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Nuno Martins licenciou-se com distinção em Matemática, em Julho de 2004, pela UM. Ao longo dos anos de licenciatura amealhou cinco prémios de mérito (um em cada ano), atribuídos pela Universidade, sendo que no final da graduação foi distinguido pelo Governo Português como melhor aluno de Matemática na UMinho. Curiosamente, ao fim de cinco anos de trabalho exemplar, e com várias portas abertas, fez uma pausa, “para estudar as diferentes áreas do conhecimento que não dominava” afirma.
Considerando a licenciatura como o “começo” de toda uma aprendizagem que se realiza ao longo da vida, Nuno revela ser muito importante “continuar fascinado com o conhecimento humano (…) e querer melhorar o mundo”. Foi precisamente esta premissa que lançou este jovem promissor na busca das melhores tecnologias para resolver “grandes problemas da humanidade”.
A constante evolução da tecnologia constitui um dos factores essenciais para esta tentativa de superar os males do mundo, em particular no que respeita às condições básicas necessárias a uma existência digna. É na busca dessa evolução tecnológica que Nuno Martins trabalha, pois, como nos explica, “a tecnologia robótica pode ajudar-nos a construir casas para quem precisa de forma económica, rápida e flexível (…) e as tecnologias de comunicação podem ajudar-nos a fazer diagnósticos médicos a populações que vivam em áreas remotas”, entre outras.
Foi neste sentido que Nuno se candidatou à Singularity University, uma instituição de ensino com espírito inovador, que procura reunir um conjunto de líderes que estudam as melhores formas de desenvolver as tecnologias e “espera estimular ideias e soluções inovadoras para resolver alguns dos mais urgentes desafios da humanidade”, reforça o investigador. “O objectivo da SU é o de melhorar a vida de mil milhões de pessoas em dez anos (…) foi com esse objectivo, e por causa dele, que decidi entrar neste projecto”, acrescenta.
Numa primeira fase, estudou os principais problemas da humanidade e posteriormente, num terceiro e último momento, o objectivo proposto passava pela execução de um projecto que pudesse ajudar mil milhões de pessoas em dez anos. Neste âmbito Nuno Martins desenvolveu, conjuntamente com o seu grupo de trabalho, um plano que se propunha solucionar o problema que afecta um quarto da população mundial, a falta de habitação, água potável, saneamento ou electricidade. Nuno desenvolve, “o meu grupo propôs desenvolver-se e comercializar-se um sistema robótico que permitirá construir uma casa de betão em apenas dois dias, custando um terço do preço actual, usando um terço da energia, e praticamente sem produzir lixo”. O sistema poderia ainda ser adaptado às realidades de cada país e dá primazia à utilização de materiais locais.
O projecto ?ACASA? que tem em vista a construção de casas em apenas dois dias valeu a Nuno Martins o prémio de melhor projecto da SU, atribuído pela Finantial Times.
Estas distinções são olhadas com duplo contentamento, em primeiro lugar porque “vai acelerar o processo de comercialização da tecnologia de impressão de casas”, revela, e por outro, porque “de certa forma provei ter valido o investimento”, ou seja, justifica o facto de Nuno ter sido também um dos poucos alunos a receber a bolsa completa para ingressar a SU.
A vida deste jovem não se resume apenas aos livros. A sua passagem pela UMinho fica também marcada pelo seu percurso desportivo. Além de ter representado a UMinho de forma brilhante, nos poucos tempos livres, Nuno procura não descurar um estilo de vida saudável. Tendo completado, além de um curso de nutrição, diversas formações relacionadas com desporto, nomeadamente natação, ténis, culturismo, musculação e aeróbica, Nuno Martins goza, hoje, da liberdade de planear os seus próprios treinos.
Texto: Francisca Fidalgo
(Pub. Jan/2010)