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Bolonha complica vida ao Futsal Feminino










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Processo de Bolonha e o desporto universitário

 

Numa altura em que o Processo de Bolonha está a “todo o vapor” nas universidades portuguesas, e finalmente, mal ou bem, temos uma avaliação contínua, esta no entanto surge como uma “quase inimiga” do desporto universitário. Com uma sobrecarga de trabalhos, e exames a serem efectuados de uma forma regular, torna-se cada vez mais complicado para os estudantes conciliarem os estudos com a prática desportiva competitiva.

 

Se no antigo modelo de ensino, com a avaliação a decorrer durante épocas previamente estabelecidas e em que não havia aulas, o facto de as provas do calendário da Federação Académica do Desporto Universitário (FADU) serem a meio da semana – e fora desses períodos de avaliação – não constituía problema. Agora com Bolonha tudo mudou.

 






 

Ainda antes da partida para Leiria onde iria orientar a equipa, o técnico da UMinho, Anselmo Calais, confidenciou ao UMDicas que estava com sérios problemas em conseguir arranjar um lote de atletas para participar nesta prova. Segundo este, a equipa não se iria apresentar na sua máxima força, visto que diversas jogadoras chave, e com rotina de jogo nos campeonatos federados, tinham, ou trabalhos para apresentar, ou exames a realizar.

 

Urge então equacionar uma forma de harmonizar esta relação entre os estudos e a prática desportiva, para que em última análise no meio disto tudo não saia prejudicado quem mais interessa: o estudante.

 






 

Vida difícil em Leiria… e até lá chegar.

 

Privada do concurso de algumas das suas melhores atletas, lá partiu na manhã do dia 12 de Novembro em direcção a Leiria, a comitiva que iria representar a AAUMinho neste I Torneio de Apuramento (TA) de 2007/08.

 

No seu trajecto até à cidade do Liz, algo de inesperado, e que viria a marcar a performance da equipa no TA, se sucedeu. Um grave acidente na A1 provocou um corte de estrada, e consequentemente, um atraso significativo na chegada a Leiria.

 

Quando a equipa finalmente chegou, só houve mesmo tempo para equipar. O aquecimento iria ser feito com o cronómetro a contar e o placar a marcar. Nesta primeira partida, as atletas da AAUMinho iriam defrontar as suas congéneres da Universidade de Aveiro.

 

Com o árbitro a dar a sinalética para o inicio deste derby universitário, desde cedo se notou algum nervosismo e ansiedade por parte das minhotas. Conjuntamente com Leiria, este era um dos adversários que estavam ao alcance das atletas de Anselmo Calais… e elas estavam cientes desse facto. Com a primeira parte quase a terminar, e quando nada já o fazia esperar, eis que Aveiro faz o 1-0 após saída de pressão.

 

Na segunda parte, tudo na mesma. Muito equilíbrio, ambas as equipas a procurarem o golo, mas havia novamente a ser Aveiro a concretizar. Com 2-0 no marcador, Anselmo Calais arriscou ainda mais e colheu alguns frutos. As suas atletas reduziram para 2-1, mas foram no entanto incapazes de empatar a partida. Ficou-se com a sensação que o resultado mais justo teria sido uma igualdade a duas bolas.

 






 

Frente à equipa da casa, Instituto Politécnico de Leiria (IPLeiria), mais uma vez as minhotas acusaram a pressão e não conseguiram fazer jus no marcador ao seu melhor futsal. A partida ficou marcada pelo domínio das atletas da AAUMinho que no entanto não souberam traduzir em golos a sua maior supremacia. Com o placar electrónico no final dos 40 minutos regulamentares a marcar 0-0, a melhor jogadora em campo acabaria por ser a guardiã leiriense.

 

Na terceira partida deste TA, o conjunto de Anselmo Calais acabaria por fazer a sua melhor exibição da prova. Face à poderosa equipa da Universidade da Beira Interior (UBI), as minhotas jogaram desta vez sem qualquer pressão e conseguiram bater-se de igual para igual com as suas adversárias.

 

Apesar da derrota por 2-1, as atletas da AAUMinho mostraram em campo todo o seu potencial, e que porventura o resultado das duas primeiras partidas não deveria ter sido aquele.

 






 

No último desafio da competição, aconteceu o resultado mais desnivelado dos quatro embates: 3-0. Frente à equipa da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) as coisas até começaram bem para a AAUMinho. Boa troca de bola, situações de golo, mas eis que de repetente as transmontanas fizeram-se valer da sua mais-valia técnica e apontaram dois golos de rajada.

 

Sem nada a perder, Anselmo Calais manda a equipa pressionar mais, e quase colheu frutos. Duas flagrantes oportunidades de golo desperdiçadas e uma bola no travessão da baliza são um bom exemplo disso. E como é certo o velho ditado, “quem não mata, morre!”, a AAUMinho não conseguiu aproveitar, e a UTAD matou a partida ao apontar um terceiro tento.

 

Nesta partida, e há semelhança do que havia acontecido frente a Leiria, a guardiã adversária acabou por se cotar como o melhor elemento em campo.

 

No final, e já em forma de balanço, o técnico da UMinho, Anselmo Calais, em declarações ao UMDicas afirmava que “tinha sido um TA positivo apesar de todas as dificuldades e limitações que tivemos. Desde a falta de disponibilidade por parte de um grande numero de atletas devido a exames e aulas, até ao atraso na chegada ao jogo devido ao acidente na A1. Apesar dos objectivos inicialmente proposto, que passavam por um empate com Aveiro e uma vitória face a Leiria, não terem sido alcançados, a atitude e empenho posto em campo pelas atletas compensou de sobremaneira isto tudo. Agora no próximo TA é tentar levar a equipa ainda mais forte e conseguir um resultado que nos coloque nos lugares que dão acesso à Fase Final dos CNU’s.” 

 

Texto: Nuno Gonçalves


 

Fotografia: Hélder Miranda
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