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“Sucessos culturais extra-muros de alunos da UMinho”





 
 


Carla Cortez e o Fado


No passado dia 20 de Novembro decorreu a “Grande Noite do Fado de Braga 2010”, evento que teve como grande vencedora uma aluna da UMinho – Carla Cortez, que foi contemplada com o primeiro lugar num ano em que o “FADO” está proposto a património imaterial da humanidade.


 


Uma conquista que foi para si “importante e motivadora”, não só pelo reconhecimento do seu trabalho e divulgação do Fado, mas também pela “vontade de continuar a promover e a fazer chegar o Fado a todos os quantos o queiram receber”.


 


Carla Cortez de 24 anos é estudante de Engenharia de Materiais da UMinho, curso escolhido “pelo gosto das áreas que abrange e pelos conhecimentos que confere em cada assunto”. Natural de Barcelos tem formação musical (5º grau incompleto) e em instrumento (piano) certificados pela Academia de Música de Barcelos. Sempre gostou de música e adora cantar, algo que lhe dá prazer e felicidade como hobby.


 


Tendo começado a estudar música, no Conservatório de Música de Barcelos com 10 anos, cantar em público aconteceu apenas com 20 anos, contando já com diversas participações em festivais e encontros de música, diversas presenças em eventos quer de cariz social , cultural e solidário, e com algumas distinções e galardões (mais âmbito do Fado). No inicio deste ano apresentou também candidatura ao festival da Eurovisão com 2 temas.


 


 A descoberta do fado surge “motivada por pais e amigos”, significando para si “verdade, é o sublimar da alma e dos sentidos”. O fado está cada vez mais presente na sua vida “completa-a”.




Para o futuro Carla pretende concluir a sua formação académica, continuar o seu trabalho na área da produção, interpretação e divulgação musical e lançar e divulgar o projecto “Traçados do Fado”, entre outros.


 






Sara F. Costa e a escrita


 


Outra das alunas da UMinho que tem conseguido o sucesso fora de “muros” é Sara F. Costa.


A finalizar o mestrado em Estudos Interculturais: Português/Chinês, é também colaboradora do ILCH no ensino de português como língua estrangeira.


 


Recentemente (Dezembro) obteve o Prémio Literário “José Luís Peixoto 2010”,  na modalidade de poesia, na categoria de concorrentes de países de língua portuguesa, não naturais de Ponte de Sôr.


 


Sara é uma jovem sanjoanense que veio estudar para a UMinho e que a meio do percurso foi estudar para a China. Para além da dinâmica académica, sempre se envolveu em actividades, como o teatro, o clube de literatura japonesa (bungaku), fez artes marciais na UMinho e também escreve.


 


Foi este gosto pela escrita “tenho uma relação muito íntima com as palavras”, algo que tão bem sabe fazer que a tem feito “brilhar”. A partir dos quinze anos começou a achar que muito do que escrevia tinha um “carácter divulgável”. Foi a partir daí que decidiu concorrer a prémios literários nacionais, nomeadamente o Prémio Literário da Serra da Lousã, “o qual ganhei, vendo assim a minha obra publicada”. O livro chama-se “A melancolia das mãos”.

 

A publicação do segundo livro também foi fruto de um certame literário, em S. João da Madeira e chama-se “Uma devastação inteligente”. Para além desses, já obteve duas vezes o Prémio Revelação Manuel Maria Barbosa du Bocage, em Setúbal, a 1ª Menção Honrosa no Prémio Natércia Freire, participou na colectânea de contos D. Sancho I (Quasi), mas aqui na modalidade de contos. Recebeu em 2005 o Prémio Literário Correntes d’Escritas / Papelaria Locus (Póvoa do Varzim). Também participou em colectâneas internacionais, nomeadamente nas colectâneas dos premiados do  Concurso Internacional de Poesia Castello de Duino em Trieste, Itália.




O Prémio Literário recebido recentemente, “José Luís Peixoto” é um prémio que privilegia sobretudo a “inovação e quase a subversão, ou seja, aposta em coisas que se atrevem a ousar e não está tão ligado a padrões clássicos de qualidade literária”. “É um risco, por um lado, mas também é interessante e para mim este prémio está algo ligado a uma renovação na poesia, a dar a voz a uma geração que vem aí afirmar-se mais cedo ou mais tarde”.


  


Afirmando que “não foi a poesia que influenciou a escolha do curso”, “se o fosse teria ido para Estudos Portugueses e Lusófonos”, Sara diz que o gosto pela escrita advém “de um fascínio por conhecer formas diferentes de perspectivar o mundo, de deslocar o meu eu”.


 


O futuro é para si ainda muito incerto “prefiro não pensar muito nisso”, mas de uma coisa tem a certeza “duvido que a escrita deixe de estar presente na minha vida”. A aluna de mestrado em Estudos Interculturais tem ideias de fazer “alguns trabalhos de tradução de poesia chinesa”, já que é também uma forma de interligar estas duas facetas e “gostaria de prolongar o meu percurso académico”.






 


Pedro Silva, único português na Orquestra do YouTube


 


O trompetista Pedro Silva, finalista da licenciatura em Música na UMinho, é o único português a integrar a Orquestra Sinfónica do YouTube. Os 104 elementos desta orquestra mundial, quatro deles trompetistas, foram eleitos após várias audições na Internet e têm o concerto de estreia a 20 de Março, na Ópera de Sydney, Austrália. Pedro Silva, de 20 anos e natural de Santa Maria da Feira, já tinha sido escolhido para integrar a The Worlds Orchestra 2010/11. 


 


“Estou ansioso pela primeira actuação, porque é uma nova experiência e vou aprender muito mais. Todos os músicos sonham tocar em grandes palcos e será uma honra ser orientado pelo maestro Michael Tilson Thomas”, diz Pedro Silva. A distinção deixou-o “surpreendido”: “Sempre tive alguma esperança em ser escolhido, mas não pensava ser possível entrar num projecto deste nível”. A sua formação na UMinho decorre em regime pós-laboral, o que “traz vantagens, fica-se com todo o dia para estudar e crescer musicalmente”.


 


A Orquestra Sinfónica do YouTube nasceu em 2009 como a “primeira orquestra colaborativa do mundo”. Os intérpretes prestam provas em vídeo, são avaliados via Internet por um júri que escolhe os finalistas e estes são votados online pelos internautas. Na primeira edição concorreram 3.000 músicos de 70 países, sendo escolhidos 94, entre os quais o violinista português Tiago Santos. Em 2010 candidataram-se cerca de 10.000 intérpretes e o júri escolheu 336 finalistas, incluindo quatro portugueses – a flautista Ana Carina Sousa, o violinista Nuno Vasconcelos, o trompetista Luís Duarte Moreira e o oboísta Samuel Bastos.


 


Pedro Silva frequenta o 3º ano da licenciatura em Musica na UMinho, área de Interpretação, variante de Instrumento (Trompete), com os professores Vasco Faria e Pierre Dutot. Iniciou os estudos aos 11 anos na Tuna Musical de Fiães. No ano seguinte ingressou na Academia de Musica de Santa Maria da Feira, onde esteve até 2007. Concluiu o 8º Grau no Conservatório de Musica de Fornos há dois anos. Participou em diversos masterclasses, sob a orientação de John Aigi Hurn, Steve Mason e Spanish Brass luur Metals. É membro da Banda e Orquestra Sinfónica de Santa Maria da Feira e do quinteto de metais Feira Brass. Participou em estágios da Orquestra de Câmara do Minho, da Banda Sinfónica da Covilhã e tocou a solo com a Orquestra Sinfónica do Conservatório de Fornos. Fez várias digressões Internacionais, nomeadamente a Espanha, Brasil e Alemanha.


 


Texto: Ana Marques




(Pub. Fev/2011) 

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