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Pedro Soares convida a fazer parte da melhor Academia do país







 


Pedro Soares é o actual presidente da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUMinho), este aluno de Biologia Aplicada está à frente dos destinos da AAUMinho desde 12 de Janeiro 2007. Com a responsabilidade de representar os estudantes de uma das maiores academias do país, a motivação e confiança na equipa que o acompanha, domina o seu espírito e mantém-no optimista quanto ao futuro.

 


Quem são os membros desta nova direcção?

São pessoas vindas da direcção anterior, mas também muitas caras novas. É esta diversidade que faz com que uma equipa seja equilibrada, esteja motivada e com o saber – fazer necessário para dar aos estudantes da nossa academia aquilo que merecem.

 

Quais as tuas expectativas em relação a esta nova equipa?

Acredito na equipa, em cada elemento, conhecendo as características de cada um deles. Cada um tem uma característica que o distingue, mas todos têm o mesmo objectivo e motivação. Neste sentido, espero que seja possível pôr ao serviço dos estudantes o que cada uma destas pessoas tem de melhor e materializar as ideias desta grande equipa.

 

Quais serão as grandes diferenças entre a nova e a antiga direcção? Poderá ser considerada como uma continuidade?

Continuidade na medida em que continuaremos a ser inovadores, que trazemos uma experiência do passado que nos permite ter novas ideias e rentabilizar o tempo de uma forma mais eficaz. Contudo, temos elementos novos com projectos diferentes e inovadores. A realidade com que nos deparamos também é diferente, o ensino superior sofre grande mudança e, como tal, a AAUMinho tem de estar preparada de uma forma diferente para esta nova etapa.

 

UMdicas: Por vezes dá ideia que os responsáveis pelas diferentes áreas funcionam cada um por si, concordas?

Não, não concordo. Cada um tem responsabilidades e competências diferentes, mas todos cumprem os objectivos a que a AAUMinho se propõem, trabalhando em conjunto e sintonia permanentes.

 






 

Como achas que é encarada a AAUMinho por parte dos alunos e da comunidade académica?

Um espaço onde se podem apoiar para resolver os seus problemas. E, mesmo, para os mais desatentos alguém que se preocupa com os estudantes durante todo o ano.

 

Que medidas irá a AAUMinho tomar para combater o insucesso e abandono escolar?

O acolhimento deste ano lectivo já foi o início de um projecto que pretendemos continuar no próximo mandato. A AAUMinho e a Reitoria apresentaram um projecto ao POCI de combate ao abandono e insucesso escolar, tendo a AAUMinho ficado responsável por uma das acções de intervenção. O projecto tem a educação não formal como denominador comum a todas as iniciativas, e um dos seus pontos altos será o Congresso “Como ser um estudante eficaz”. Este desafio da educação não formal surgiu depois de uma formação de formadores nos moldes da educação não formal, promovida pelo CNJ. Ir-se-ão, contudo, realizar outras iniciativas no âmbito deste projecto.

 

UMdicas: Quais são as maiores dificuldades que a Associação enfrenta?

P.S- Não gosto de pensar em dificuldades, apenas nas formas de as ultrapassar. Não devemos passar a vida a queixarmo-nos, mas sim a resolver e ultrapassar as adversidades. É claro que o afastamento das sedes dos campi, são um dos obstáculos no que diz respeito à proximidade com os estudantes. No que toca ao financiamento, este ano esta a ser particularmente difícil elaborar o orçamento, uma vez que há cortes muito significativos, relativamente a outros anos. No entanto estamos a fazer com grande rigor e criatividade o possível para minimizar este impacto.

 

Quais as garantias que vocês podem dar a um aluno de que chega à porta da AAUM e os seus problemas são ouvidos?

Todas. Até agora, tanto quanto sei, nunca deixámos de ouvir nenhum aluno. Os departamentos da AAUMinho estão sempre disponíveis para resolver os problemas que lá chegam e os que, por iniciativa própria, vão antecipando.

 

Qual é a vossa receptividade a projectos extra-curriculares independentes promovidos por alunos?

Todos os bons projectos merecem a nossa atenção… Estamos atentos.

 






 

UMdicas: Como é que a AAUMinho é representada no exterior?

Pelo presidente ou alguém que ele delegue, de acordo com a situação e carácter da mesma.

 

Não achas que deveriam ter mais reconhecimento?

Acho que devem ser reconhecidos tal como são: representantes de estudantes para objectivos bem mais específicos do que aqueles que a AAUMinho tem para cada curso.

 

Uma forma de mostrarmos esse reconhecimento é pelo apoio logístico e financeiro que queremos dar aos núcleos no sentido de premiar os seus bons projectos.

 

E em relação às actividades culturais e desportivas, qual é o apoio dado pela AAUM aos grupos e às equipas que representam a academia?

Apoiamos o plenário de grupos culturais e, de forma extraordinária, as actividades que achamos importantes para a UMinho e a AAUMinho. No que diz respeito ao apoio institucional queremos promover iniciativas que aumentem a interacção dos grupos culturais e as cidades. Fazer do Theatro Circo e do Centro Cultural Vila Flor palcos para a nossa cultura é um dos objectivos.

 

Na vertente desportiva a AAUMinho faz o acompanhamento constante dos atletas nas suas deslocações aos torneios de apuramento e às fases finais. Promovemos a prática desportiva e continuaremos a fazer esse acompanhamento no progresso das equipas da AAUMinho. Neste papel o Departamento de Desporto e Cultura (DDC) dos Serviços de Acção Social (SAS) tem um papel importantíssimo. A boa relação entre a AAUMinho e o DDC é muitas vezes a chave para o sucesso do desporto na UMinho.

 

Qual é a tua opinião sobre o novo orçamento de estado e quais foram as consequências deste para a AAUMinho?

Todo e qualquer corte no orçamento das universidades não é visto com agrado por parte da AAUMinho. Acreditamos que o Ensino Superior é uma forma de investimento que traz resultados favoráveis ao nosso país. Por isso, não estamos satisfeitos com os sucessivos cortes orçamentais a que as universidades estão a ser sujeitas. Esperamos que não tenha consequências para a AAUMinho.

 






 

Qual a tua opinião sobre Bolonha? O que está bem e mal neste processo?

O Processo de Bolonha é uma exigente e profunda transformação e uma janela de oportunidades de dimensão europeia. Bolonha visa a implementação de um sistema de ensino que promove a mobilidade e também a empregabilidade do recém-formado. Preconiza-se a estruturação dos graus com base em três ciclos de estudos, licenciatura, mestrado e doutoramento, querendo-se autonomia entre cada um deles. À partida, trará vantagens ao estudante, principalmente, no que diz respeito à mobilidade dentro do espaço europeu. O sistema de ECTS e uma formação idêntica em universidades europeias promovem igualmente a competitividade dos estudantes num nível mais alargado. Introduz-se, o suplemento ao diploma que é fundamental como instrumento de mobilidade e reconhecimento dado que descreve a natureza e o conteúdo dos planos curriculares, o nível de qualificações, assim como presta informações sobre o sistema de ensino superior. Valoriza as competências adquiridas no âmbito curricular e extracurricular, nomeadamente a participação associativa que cada vez mais se afigura como uma boa prática de cidadania.

 

O método de aprendizagem muda, o papel do docente é também revisto, deixando este de ser um mero expositor de matéria e passa a ter de planear com maior antecedência a Unidade Curricular, fornecendo todos os elementos essenciais ao estudo e passando a ter uma presença tutorial constante. O método de aprendizagem segundo Bolonha exige uma maior responsabilização por parte dos novos alunos, aliada a uma nova mentalidade na forma de ensinar e avaliar.

 

Existem alguns problemas por resolver, e umas das questões é a transição e a indefinição relativa ao financiamento dos segundos ciclos. Os estudantes têm-se mostrado preocupados com a saída simultânea de dois anos curriculares, criando desta forma um excedente de oferta de licenciados em determinada área profissional.

 

Há ainda uma longa caminhada a percorrer no que diz respeito ao passar do papel para a realidade de cada Universidade, que somente com muito esforço, trabalho e dedicação de todos poderá ser bem sucedida.

 

 

Em campanha falaste que uma das vossas lutas seria o financiamento do 2º ciclo. Como será equacionada esta luta?

A luta não será equacionada de um ponto de vista isolado, mas de um modo geral. Esta é uma luta comum a todas as Associações Académicas do país uma vez que, o Ensino Superior em Portugal atravessa tempos de mudança. Os cortes orçamentais e a diminuição do número de alunos limitam a gestão das Universidades e podem tornar-se numa das maiores dificuldades com que o movimento Associativo já se deparou.

 

Portanto, pretendemos defender:

– Ensino Superior baseado nos princípios da qualificação e do saber;

– Maior orçamentação do Ensino Superior;

– Diminuição da excessiva comparticipação devida pelo estudante para frequentar o Ensino Superior;

– Financiamento integral dos 2 ciclos de estudos à luz do Processo de Bolonha;

– Melhor e mais abrangente Acção Social escolar nos 2 ciclos de estudos;

– Inexistência do numerus clausus no 2º ciclo;

– A não supressão do estatuto do trabalhador estudante.

 

Uma das propostas da vossa campanha foi a aposta na formação complementar. Em que consistirá esse projecto?

Entendemos que os estudantes devem levar da universidade bagagem suficiente para garantir o seu sucesso profissional e rápida adaptação ao mercado de trabalho. Sabemos que existem dificuldades na adaptação à realidade do mundo do trabalho. Como tal, queremos dar o exemplo, com o Gabinete de Qualidade e Formação que tem como objectivo a promoção de actividades pedagógicas no sentido desta mesma aproximação. Queremos proporcionar cursos de formação para os estudantes em diversas áreas e com diferentes formas de ensino: desde o ensino formal, curso de formação de formadores ou ensino não formal, como por exemplo nas áreas da gestão do tempo, formação de formadores em educação não formal, empreendedorismo. Isto só fará sentido se as competências adquiridas forem reconhecidas em ECTS e no suplemento ao diploma. É assim que queremos tirar partido do processo de Bolonha.

 

Quais são os outros grandes objectivos desta nova direcção?

Pretendemos dar resposta às expectativas e anseios dos estudantes. Entendemos que os estudantes devem e querem levar da Universidade uma experiência única e inesquecível para a vida. Queremos contribuir para isso e desenvolver iniciativas de âmbito recreativo, como são exemplo as Monumentais Festas do Enterro da Gata e a Semana de Euforia, actividades desportivas como a Gata na Praia e Gata na Neve, actividades culturais entre outras. Aproximar a AAUMinho dos estudantes e levá-los a contribuir para a melhoria das actividades realizadas, por meio de inquéritos realizados no final das várias actividades.

 

De forma a garantir uma melhor integração dos colegas de enfermagem, pretendemos criar fortes laços com os mesmos, criando canais de comunicação directos e eficientes, interagindo de forma pró-activa com a Associação de Estudantes de Enfermagem.

 

Será dinamizado o Gabinete de Apoio aos PALOP de forma a ajudar, integrar e interagir com os alunos das comunidades dos países de língua portuguesa.

Faremos pressão para que sejam garantidas melhores condições nas residências universitárias e sejam realizadas as obras necessárias naqueles edifícios, melhorando o bem-estar dos estudantes.

 

Queremos rentabilizar e dinamizar os espaços da AAUMinho de modo mais eficaz. Exemplo disso será a possibilidade de disponibilizar as salas de reuniões da AAUMinho para os núcleos de curso poderem reunir e desenvolver os seus projectos.

 

Fala-se muito da pouca participação dos alunos na vida/acções a actividades da AAUMinho. Porquê este desinteresse e o que fará esta direcção para mudar esta situação?

Diria que a resposta a isto se encontra em tudo o que fui dizendo anteriormente. Com todos as lutas, objectivos e actividades propostos queremos aproximar os alunos da AAUMinho.

 

Texto: Ana Marques


 

Fotografia: Nuno Gonçalves


 

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