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O galardão foi atribuído pela Sociedade de Infecciologia Pediátrica pela
melhor publicação da área nos últimos dois anos. O estudo centrou-se em doentes
com gastroenterite aguda (GEA) e demonstrou que em mais de metade dos casos
analisados a causa predominante foi o rotavírus, responsável pela morte de
meio milhão de crianças por ano no mundo.
O trabalho usufruiu de uma bolsa do Laboratório Sanofi-Pasteur-MSD e
envolveu a colaboração de especialistas do Laboratório Europeu de Vigilância de
Vírus Entéricos e de Infecção por Rotavírus, na Grã-Bretanha, e do Serviço de
Patologia Clínica do Hospital de Braga. O projecto teve como objectivo analisar
as fezes dos pacientes, com idade inferior aos 15 anos, que recorreram às
urgências dos cinco hospitais do Minho – Braga, Barcelos, Famalicão, Guimarães
e Viana do Castelo.
Esta foi a primeira investigação nacional multicêntrica na área sobre
genótipos, que são o código genético do vírus. O Hospital de Braga, onde também
trabalha a investigadora, poderá vir a surgir como uma ?referência nacional
para genotipagem de rotavírus e outros vírus intestinais, analisados através do
método Reacção de Polimerização em Cadeia?, acrescenta Henedina Antunes. O seu
trabalho ?G2P[4] o genótipo mais frequente na ?Rotavírus season de 2007? numa
população europeia não vacinada? revela também que os genótipos variam
constantemente e que a vacinação deve ser eficaz para todas as estirpes,
em especial para o G2P[4].
Gastroenterite
aguda tira a vida a 500 mil crianças por ano
Os sintomas da gastroenterite aguda são a perda de apetite, náuseas, vómitos,
diarreia, cólicas e mal-estar no abdómen, podendo provocar uma desidratação nas
pessoas já doentes, nas crianças e nos idosos. O rotavírus é o maior agente
causal da gastroenterite aguda, provocando a morte anual de 500 mil crianças. A
GEA é uma patologia muito frequente nos primeiros anos de vida, tanto em países
industrializados como em vias de desenvolvimento. Em Portugal é causa de grande
morbilidade, internamentos e gastos no sector da saúde.
“Este é mais um estudo multicêntrico do Minho que é premiado. Mostra que
quando os profissionais se unem para desenvolver investigação na área clínica e
na medicina, os resultados têm interesse mundial, e são publicados e
citados”, diz. “O Dr. Pita Gróz Dias é uma figura incontornável na
Infecciologia Pediátrica Portuguesa e é uma pessoa que admiro e estimo, o que
ainda mais me satisfaz ter sido distinguida. Todos os profissionais envolvidos
estão de parabéns e as crianças e os pais que aceitaram participar
agradeço-lhes mais uma vez”, reforça.
Henedina Antunes licenciou-se e doutorou-se em Pediatria, na Faculdade de Medicina
da Universidade do Porto. Desde Agosto de 2008, é investigadora no ICVS da
Escola de Ciências da Saúde da UMinho. É chefe de Serviço de Pediatria no
Hospital Escala Braga.
Contactos:
Dra. Henedina Antunes | E-mail: henedinaantunes@gmail.com
(Pub.Jun/2011)
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