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Aluno do mestrado em Jornalismo é dirigente associativo há três anos. Tendo dirigido o Departamento de Comunicação, Divulgação e Imagem e nos dois anos seguintes teve como cargo a tesouraria da AAUM. Luís Rodrigues é também um dos quatro representantes dos alunos no Conselho Geral da Universidade do Minho.
Ser presidente da AAUM era um sonho ou algo que aconteceu por acaso?
Foi algo que aconteceu naturalmente. Não sendo um sonho, também não posso dizer que foi obra do acaso, uma vez que veio no seguimento do trabalho desenvolvido ao longo dos últimos três anos e indo de encontro às expectativas das pessoas e das equipas com quem fui trabalhando.
O que te levou a apresentar a candidatura?
Os estudantes, a defesa dos seus interesses e direitos e a Universidade do Minho são por si só razões mais do que suficientes para ter apresentado a candidatura. Claro que a actual conjuntura do ensino superior – e do próprio país – e uma equipa motivada, capaz de pôr em prática todos os objectivos, significaram para mim factores extraordinários para me apresentar como candidato a presidente da AAUM.
O que significa para ti ser Presidente da AAUM?
Acima de tudo, uma responsabilidade e um desafio.
Quais as linhas orientadoras que propões para dirigir a AAUM?
A AAUM tem-se distinguido a vários níveis e crescido exponencialmente ao longo dos últimos anos. Se por um lado, é necessário dar continuidade a este crescimento, por outro, temos sempre que perceber se estamos a ir ao encontro das expectativas dos nossos colegas.
A promoção da prática desportiva e a excelência das nossas organizações – afirmando-nos cada vez mais, como a grande referência no desporto nacional universitário – a promoção de dinâmicas sociais e recreativas, projectando o Enterro da Gata a nível nacional e internacional e constituindo-o como uma imagem de marca e um dos eventos de eleição da própria região, e o desenvolvimento de práticas culturais no seio da academia são alguns dos vectores por onde nos pretendemos guiar.
Que inovações pretendem incutir no seio da AAUM?
A criação de um Gabinete do Empreendedor, bem como do Departamento de Apoio a Núcleos, são duas das novidades das quais – a breve trecho – pretendemos ver resultados efectivos.
Já era dirigente associativo há três anos. Quais as maiores dificuldades que encontraste no exercício das tuas funções na AAUM?
Nem sempre é fácil conseguir-se conciliar o gosto pelo associativismo com as exigências do curso, mas com algum espírito de sacrifício e com uma boa gestão do tempo, consegue-se encontrar o equilíbrio necessário.
Na tua opinião quais devem ser as atitudes fundamentais do Presidente de uma Associação Académica?
Qualquer dirigente associativo deve ter a capacidade e a disponibilidade para ouvir os seus colegas. Só assim, pode responder às suas necessidades.
Pensas que este percurso de dirigente associativo será relevante para a tua formação enquanto indivíduo?
Hoje, tenho a certeza que a minha formação ficaria extremamente empobrecida sem o contributo que o associativismo representou. Não só ao nível da preparação para o mercado de trabalho mas, fundamentalmente, incutindo valores e conferindo experiências que marcam qualquer indivíduo.
Este trajecto será fundamental para os teus projectos futuros?
Não necessariamente. Tem-me aberto novas sensibilidades e interesses. Tem contribuído muito para a minha formação, mas não depende dele o meu futuro. O jornalismo continua a ser o meu projecto futuro.
A área política é uma meta?
Enquanto representar estudantes, a área política numa lógica partidária nunca será uma meta.
Falaste no decorrer da campanha que esta seria uma direcção de continuidade. Em que aspectos?
Seria, em certa medida, uma direcção de continuidade por reunir alguns elementos da anterior direcção da AAUM e porque me identifico com o trabalho que foi desenvolvido pelo Pedro Soares nos mandatos anteriores. Da mesma forma, poderia dizer que esta é uma direcção renovada, pois conta com vários elementos novos (delegados, dirigentes de núcleos, colaboradores…).
Uma das apostas feitas foi uma política de aproximação aos estudantes. Como é que isso será feito?
Fundamentalmente, privilegiando alguns veículos de comunicação vitais, como os delegados de curso, os núcleos e os grupos culturais. Para isso, contamos promover e dinamizar alguns fóruns de discussão, como as reuniões de delegados, as assembleias de núcleos e o plenário de grupos culturais.
Ao mesmo tempo, a comunicação é um vector fundamental para esta aproximação. E aqui, não descurando os suportes físicos tradicionais, pretendemos optimizar algumas plataformas como a AAUM TV, o Site www.aaum.pt e a comunicação através das redes sociais.
Foi anunciada a criação do Gabinete do Empreendedor. Qual será a função deste e de que formas apoiará os estudantes?
O Gabinete do Empreendedor visa dotar o Departamento de Saídas Profissionais de uma vertente inovadora, capaz de contrariar a actual conjuntura económico-social do país, proporcionando aos estudantes as ferramentas necessárias para que possam capitalizar os seus projectos e competências adquiridas ao longo do percurso académico.
Este ano houve um aumento de 16 milhões de euros para as bolsas de estudo, anunciado pelo Governo, será suficiente para o ensino superior público?
Não sei se será suficiente. O ideal era nem existir esta verba. Significava que as famílias não precisavam. A certeza que temos é que as famílias e os estudantes precisam, e isso prova-o o estudo encomendado pela AAUM sobre o custo de vida de um estudante na Universidade Minho.
Quanto ao reforço de cem milhões de euros no financiamento das universidades e politécnicos públicos, qual a tua opinião sobre isto?
Pode significar algum conforto para as instituições de ensino superior que, ao longo destes anos, para fazer face às suas despesas, penalizaram sucessivamente os seus estudantes. É altura de se repor alguma justiça social.
A AAUM já há muito ambiciona vir a ter uma nova sede. Prevês o seu lançamento para o teu mandato?
Tem havido um esforço enorme da parte das anteriores direcções da AAUM para concretizar este objectivo, reunindo já cerca de 700.000 euros para lançar definitivamente este projecto. Entendemos que a nova sede trará um conjunto alargado de mais-valias para os estudantes, pelo que continuaremos – em parceria com a reitoria – a trabalhar para que a curto prazo se consiga materializar esta prioridade.
Qual a tua opinião em relação à actual Reitoria?
A Associação Académica sempre se posicionou como uma parceira da Reitoria, entendendo que desta relação só podem resultar mais-valias para a Universidade do Minho e para os seus estudantes. Nesta lógica, a Reitoria poderá sempre contar com uma associação cooperante, responsável e com um sentido institucional muito forte, que não só defenderá os interesses dos estudantes, como da Universidade.
Texto: Ana Coimbra
Fotografia: Nuno Gonçalves
(Pub. Fev/2010)
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