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Um “gigante” do TUTORUM








Humberto Gomes na 1ª pessoa

 

Aluno de Eng. Civil da UMinho e guarda-redes de andebol do Belenenses, Humberto é um dos simbolos do programa TUTORUM. O seu curriculo em termos nacionais e internacionais fala por si: diversas vezes campeão nacional pelo ABC, 5 titulos de campeão nacional universitário pela UMinho e um vice-campeonato europeu, fora as continuas chamadas à Selecção Nacional. Vamos então agora conhecer um pouco mais deste grande figura do desporto nacional e da UMinho.

 

UMDicas – Com que idade é que iniciaste a prática competitiva do Andebol e onde?

Humberto Gomes – Iniciei a pratica de andebol quando frequentava o 7º ano no desporto escolar (12 anos). Andebol federado foi no ano seguinte pois o meu professor de desporto escolar era treinador do SCBraga, o Professor Luís Covas, ele convidou-me e eu fui?

 

U – Porquê o Andebol, e não por exemplo, o “banal” Futebol?

H – Na verdade, quando comecei a jogar era um apaixonado pelo futebol, antes do andebol ainda tentei entrar nas escolinhas do SCBraga, mas como não consegui, resolvi ir para o andebol, pois era um desporto que me agradava muito… e agora o andebol é a minha paixão.

 

U – Qual foi o treinador que mais te marcou no teu processo de formação e porquê?

H – Aprendi muito com todos os treinadores que já tive, mas quem mais me marcou foi o Aleksander Donner, por tudo o que ele me ensinou, os muitos anos que trabalhei com ele e por fim talvez a razão mais importante, a insistência e o querer que ele demonstrou para que eu me torna-se um bom atleta, sem duvida que 70% do que sou hoje devo-o a ele.

 

U – Achas que o Andebol ajudou no teu desenvolvimento enquanto individuo?

H – Claro que sim, para além do desenvolvimento físico, o andebol, tornou-me uma pessoa responsável, honesta, correcta com espírito vencedor. Também o andebol fez com que não caísse nos perigos da vida de hoje em dia. Por fim, tenho muitos e bons amigos no andebol.

 

U – Qual foi o papel da tua familia no teu percurso enquanto atleta de alta competição?

H – O papel da minha família era importantíssima, desde o 1ºminuto que comecei a praticar andebol federado me têm apoiado a 100%. Não tenho dúvidas em afirmar que sem o carinho, apoio e ajuda da minha família, nunca seria o atleta que sou hoje.

 

U – Quantas vezes treinas por semana, e quanto tempo?

H – Treino em média 8 vezes por semana, cada sessão de treino tem a duração de 1h30m e 2h aproximadamente.

 

U – A maneira como tu lidas com a pressão e a ansiedade antes dos jogos é algo que tu consegues trabalhar e treinar, ou simplesmente é algo com que apenas lidas na hora em que entras em jogo?

H – Na minha opinião a ansiedade e a pressão podem ser trabalhadas. Claro que variam de jogo para jogo, mas no meu caso tento lidar antes dos jogos para que depois do apito inicial esteja apenas concentrado no jogo.

 






Nesta partida entre o ABC e o Belenenses, Humberto foi considerado o melhor em campo pela imprensa desportiva

 

U – Pela UMinho já foste diversas vezes campeão nacional universitário e recentemente, vice-campeão europeu. Qual foi o momento mais marcante para ti? E o mais importante?

H – È claro que a primeira vez que fui campeão universitário foi muito marcante, mas claro que ser vice-campeão europeu ficará sempre na minha memória, só quem lá esteve é que sabe o quanto foi saboroso?

 

U – Qual é para ti a grande diferença entre a competição federada e a competição universitária?

H – É diferente. Mesmo que o nível de competição universitária tenha subido uns degraus, a nível competitivo ainda não está no mesmo patamar da competição federada. A competição universitária pode ser dividida em duas vertentes: a primeira é a competição em si, a segunda é a vertente do convívio, que é muito importante. Enquanto que na competição federada trabalhamos com o objectivo único de sermos os melhores, e para ganhar tudo em que o clube a que pertencemos esteja envolvido.

 

U – O facto de teres jogado durante vários anos pelo ABC condicionou a tua escolha de Universidades quando concorreste? Porque?

H – Desde muito cedo que o curso de Engenharia Civil faz parte dos meus planos. Tive a sorte de juntar o útil ao agradável e continuar a trabalhar como atleta de competição e ser um estudante universitário, fazer o curso com que sempre sonhei.

 

U – Para muitos atletas de alta competição torna-se difícil conciliar os estudos com a prática desportiva. Como é que tu consegues gerir esta nem sempre fácil “relação” ?

H – É muito complicado. É necessário muito sacrifício e talvez abdicar de muitas coisas. Eu consegui conciliar mais ou menos no meu 1º ano, mas depois a entrada na faculdade coincidiu com um período muito importante na minha carreira desportiva e tive que optar. Hoje em dia, vivo em Lisboa e a estudar em Guimarães é quase impossível, mas mesmo assim tentarei fazer uma ou outra cadeira, mas?

 

U – Os teus colegas de curso sabiam que és atleta de alta competição? O que é que eles pensavam desse facto?

H –  Imaginavam o quanto devia ser difícil conciliar as duas coisas e talvez por isso davam-me muito valor. Sempre tive o apoio e a ajuda deles quando possível. Sentia que alguns até tinham orgulho por saberem que tinham no curso um atleta de alta competição.

 






Humberto já ganhou tudo o que havia para ganhar no andebol nacional

 

U – A tua primeira ida à Selecção? Como foi?

H – Foi uma experiência inesquecível e inexplicável. Ainda hoje quando estou em campo e ouço o Hino Nacional, o coração parece que vai sair pela boca! Representar a nossa Selecção para mim será sempre um motivo de grande orgulho. Acho que é a realização pessoal de um atleta.

 

U – A UMinho iniciou em Portugal um programa pioneiro no que diz respeito ao apoio aos atletas de alta competição, o TUTORUM. O que pensas desta iniciativa e do programa em si?

H – É uma iniciativa para ser aplaudida e acompanhada por todas as Universidades do País. Só quem é a atleta de alta competição sabe como é importante este tipo de iniciativas. Termos sempre alguém que nos encaminhe e nos ajude dentro do curso é realmente muito bom.

 

U – Em áreas já recebeste apoio através do TUTORUM?

H – Como estou deslocado da Universidade, tenho tido ajuda na marcação e realização de exames, assim como a compreensão e conciliação dos outros professores para a minha situação. 

 

U – Os teus objectivos pessoais actualmente passam por uma carreira profissional no Andebol e os estudos vêm em segundo lugar. Como é que foi tomar essa decisão?

H – Foi uma decisão muito complicada, mas que foi uma decisão muito bem ponderada. Sei que serei capaz de tirar o curso um dia mais tarde (talvez a decisão de os estudos passarem para 1º lugar esteja para breve), e talvez por isso tenha optado pela carreira profissional de andebol.

 

U – Se surgirem convites convites aliciantes do estrangeiro, estarias disposto a deixar tudo para trás?

H – A uns anos atrás talvez sim, hoje em dia não me passa pela cabeça ir para o estrangeiro. Mas se surgir uma proposta irrecusável?

 

 

Texto e Fotografia: Nuno Gonçalves

nunog@sas.uminho.pt

           

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