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A actividade física, a motricidade e o desporto devem constituir parte integrante na intervenção pedagógica e terapêutica junto da pessoa com deficiência mental, na medida em que assumem um papel determinante nos diversos domínios do desenvolvimento global do ser humano.
Para além dos conhecidos benefícios psicomotores que da participação da população com deficiência mental na disciplina de Educação Física e Psicomotricidade podem advir, parece merecer grande relevância a sua influência no desenvolvimento psico-afectivo destes alunos.
Este estudo tem como finalidade conhecer os benefícios psicossociológicos da Educação Física e Psicomotricidade num grupo de alunos, por meio da comparação entre um período em que tinham a disciplina, com outro em que deixaram de a ter. Para tal, são tidos em consideração os relatos de pais e/ou encarregados de educação, relativamente a aspectos que se prendem com as temáticas das relações sociais, a motivação, a auto-estima e o equilíbrio emocional.
Nesta investigação concluímos que a disciplina de Educação Física e Psicomotricidade, enquanto oportunidade de interacção com os outros, promove as relações interpessoais, a comunicação, a autonomia, a responsabilização pessoal, a adopção de hábitos de exercício físico e de alguns comportamentos socialmente positivos. Contrastando com a tendência da sociedade em geral, que comummente rejeita e exclui a pessoa com deficiência, a Educação Física e Psicomotricidade surte efeitos positivos ao nível da regulação emocional, enquanto estratégia de comunicação e exteriorização de emoções e angústias, promovendo a satisfação física, o bem-estar psicológico, o prazer e o ânimo nas suas vidas. Todos estes aspectos têm uma influência directa no “Eu, nós e os outros?”
Por outro lado, a Educação Inclusiva é hoje um dos desejos de uma sociedade que ainda censura e discrimina os seus deficientes. Maior dignidade, respeito e integração é o que actualmente a educação inclusiva vai procurar propiciar à sua sociedade. O seu maior desafio é transformar as mentalidades preconceituosas instaladas, desencadeando um movimento colectivo capaz de, ao longo dos anos, através da acção de profissionais da educação, mudar este panorama.
Desta forma, é necessário que ocorram algumas alterações e superações na Educação Física Escolar, na medida em que esta, nas escolas destinadas a deficientes mentais, é abordada como educação física especial ou adaptada. Nas escolas ditas ?normais?, é abordada como uma educação física referenciada na biologia e selectividade.
Agora, com nova Lei de Bases do Sistema Educativo, a Educação Física deverá ser leccionada de acordo com as necessidades do aluno, seja ele deficiente ou não, o que vem alterar de forma significativa o olhar para o mesmo.
Com tudo isto, pretende-se que as mentalidades comecem a mudar, começando, assim, com futuros Professores do 1.º ciclo, que terão de vivenciar esta problemática.
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NAIECUM – Núcleo de Alunos do Instituto de Estudos da Criança
Email: naiecum@gmail.com
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