheita a campanha registou a participação de 189 dadores inscritos e 131 dádivas para análise de medula, barreira quase alcançada com esta colheita que se ficou pelas 186 Dádivas de Sangue e 75 dádivas para análise de medula, mas que segundo a organização se espera ultrapassar na próxima colheita, em Março próximo e com isso conseguir chegar às 1500 dádivas que são a meta traçada para este ano lectivo.
Hoje em dia, dar sangue é cada vez mais importante. Já não é uma questão de obrigação, mas de responsabilidade para com o próximo. O sangue é um bem escasso, fabricado apenas pelo ser humano, por isso quem dele precisa, depende do gesto de cada um nós. Os alunos da UMinho já conhecidos pelas brigadas que se deslocam à academia como tendo uma mentalidade diferente, e como nos disse uma das responsáveis pelas inscrições para a medula ”desta vez as pessoas vêm muito melhor informadas”. Um desses casos de dadores de medula foi Angélica ”Hoje não posso dar sangue mas vim alistar-me como dadora de medula porque sei que há muita gente que precisa e se eu poder ajudar é muito bom”.
A opinião era unânime entre os alunos, salvar vidas, ajudar o outro, contribuir com a sua dádiva é o principal objectivo que leva os estudantes da UMinho a dar sangue. Segundo a responsável do IPSangue, Julieta Marques ”as organizações aqui na UMinho são sempre muito boas, tanto aqui em Azurém como em Gualtar está sempre tudo muito bem preparado, a nível de logística, espaço, são excelentes, penso que por isso também o sucesso das suas iniciativas”.
A UMinho, desde 2001 incitadora destas acções, tem sido uma notável anfitriã, cedendo as suas instalações desportivas e figurando como um excelente ”pulmão” de ar para estas causas, contribuindo com o melhor de si, sangue jovem, saudável, activando no seu público sentimentos por vezes adormecidos, procurando criar hábitos de doação da comunidade em que está inserida.
A aliança entre as várias instituições e associações inseridas tem já um longo historial, inicialmente apenas dirigidas para as Dádivas de Sangue, em 2003 foi introduzida a Recolha de Sangue para Análise de Medula, unindo-se em volta de um mesmo objectivo, ajudar os outros. Um compromisso social que tem sido reforçado de ano para ano com sucesso redobrado.
Em 2006/07 a meta a atingir são as 1500 dádivas de sangue, para esse número contam já os resultados desta primeira colheita que ao todo em Gualtar e Azurém vai com 638 dádivas, mas que no mês de Março e já por resultados de outros anos espera-se que seja melhor e assim que a meta seja realmente atingida.
Ana Marques