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“Nasci e cresci aqui, não fazia sentido escolher outra universidade.”





 
 


Com que idade é que iniciaste a prática competitiva do voleibol e onde?


 Com 12 anos, na Escola Secundária de Maximinos.


 


Achas que o voleibol ajudou no teu desenvolvimento enquanto indivíduo?


Sim, foi e continua a ser uma prática muito importante na minha vida. Aprender a trabalhar em equipa é uma mais-valia enorme.


 


Qual foi o papel da tua família no teu percurso enquanto atleta de alta competição?


O apoio dos meus familiares foi crucial. Inicialmente, a sua envolvência resumia-se a levarem-me aos treinos e jogos e só eles sabem como é difícil para um adulto ter tanta disponibilidade. Mas com o tempo também eles passaram a acompanhar a minha jornada, e agora é costume verem os meus jogos e perguntarem pelas atletas.


 


Quantas vezes treinas por semana, e quanto tempo?


 Treino cinco vezes por semana, cerca de duas horas por dia.


 


A maneira como tu lidas com a pressão e a ansiedade antes dos jogos é algo que tu consegues trabalhar e treinar, ou simplesmente é algo com que apenas lidas na hora em que entras em campo?


Penso que, pelo facto de ter jogado tantas vezes e ter tido tantas experiências dentro de campo, a minha maneira de lidar com a pressão foi melhorando. Agora não penso mais nisso. Ainda sinto aquelas borboletas na barriga, mas com o decorrer do jogo já nem me lembro disso.






 


Qual foi o momento mais alto da tua carreira até ao momento?


È uma pergunta difícil? Ser campeã nacional é das melhores sensações para um atleta. Confesso que ter jogado na Final da Taça de Portugal pelo Sporting Clube de Braga foi também uma experiência única.


 


Quando é que foi a tua primeira vez de quinas ao peito e contra quem? Qual foi a sensação?


Foi contra a equipa de Espanha, em 2008. Apesar de não ter sido um jogo oficial, encarei-o como tal. Ouvir o Hino Nacional é um momento mágico, mas não consigo descrever melhor a sensação.  


  


O que é que representa para ti a Selecção A?


Representa, primeiramente, todo o meu país: quando se joga pela Selecção, temos de dar o nosso melhor porque, na verdade, estamos a representar o nosso povo. Por outro lado, e a nível pessoal, representa um reconhecimento do trabalho árduo e do suor que investimos em todos os treinos.


 


O facto de competires pelo teu SCBraga condicionou a tua escolha de Universidades quando concorreste? Porque?


Claro, não me imagino a jogar noutro clube. Nasci e cresci aqui, não fazia sentido escolher outra universidade.


 


Qual é para ti a grande diferença entre a competição universitária e a federada?


A maneira de encarar o jogo é diferente, as equipas são diferentes… Contudo, sempre que entro em campo, quero ganhar e faço tudo o que estiver ao meu alcance para atingir o meu objectivo.


 






A UMinho é campeã universitária em voleibol feminino há já quatro anos consecutivos e alcançou dois sextos lugares em europeus universitários. Agora contigo na equipa é para lutar pelo pódio no europeu?


É óbvio que eu vou dar tudo o que tenho para ajudar a minha equipa. Todas (atletas da UMinho) queremos que a Universidade chegue o mais longe possível.


 


Para muitos atletas de alta competição torna-se difícil conciliar os estudos com a prática desportiva. Como é que conseguiste gerir até ao momento esta nem sempre fácil “relação”?


É tudo uma questão de organização e (não posso mentir) algum sacrifício. Não saio com os meus amigos tanto como gostaria, não estou com a minha família tantas vezes como gostaria? Mas foi uma decisão minha, e não estou arrependida de nada.


 


O que é que te levou a optar pela Licenciatura em Medicina?


É um curso muitíssimo interessante e espero que me traga alguma estabilidade no meu futuro.


 


Os teus colegas e professores sabem que és atleta de alta competição? O que é que eles pensam disso?


Os meus colegas sabem, um ou outro professor também. Os colegas apoiam-me sempre e percebem a importância que o voleibol tem na minha vida. Quanto aos professores, penso que não estão tão receptivos mas sinto que posso contar com a ajuda deles em qualquer altura.


 


A UMinho iniciou em Portugal um programa pioneiro no que diz respeito ao apoio aos atletas de alta competição, o TUTORUM. O que pensas desta iniciativa e do programa em si?


Penso que é uma óptima iniciativa e seria fantástico se todas as outras universidades a adoptassem. Quantos atletas abdicam da sua prática desportiva por não se sentirem suficientemente apoiados pelo seu estabelecimento de ensino? Há que apostar nestes programas, pois a alta competição pode ser algo muito enriquecedor na vida dos estudantes.


 


Já recebeste apoio através do TUTORUM? Se sim, de que forma?


 Ainda não, mas espero receber no futuro.


 


Os teus objectivos pessoais passam por uma carreira profissional no voleibol ou os estudos vêm em primeiro lugar?


Neste momento, concentro-me nos dois. Acho que prefiro pensar no presente? 


 


Texto e Fotografia: Nuno Gonçalves

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