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António “Professor” Paisana: 20 anos de futsal








 



António Paisana é uma das figuras mais carismáticas do desporto universitário dentro da Academia Minhota. Este docente do Departamento de Produção e Sistemas da Universidade do Minho (UMinho) foi recentemente homenageado na Gala do Desporto organizada pelos Serviços de Acção Social da Universidade do Minho (SASUM) devido ao seu contributo e desempenho no desenvolvimento do futsal, entre muros, ao longo destas duas décadas.



UMDicas – O futsal é a modalidade com mais tradição na UMinho. A que se deve isso?

António Paisana – À conjugação de muitos factores. O futsal é uma modalidade popular. Toda a gente já a praticou em algum momento da vida. Por recreação e os melhores em competição. Existe na Universidade um conjunto de infra-estruturas excepcional. Existe apoio técnico à modalidade. Existem várias competições. A nível interno com vários torneios: ao nível de cursos e ao nível da Instituição (o Troféu Reitor). A nível de inter-Associações Académicas havia o Campeonato Nacional Universitário (CNU) e agora há a Liga Universitária de Futsal (LUF). Para além disto existe há já 14 anos uma equipa federada da AAUMinho que granjeou visibilidade e prestigio para a modalidade internamente, para a Instituição AAUMinho e que constitui um incentivo para os melhores sobressaírem em competição.

 

UMD – Quais são as diferenças entre o futsal que se praticava na década de 90 e o que se pratica agora?

AP – Quando vim para a equipa – no final da época de 1995/1996 – o futsal era menos táctico e as individualidades faziam muito mais a diferença. Era também tudo mais “amador”. Em termos organizativos e de métodos de trabalho técnico/táctico. Mas havia espectáculo e o “mundo” do futsal era mais puro.

 







Professor Paisana com a equipa Vice-Campeã Universitária em 2005/06

 


UMD – A AAUMinho no ano de 2006/07 classificou-se em 3º lugar na Liga Universitária de Futsal (LUF). Os objectivos dessa época foram atingidos?

AP – Penso que sim. A partir de 2005/2006 adoptou-se o modelo de uma equipa de dois projectos: o federado e o universitário. Os jogadores estavam em permanente competição e o ritmo manteve-se elevado ao longo de toda a época. Foi assim que conseguimos um bom apuramento na fase de grupos da LUF e simultaneamente um bom desempenho no campeonato federado. E os resultados apareceram logo nessa época – fomos Vice-Campeões Universitários e ficámos em 5º no distrital. Em 2006/07 manteve-se o modelo e alcançamos o 3º lugar na LUF e o 2º na distrital. Poucas equipas que disputam a Liga seguem este modelo. As melhores tendem a concentrar tudo na Final Four, chamando para esta fase os jogadores federados. Com isto perdem o espírito de grupo para além de alguma sincronização táctica. O segredo das representações da equipa da AAUMinho nas Final Four dos últimos dois anos tem sido exactamente o enorme espírito e empenho colectivo. 

 

UMD – Para esta nova época, quais são os objectivos a atingir?

AP – Esta época queremos naturalmente repetir a presença na Final Four da Liga Universitária e temos mais argumentos para disputar o último jogo… a maior parte dos jogadores da equipa da época passada mantém-se no grupo deste ano e a competição federada em que estão envolvidos é muito mais exigente.

 

UMD – Quem serão os principais rivais da AAUMinho este ano na LUF?

AP – Na fase de grupos a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e o Instituto Politécnico do Porto (IPP), mas é na zona Sul onde penso que estarão os rivais mais fortes: Associação Académica de Coimbra (AAC), Instituto Politécnico de Leiria (IPLeiria) e Universidade da Beira Interior (UBI).

 

UMD – Recentemente houve uma reunião preparatória da LUF em Leiria. O que é foi decidido nessa reunião?

AP – Decidiu-se manter o padrão da competição do ano anterior. Na fase de grupos haverá duas zonas: a Norte que terá seis equipas e a do Sul que terá cinco.

 







Gala do Desporto 2007 – António Paisana recebe o galardão PODIUM como reconhecimento pela sua dedicação e empenho no desenvolvimento da modalidade na UMinho ao longo destas duas últimas décadas.

 


UMD – No ano transacto houve a desistência de duas equipas na zona norte, o ISAVE e o ISMAI. Achas que a LUF vai ser menos competitiva este ano?

AP – É evidente que toda a gente gostaria de ter uma participação mais alargada. No entanto, isso não retirará mérito algum… ao vencedor.

 

UMD – Com a fusão do SCBraga e da AAUMinho no futsal federado, que mais-valia vai retirar dai a equipa que irá competir na LUF?

AP – Muitas. No entanto, há que garantir que o ritmo competitivo da equipa se desenvolva de um modo uniforme entre todos os seus elementos. E isto não se consegue só nos jogos. Todos terão que acompanhar a intensidade dos treinos que naturalmente é mais elevada. Para além disso vamos concerteza colher frutos a curto prazo em resultado de ter – já este ano – alunos do 1º ano da Universidade do Minho a competir no escalão de juniores do SCBraga/AAUMinho. E há muitos outros à porta de entrada da Universidade que estão neste momento a receber formação nesse escalão. O entusiasmo de jogar na Universidade do Minho e/ou representar simultaneamente o SCBraga e a AAUMinho é de facto grande em todos os escalões de formação. E isto é muito bom sinal. Temos encorajado os “miúdos” a continuar os estudos e claro, a escolher a UMinho. Onde poderão fazer as duas coisas: tirar em curso e jogar futsal.

 

UMD – Que balanço faz destas quase duas décadas de futsal dentro da academia minhota?

AP – Serei suspeito nesta resposta… é natural que o balanço é francamente positivo. Vencemos muitas competições e estivemos quase lá em muitas outras… O futsal da AAUMinho é o que tem mais historial e terá mais visibilidade entre todas as academias do País. Foram muitos os estudantes que passaram pela equipa. Acima de tudo gostamos de pensar que contribuímos com alguma coisa para a sua formação, muito para além do simples jogo de futsal. Crucial para o sucesso desta modalidade tem sido o apoio incondicional das sucessivas direcções da AAUMinho ao longo destes anos. Se pensarmos que muitos dos retornos aos investimentos são “invisíveis”, mais se terá que reconhecer esse esforço. O único aspecto que lamento não se ter ainda conseguido é o de não proporcionar mais regalias académicas aos atletas/estudantes que praticam de uma forma tão intensa a modalidade em representação das duas instituições.

 

Texto e Fotografia: Nuno Gonçalves


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