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Enterro da Gata 2007 – Domingo





 


                                                        Fotos disponiveis online na Galeria BIG


No Domingo o palco do Gatódromo esteve entregue às actuações dos multidisciplinares M.A.U. (Man And unable) e dos cabeças-de-cartaz, Blasted Mechanism. Antes da acção principal, a Tuna Universitária do Minho aqueceu as hostes. Depois das fortes chuvadas do dia anterior, o recinto estava completamente enlameado, mas mesmo assim os estudantes da academia minhota não deixaram de comparecer para mais uma noite de festa.


«O coelho vai morrer brevemente»


A primeira actuação da noite pertenceu aos M.A.U. (Man And Unable), que têm vindo a abrir os concertos dos Blasted Mechanism. «Nós estamos com seis ou sete concertos com eles, a abrir a primeira parte», afirmou Luís Sousa, um dos vocalistas do conjunto. Com uma assistência a meio-gás, a banda do coelho não desiludiu e proporcionou um espectáculo irreverente e cheio de momentos altos. O público, entusiasmado pelas sonoridades electrónicas, não deixou de dançar ao som das novas músicas, mas também das mais conhecidas, I Need I Priest ou It´s Lovely. «Neste momento estamos a tocar 60, 70 por cento de músicas novas». A actuação atingiu o clímax quando, no momento de tocar a música Prick I Am, o famoso coelho irrompeu pelo palco levando os estudantes ao delírio com as suas poses sexuais já características.


«O coelho representa um bocado aquelas pessoas que são uma espécie de parasitas à volta dos músicos e à volta de quem cria e que vivem à custa desses mesmos músicos».


No final da performance, os M.A.U. disseram que «o coelho tem se portado bem, mas vamos ter que acabar com ele urgentemente porque nos está a tirar muito protagonismo». Quanto ao público minhoto, os músicos confessaram que «a receptividade foi muito boa mesmo. Choveu o dia todo e mesmo assim estava cheio».


«Dentro desta cabeça mora muita mais gente»


Os Blasted Mechanism são já uma presença habitual nas semanas académicas de todo o país e o Enterro da Gata não é excepção. Pelo segundo ano consecutivo, os alter-egos mais carismáticos da música portuguesa actuaram em Braga e repetiram a dose: um concerto memorável. «Tenho muito boas lembranças do concerto do ano passado», recordou Karkov no final do concerto. A promover o quarto álbum de originais, a banda de Battle of Tribes trazia para este ano um novo aperitivo, o trabalho Sound in Light/ Light in Sound. O público reagiu bem às novas músicas e não parou de saltar ao ritmo das consagradas Karkov ou Blasted Empire. O segredo «se calhar é um álbum novo com músicas “bacanas” e uma história de banda também engraçada, uma carreira fixe, excentricidade, energia, ser louco e passar essa loucuras às pessoas».


À conversa com Karkov e Valdiju, o UMdicas foi tentar perceber mais sobre a filosofia dos Blasted Mechanism.


UMdicas – O vosso concerto envolve sempre uma grande mística. Aonde vão buscar toda essa inspiração?


BM – «A muitos lados e em fases diferentes do processo de criação a sítios diferentes. A nossa inspiração já foi a vulcanologia, também já foi o céu estrelado nocturno e neste momento é um cruzamento de várias coisas. Esta nova fase de Blasted Mechanism, estes novos fatos, o disco também é muito mais rico do qualquer coisa que nós já tenhamos feito até agora. Estes fatos têm uma individualidade tão própria, mais própria do que todos os outros anteriores tinham»


UMdicas – As personagens dos Blasted Mechanism em palco reflectem-se, de alguma maneira, na vossa vida?


BM – Nós vivemos diariamente com estes alter-egos que vocês vêm só uma hora e meia por noite. Nós vivemos com eles todos os dias cá dentro.


Dentro desta cabeça mora muito mais gente. O Karkov é uma multipersonagem e isso nota-se nos discos e vai se notando na criação em termos estéticos que nós vamos ter. Os Blasted são cada vez mais uma entidade criada não só pelos músicos, mas também pela tal família que eu falo. Nesse sentido é impossível separar o criador da criação.


   

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