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Plano de Contingência da UMinho contra a gripe, informa-te e previne-te







 

O UMdicas foi conversar com o responsável e saber do que consta este Plano, o que já foi e está a ser feito, bem como saber a sua opinião quanto a este caso de saúde pública. Presentemente apenas algumas medidas foram implementadas e outras estão em curso no que se refere à prevenção, o Plano propriamente dito só será activado em caso de pandemia e por instruções superiores. Como nos refere o responsável “não devem haver atitudes alarmistas, pois apenas contribuem para instalar o pânico”.

 

UMdicas – A UMinho tem preparado algum plano de contingência de combate à gripe A?

João Monteiro – A UMinho já tem preparado um plano de contingência desde Julho, que foi um plano de contingência por excesso (em termos de cautelas). Será de notar, neste contexto, que um plano de contingência é um documento dinâmico, que tem que se ir adaptando à realidade.

O que está a acontecer, neste momento, é que há muita especulação e muito exagero sobre o que é a gripe A. Como se tem visto, muitas personalidades de renome com conhecimento sobre estes assuntos de saúde já dizem que esta gripe é menos perigosa que a gripe do ano passado. A gripe sazonal matou, o ano passado, 8000 pessoas, este ano ainda não matou ninguém em Portugal. O único problema desta gripe é que se transmite com alguma facilidade.

 

Quais são os principais objectivos do Plano?

Garantir que tudo funcione, dentro do que for possível, da melhor forma possível. Os planos de contingência existem para minorar o contágio da Gripe A e as consequências de uma eventual pandemia. É o caso das aulas, por exemplo, podemos ter aulas à distância, alterar calendários escolares, etc.. O encerramento de instalações não está previsto e uma decisão de encerrar resultará sempre de uma determinação superior.

 






 

Quais foram as linhas de orientação seguidas?

Temos permanentemente um grupo de trabalho, com oito pessoas, em funcionamento. Este grupo é liderado por mim e inclui os Serviços de Acção Social (SASUM), os Serviços Académicos (SAUM), o Gabinete de Relações Internacionais (GRI), a Escola de Enfermagem (ESE), a Escola de Ciências da Saúde (ECS), a Direcção de Recursos Humanos (DHR) e os Serviços Técnicos (STEC).

 

O que fizemos foi enviar um questionário a todos os Serviços e Escolas, cujas respostas constituem a base do próprio plano de contingência, ajudando a definir o que será possível, ou não, fazer. A título de exemplo, Serviços como o Gabinete de Sistemas de Informação (GSI), Serviço de Apoio Informático à Aprendizagem (SAPIA) ou o Serviço de Comunicações (SCOM), não podem parar, seja através da afectação de novos recursos, seja com trabalho à distância. Existem também requisitos específicos para cada Escola. Para as secretarias funcionarem pode haver rotação de funcionários. O plano geral é, em grande medida, a compilação dos planos individuais de cada Serviço e Escola, incluindo depois questões mais globais.

 

No que toca a um possível encerramento, e como já referi anteriormente, será sempre a Reitoria a decidir, conforme especificações do Ministério da Saúde.

 

Em termos de actuação, quais são ou vão ser as principais medidas adoptadas?

Como medidas, procedemos à colocação do gel (desinfectante) nas instalações, à utilização de novos produtos por parte da empresa de limpeza. Vão agora começar a ser colocados os toalhetes, e estamos a tentar manter as portas de acesso às casas de banho abertas, por causa das maçanetas. As maçanetas das portas e o ar condicionado não facilitam a prevenção mas, se for detectado algum foco, prevê-se que toda a ventilação seja desligada. Isto poderá levar a que alguns trabalhos (científicos ou pedagógicos) tenham que ser interrompidos, etc. De qualquer modo, estamos cá para analisar as situações caso a caso.

 

È também importante referir o cuidado que se deve ter com objectos muito partilhados, como é o caso dos teclados (dos computadores, dos pontógrafos, etc.) e dos ratos. As pessoas devem ter o cuidado de depois da utilização dos mesmos lavar as mãos.

 

Produtos como o pó desinfectante para as mãos poderão também vir a ser utilizados mas, nesta fase, ainda não vemos a necessidade de recorrer a essas medidas.

 

Está prevista alguma medida de emergência?

Medidas de emergência adicionais para o caso da gripe A serão sempre tomadas na sequência do que vier a ser indicado pelo Ministério da Saúde. Não podemos, por exemplo, obrigar ninguém a não estar presente no seu local de trabalho. Podemos apelar ao civismo das pessoas e, se alguém com suspeita de contágio estiver no seu local de trabalho, pedir uma junta médica, que terá a competência, que nós não temos, para determinar alguma coisa.

 

Uma outra medida de emergência passa pelo facto dos SASUM terem já previstos locais para, se for necessário, os alunos deslocados poderem estar de quarentena. Neste contexto, será naturalmente assegurada a sua alimentação e acompanhamento mas, mais uma vez – e apesar de estar certo de que poderemos contar com a melhor colaboração de todos – não poderemos obrigar as pessoas que não quiserem lá ficar a fazê-lo. Temos também previsto, no plano de contingência, e em casos extremos, a possibilidade de utilizar os recursos da Universidade, como os recursos humanos (alunos e docentes) da enfermagem e da medicina, para administrar vacinas, fazer algumas intervenções, etc.

 






 

Temos para a semana o Acolhimento aos novos alunos. Vão haver medidas específicas para esta situação?

Desde logo, vai haver a distribuição de panfletos a toda a comunidade académica, por decisão central do Ministério da Saúde, que os distribuiu a todas as universidades. Estamos a encetar esforços para que estes panfletos sejam distribuídos via directores de curso, com o objectivo de serem distribuídos, não só aos novos alunos, mas a toda a comunidade académica, incluindo alunos e não alunos.

 

Em relação às praxes, há alguma proibição ou alteração imposta?

Para evitar na recepção aos novos alunos que a UM faz foi difundida já uma circular. Por outro lado, e no âmbito da responsabilidade cívica individual, quem assistir a situações que possam ser propícias à propagação da gripe, deve alertar para a situação, quer as pessoas envolvidas quer, se a situação se mantiver, a Reitoria, que tomará as devidas medidas. Isto pode, e deve, ser feito por parte de qualquer docente ou funcionário, porque se trata de uma questão que exige responsabilidade colectiva.

 

Tem conhecimento dos casos existentes até agora na UMinho?

Até agora, o único caso identificado formalmente foi aquele que é já do conhecimento geral, e que foi divulgado nos jornais e televisões, de um aluno estrangeiro, brasileiro, que foi contagiado em Espanha, penso que em Junho ou Julho. Neste momento o aluno está curado e não houve qualquer problema de maior. Este foi o único caso conhecido até agora, apesar de não ser impossível que outras pessoas ligadas à Universidade possam ter tido esta gripe, por exemplo, durante o período de férias.

 

 Neste contexto, reitero que é importante é fixar o seguinte: a gripe A transmite-se rapidamente mas o nível de perigosidade é dos mais baixos que há. A pior coisa que pode haver é pânico; não serve de nada.

 

Que mensagem quer deixar à Academia?

Acredito que não há qualquer razão para pânico. Temos medidas tomadas, houve reforço de limpeza e foi assegurado detergente adequado para a lavagem das mãos, que é o mais importante. Por outro lado, todas as declarações que temos ouvido das entidades e personalidades ligadas aos sectores da saúde vão no sentido de combater o alarmismo.

 

Mais informações em:


 

Texto: Ana Coimbra    


 

Fotografia: Nuno Gonçalves


 

(Pub. Set./2009)

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