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“Os investigadores da Universidade e os Directores dos Centros estão de parabéns”









 


A Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), divulgou recentemente os primeiros resultados da avaliação das Unidades de I&D, referentes a 2007/2008, colocando a Universidade do Minho (UMinho) no topo da classificação do sistema científico nacional, com sete unidades classificadas com Excelente e oito com Muito Bom, confirmando a excelente performance científica da UMinho.

O que significam estes resultados para a UMinho?

 

Significam que o esforço e a aposta que a Universidade fez no aumento da qualidade da investigação deram os seus frutos. Os investigadores da Universidade e os Directores dos Centros estão de parabéns.

 

Qual foi o processo para se chegar até aqui?

 

É necessário salientar que em 2002 havia um número bem pequeno de Centros com Muito Bom e nenhum Centro com Excelente. Os primeiros Centros classificados com Excelente só apareceram na avaliação internacional de 2003 – tivemos 6 Excelentes nessa altura e 9 Centros com Muito Bom. Entretanto foram criados, em 2007, 2 Laboratórios Associados que absorveram 3 dos Centros que tinham obtido Excelente em 2003. Ficaram assim por avaliar 3 Centros com Excelente e restavam 3. Pois bem, a amplidão do feito pode avaliar-se quando fazemos as contas desta maneira: tendo sobrado 3 centros com Excelente e 9 Centros com Muito Bom, num total de 12, passámos a contar com 7 Centros com Excelente e 8 com Muito Bom, num total de 15. Aumentámos em 4 o número de Centros com Excelente. Há quem diga que a Universidade do Porto tem, no conjunto das Faculdades, 16 Centros com Muito Bom ou Excelente. Se isso é um facto, não nos esqueçamos de que o número de Centros, de investigadores e de alunos da Universidade do Porto é duas vezes maior que na UMinho.

 

É claro que houve um processo para se chegar até aqui. Por um lado, houve a implementação de políticas neste sentido. Note-se que as políticas, para serem bem sucedidas, devem ter algum suporte financeiro. Recordo que a Reitoria disponibilizou verbas especiais para a reconversão de Centros de Investigação de pequena dimensão e que a reconversão das unidades foi acompanhada de perto pela Reitoria. A reconversão, que durou mais de dois anos, foi maior do que se julga. Houve mexidas profundas em vários Centros das Ciências Sociais, da Economia e Gestão, das Ciências e da Engenharia. Por outro lado, fomentou-se a publicação científica em língua estrangeira, nomeadamente em Inglês, mas não só, colocando a Reitoria à disposição dos investigadores ajuda na edição e revisão linguística, o que possibilitou um aumento do número de publicações científicas em cerca de 120 artigos no conjunto de 2006 e 2007. A Universidade assumiu ainda centralmente a comparticipação institucional no reequipamento científico abrindo à sua comunidade científica a possibilidade de utilização de equipamento altamente sofisticado, cujo potencial só se fará sentir verdadeiramente a partir de 2009. Fomentou-se ainda a internacionalização da Universidade, convidando sistematicamente professores de renome, aprofundando assim uma actividade há bastantes anos desenvolvida pela Fundação Lloyd Braga através das cátedras Lloyd Braga e promovendo a realização de congressos internacionais de grande impacto.

 







 


Diferente da estratégia do governo em relação ao orçamento das universidades, a FCT premiou aqueles que desenvolveram um bom trabalho, ou seja, uma investigação de qualidade. Isto irá proporcionar um aumento substancial do orçamento para a investigação. Quais serão as prioridades?

 

Apenas no corrente ano alcançámos verdadeiramente o estatuto de Universidade de Investigação, na medida em que ultrapassámos dois indicadores característicos desse estatuto. Concretamente, atingimos e ultrapassámos a produção de 1 artigo internacional por investigador e por ano, assim como atingimos e ultrapassámos o valor de 1 projecto financiado por investigador equivalente a tempo inteiro. Temos de aumentar ainda mais o valor deste indicador e sobretudo evoluir na qualidade dos artigos científicos publicados. Há índices de qualidade que só agora estão a despontar. Esta foi a primeira vez em que, num só ano, foram publicados por investigadores da UMinho, 2 artigos na revista Science e 1 artigo na revista PNAS. Este é o caminho que queremos ver percorrido por mais investigadores da UMinho em todas as áreas do conhecimento. Se assim for, não tenho quaisquer dúvidas de que teremos mais projectos europeus financiados trazendo para a UMinho mais visibilidade internacional.

 

 

Como responsável pela área da investigação. Quais são os objectivos para o futuro?

 

Recentemente propusemos a criação de cátedras convidadas destinadas a atrair grandes investigadores de renome internacional. Por outro lado, os programas Ciência 2007 e Ciência 2008 trouxeram para a Universidade investigadores internacionais de grande qualidade. A UMinho concorreu a um número apreciável de Bolsas de Iniciação à Investigação para alunos do 1º Ciclo de Estudos, cerca de uma centena. Se juntarmos a tudo isto a quantidade significativa de equipamento científico que foi adquirida e que poderá ser usada por todos os investigadores, poderemos almejar a um grande aumento de produção científica e de visibilidade da UMinho. Assim, se neste ano de 2008 foram produzidos mais de 900 artigos internacionais, dos quais 3 em revistas de muito grande impacto, não é impossível ambicionar, para 2010, a produção de 1000 artigos, nos quais se incluirão 5 artigos em revistas de muito grande prestígio.  

 

Texto: Ana Coimbra


 

Fotografia: Nuno Gonçalves


 

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