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A Cerimónia iniciou com a intervenção do Reitor da UMinho, ao qual se seguiu o Presidente da Associação Académica, Pedro Soares. Participou nos discursos ainda, o convidado de honra, o Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, bem como a Dr.ª Maria Cecília Leão, que proferiu a Oração de Sapiência, intitulada “Investigação em Ciências da Vida e Saúde: Promessas e Incertezas, Avanços e Desafios”.
A sessão seguiu com a entrega das Cartas Doutorais aos novos Doutores da UMinho, e ainda dos Prémios Escolares aos melhores alunos, finalizando com a entrega da Medalha da Universidade do Minho aos funcionários mais antigos. O dia foi ainda preenchido com diversas actividades, encerrando as comemorações com o Concerto da Orquestra de Câmara do Minho que decorreu pelas 21h30, no Salão Medieval da Reitoria.
Intervenções criticam governo
O Reitor da UMinho realça o Relatório da Universidade sobre a sua actividade em 2007, referindo que “dá conta de uma Universidade consolidada e bem posicionada” tendo obtido face aos dados históricos de 2006, a melhor avaliação, que significou um acréscimo de 9% no valor do seu Orçamento. A Universidade submeteu à EUA (European University Association) um Relatório de Auto-Avaliação, o qual reconheceu a UMinho como referência internacional no ensino e na implementação do modelo de Bolonha, classificando-a como uma universidade de investigação, e distinguindo-a pela forma como interage com a sua envolvente.
O Reitor falou ainda do novo Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior e da constituição da Assembleia Estatutária, concluída a 27 de Dezembro e da qual fazem parte como membros externos o Prof. Machado dos Santos, Prof. José Encarnação, Prof. Hermínio Martins, Dr. João Salgueiro, e Eng.º Carlos Oliveira.
Como não podia deixar de ser, o Orçamento de Estado foi uma das áreas abrangidas no seu discurso, referindo que “Num contexto de grande restrição orçamental, a Universidade garantiu que a sua actividade futura não fosse limitada pela insuficiência ou desqualificação das suas instalações”, mas que “as condições de financiamento da Universidade prejudicam o seu desempenho, impedindo o investimento em áreas que lhe permitam sustentar a sua reconhecida capacidade de inovação. A sub-orçamentação hipoteca o futuro da Universidade e tem implicações no seu desempenho em prol do desenvolvimento da região”.
“0 Conselho de Reitores considera que não há condições para discutir o orçamento em 2009, enquanto não for possível trabalhar uma solução sustentável para 2008”, revelando que o Primeiro-Ministro, manifestou a determinação do Governo de aumentar o nível de investimento no Ensino Superior em 2009.
Neste momento de grande inquietação, os sucessos da UMinho também não foram esquecidos, entre eles, a primeira posição da UMinho em Portugal no número de bolseiros seleccionados pelo Programa Alban, e terceira universidade europeia. Os mais de 1.000 estudantes de doutoramento e a produção em 2007 mais de 750 artigos científicos em revistas catalogadas no Institute of Scientific, bem como a integraçãoda UMinho em todos os projectos internacionais de formação, MIT, Carnagie Mellon, Austin e Harvard.
Em relação ao desporto a UMinho é mais um sucesso, “organizou em 2007 as fases finais dos Campeonatos Nacionais Universitários (CNU´s), evento que contou com mais de 1.800 estudantes e técnicos, 97 equipas de 35 Associações. A época terminou com 20 medalhas de Ouro, 13 de Prata e 23 de Bronze. Em termos internacionais, a Universidade do Minho esteve presente nos Campeonatos Europeus Universitários de Badmington, Ténis de Mesa Masculino, Voleibol Feminino e Andebol Masculino, tendo-se sagrado, pelo segundo ano consecutivo, Vice-Campeã Europeia Universitáriade Andebol MAsculino. Estiveram ainda presentes 3 estudantes na Universíada de Bangkok onde a estudante/atleta de Enfermagem da Universidade do Minho, Jéssica Augusto foi medalha de Ouro, tornando-se a primeira mulher a conquistar uma medalha de ouro, a terceira para Portugal, em 24 edições deste evento. A Universidade do Minho tem uma organização desportiva que mobiliza actualmente mais de 8.200 pessoas em 65 modalidades desportivas diferentes, sendo reconhecida como um modelo de referência na organização e qualidade de prática desportiva no Ensino Superior em Portugal”.
Guimarães Rodrigues terminou dizendo que “Os tempos de mudança são necessariamente exigentes”, mas que a UMinho “encara o Futuro com a confiança da sua posição solidamente construída e reconhecida, e da sua cultura de qualidade sedimentada”.
Já Pedro Soares na sua intervenção falou essencialmente do trabalho que tem sido realizado pela AAUM em cooperação com a Academia, referindo que “Olhando para trás penso que a Universidade do Minho e a Associação Académica já realizaram uma boa caminhada”. O financiamento também mereceu a atenção do Presidente da AAUM, realçando “a incoerência entre as premissas das intenções politicas expressas pela tutela e as decisões adoptadas”.
Pedro Soares conferiu ainda algumas palavras de alento para com a Reitoria “Como estudante, confio na Universidade do Minho, e convido-os a prosseguir no compromisso da qualidade e da excelência rumo ao futuro”.
O convidado de honra, Carlos Lage teve uma intervenção bastante dura para com o Governo, apelidando-o de “avarento”. O Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN) respondeu assim às queixas que o Reitor proferiu sobre o Governo em relação aos constrangimentos financeiros, fazendo votos para que o Governo seja menos avarento para com as universidades, “Compreendo muito bem o embaraço, as dificuldades e as lamentações a que estão sujeitas as universidades e espero que o Governo seja menos avaro para com as universidades”.
Carlos Lage não se ficou por aqui, a situação da região Norte não passou despercebida, referindo que “Tudo parece conspirar contra o presente e o futuro desta região”, havendo a ideia que “é uma região irremediavelmente pobre e votada ao declínio”. Porém, “é no Norte que há a maior densidade populacional, é onde há uma área metropolitana muito forte, é onde há médias cidades, como Braga e Guimarães, de referência, é onde há um foco de industrialização relevante”.
Texto: Ana Marques
Fotografia: Nuno Gonçalves