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Ciclo de conferências “Tempo e Culturas”

Ciclo de conferências “Tempo e Culturas”, na universidade do Minho nos dias 20 de Novembro e 11 de Dezembro, auditório da Escola, de Engenharia II. Segue em anexo programa e ficha de inscrição.

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Num mundo globalizado, constantemente refeito a partir de trocas e de intercâmbios de informação, fará cada vez menos sentido raciocinar em termos dicotómicos, sendo de prever uma progressiva aproximação entre padrões de uso do tempo favorável à definição de sistemas temporais mais uniformes. Todavia, este projecto parece embater persistentemente nas mesmas diferenças socioculturais que, a seu modo, modelam quer a formulação de regras, quer a sua aplicação.

 

O ciclo de seminários ?Tempo e Culturas?  é multidisciplinar. Destina-se a promover o debate científico sobre a relação entre a cultura e os modos de usar e perceber o tempo. Também incentiva à aprendizagem de metodologias apropriadas ao estudo dos usos do tempo em diferentes sociedades.

 

Participa no primeiro seminário Robert Levine (http://psych.csufresno.edu/levine/)  que é Professor de psicologia na Universidade da Califórnia e, fruto de um trabalho muito extenso de complementaridade com as ciências exactas e sociais, desenvolveu um vasto trabalho sobre o modo como diferentes contextos culturais tendem a produzir diferentes padrões de concepção e de uso do tempo. Levine é neste momento um dos investigadores mais requisitados nesta área, sobretudo porque aplicou métodos inovadores nos estudos que realizou num largo número e países. Escreveu vários livros sobre o assunto, entre os quais ?A Geography of Time ?.

 

Depois de Richard Hall e de Anthony Aveni, é um dos autores que mais proeminentemente estuda e aborda a relação complexa e polémica entre o modo de usar e de pensar o tempo e os padrões culturais de uma sociedade. Na pesquisa sobre a relação entre tempo e qualidade/ritmo de vida, Levine relaciona os modos de vida e os estados físicos mentais dos indivíduos com uma série de variáveis características dos ambientes geográficos em que os mesmos indivíduos residem. Por exemplo, fala de cidades « rápidas » e de cidades « lentas » mostrando que, conforme o local, os actos mais ínfimos da vida quotidiana, como a frequência do uso do relógio, variam em termos do índice de « ruído » da própria localidade. Levine mostra-nos como é possível analisar a qualidade de vida das populações a partir de um estudo sobre o modo como entendem e usam o tempo e constrói índices muito valiosos para essa análise.

 

No segundo seminário participam Jean-Marc Ramos e Manuela Ivone Cunha.

 

 Jean-Marc Ramos é professor na Universidade de Montpellier. É director da Temporalités, uma das revistas científicas europeias mais conceituadas na divulgação das pesquisas sobre os usos e as concepções do tempo. Ramos trabalhou, em concreto, sobre os padrões mais recentes dos franceses no que se refere aos modos de usar e de perceber o tempo, tendo publicado vários artigos sobre esta temática. Além disso, desenvolveu uma metodologia própria para análise dos usos do tempo que começa a ser bastante utilizada: o método Alceste.

Em anexo, infromações sobre programa e inscrições.

 

Manuela Ivone Cunha é professora na Universidade do Minho (secção de Antropologia). O tempo tem cruzado o seu percurso académico destacando-se como uma das dimensões de estudo na pesquisa que realizou em vários domínios. Neste seminário Manuela Ivone debruça-se, em particular, sobre o especial efeito do tempo organizacional de uma prisão sobre a experiência de vida dos indivíduos que a habitam diariamente.

 


 

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