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UMinho sem luz devido a corte orçamental







 

Os alunos da UM votaram em Reunião Geral de Alunos (RGA), no passado dia 6, contra o documento proposto e votado em Assembleia da República (AR), no que convém ao Ensino Superior, e sugeriram soluções plausíveis para os problemas inerentes ao documento.

 

Pedro Soares, presidente da AAUM, foi o responsável por assumir que a prática governativa prejudica o Ensino Superior. O Governo aumentou em 2% o Orçamento dado este ano às Instituições do Ensino Superior, mas a verdade é que este Orçamento continua a ser escasso, devido aos aumentos financeiros das Universidades. Ou seja, segundo Pedro Soares, há uma má distribuição, uma proposta de financiamento injusta para o Ensino Superior.

 

Na conferência de imprensa encontrava-se um cheque gigante, passado com a quantia de 20 milhões de euros. Esta quantia está guardada pelo Governo, é um fundo reservado para o Ensino Superior, mas que só é distribuído num caso de crise grave em alguma Instituição.

 

Ora, o que os alunos da UMinho reprovam é que se guarde este fundo, que não seja distribuído aquando da divisão do Orçamento. Se há Instituições sem dinheiro suficiente para sobreviver, o que se deveria fazer, era prever esses casos e não ficar à espera, pois se não têm dinheiro a meio do ano, possivelmente também não teriam no início.

 

Pedro Soares fala num atentado à autonomia científica das Universidades. O Governo não deixa que cada uma siga o seu rumo, não premeia a competitividade e a boa gestão. O problema não será só a crise e a falta de dinheiro para as Universidades, mas também a tentativa de “ter as Universidades mais próximas do Ministério, para não incomodarem o Governo”, tal como dizia o cheque exposto na conferência.

 

No que concerne à Universidade do Minho, os alunos pedem um horário alargado da biblioteca. Com Bolonha são necessárias condições, espaços, que neste momento não existem, devido à falta de financiamento, e estão a prejudicar a qualidade de ensino. “A UMinho é uma Universidade em crescimento, com qualidade e que está a desenvolver trabalhos louváveis a todos os níveis, mas o Governo não olha a casos em particular. Não dá valor”, segundo o presidente da AAUMinho, ao bom trabalho.

 

A propina, que é a única receita própria da Universidade, está congelada no valor máximo, e se esta, mais o orçamento dado pelo Estado não chega para fazer face às despesas, como pagar os salários dos docentes, por exemplo, a U.M poderá entrar numa fase negra, como tem acontecido com muitos outros estabelecimentos do Ensino Superior.

 

Como o futuro é ainda mais assustador, já que as alterações de 2009/10 voltarão a afectar o Ensino Superior, na última RGA os alunos decidiram escrever e enviar uma moção ao Primeiro-ministro, engenheiro José Sócrates, e a todos os ministros, a falar da situação específica da Universidade do Minho.

 

Se a AAUM, em representação de todos os alunos da UMinho não obtiver respostas satisfatórias acerca do OE de 2009, e devido às insuficiências orçamentais, propõe o encerramento da Universidade, durante o período de 22 a 27 de Dezembro de 2008, para assim se poupar energia e conseguir pagar o subsídio de Natal aos docentes.

 

Obviamente que é uma mensagem irónica, pois não há uma conta real do que se poupará em energia, e se cobrirá os 20% do subsidio de Natal que está em falta. Pedro Soares preocupou-se em frisar, que esta medida não vai prejudicar o percurso académico, visto que será durante o período de férias.

 

Para pôr a par todos os alunos da UMinho da discussão instalada, serão distribuídos e postos nos tabuleiros das cantinas, panfletos a explicar a situação. Assim os alunos ficarão conscientes que o pedido de qualidade que clamam, como o alargamento do horário da biblioteca, tem como “tendão de Aquiles” o Governo e não a Universidade.

 

Caso para dizer, ao que chegou o Ensino Superior!          

 

Texto: Marina Mota

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