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Fotos brevemente disponiveis online na Galeria BIG
Este evento destinou-se, como é habitual, aos jovens adolescentes, que passaram três dias e duas noites dedicados à construção, programação e personalização de um robô autónomo móvel. Uma vez terminadas estas três fases, tiveram lugar algumas competições que colocaram à prova os robôs de cada grupo.
Para além da vertente tecnológica, os participantes tiveram oportunidade de realizar várias actividades desportivas, tais como golfe, mergulho com botija de oxigénio, xadrez, basquetebol, futsal, entre outras. A oferta extendeu-se também ao campo cultural, com a actuação ao vivo da banda “Dynamite Trust”, da “Tuna Afonsina”, dos “Bomboémia”, entre outras actividades.
Na edição deste ano, participaram 110 equipas, tendo muitas outras ficado em lista de espera. Cada equipa era composta por quatro elementos, o que se traduziu em 440 participantes, provenientes dos mais variados pontos de Norte a Sul do país. A faixa etária predominante esteve entre os 12 e 17 anos, tendo o participante mais novo 6 anos e o mais velho 56 anos.
Um grupo constituído por 120 voluntários colaborou na formação dos participantes, nas actividades lúdicas e desportivas, bem como na logística necessária a este tipo de evento.
António Cunha, Reitor da Universidade do Minho, bem como António Magalhães, Presidente da Câmara Municipal de Guimarães, estiveram presentes na sessão de abertura.
Da parte de António Cunha, a Roboparty merece rasgados elogios. “Este é um evento muito interessante pelo elevado número de participantes que envolve e, sobretudo, pela excelente divulgação que faz da tecnologia em geral e da robótica em particular. Acresce que a RoboParty é um evento consolidado que começa a fazer parte do calendário de diversas escolas secundárias, o que lhe confere um estatuto único no contexto nacional.”
O Reitor considera ainda que, para além de se divulgar a tecnologia produzida na academia minhota, sai reforçado o prestígio do próprio estabelecimento de ensino superior. “Este evento prestigia a Universidade do Minho, reforça a sua ligação com Escolas Secundárias e cria laços com estudantes de maior potencial para as áreas tecnológicas, promovendo uma atitude de procura da descoberta, essencial às actividades de inovação e de investigação. Acresce que a difusão da cultura científica é algo que a Universidade deve assumir como parte integrante da sua missão e que o RoboParty desempenha de forma brilhante e entusiasmante.”
Tendo em conta o sucesso deste evento, António Cunha considera que este exemplo é para ser seguido. “A RoboParty é um bom exemplo e uma receita de grande sucesso. O objectivo de ligação à sociedade de divulgação científico-tecnológico é muito bem conseguido, dentro de um leque de escalões etários muito alargado. Esta atitude de abertura à sociedade deve ser seguida por outros departamentos. No entanto, a receita para o conseguir será muito dependente da especificidade da área científica em causa.”
Nas novidades da edição deste ano, estiveram incluídas uma área de demonstração com vários robôs, desde um que era conduzido por um hamster, através dos seus movimentos, até um carro que percorria uma pista de forma autónoma, obedecendo a semáforos e passadeiras, passando ainda por um braço industrial capaz de executar várias tarefas, entre outros. Houve também espaço para a solidariedade, uma vez que foram expostas adaptações de brinquedos para crianças com paralisia cerebral.
Para Fernando Ribeiro, professor do Departamento de Electrónica Industrial da Universidade do Minho e responsável pela organização deste evento, a RoboParty tem uma oferta variada. “O grande objectivo é ensinar os jovens a construir robôs, motivá-los para a ciência e tecnologia, proporcionando alguma diversão. Foi dada uma formação sobre montagem dos robôs, entregámos as peças e eles dedicaram-se à montagem. Foi também ministrada uma outra formação, sobre a programação dos robôs, surgindo, por fim, as provas robóticas. Houve também uma palestra sobre actuadores, e outra sobre controlo de robôs, ambas direccionadas aos mais jovens, com vídeos e fotografias, sem uma vertente ‘demasiado científica’.”
Para Fernando Ribeiro, esta é uma boa forma de divulgar o curso de Engenharia Electrónica Industrial e Computadores. “A média para entrar no nosso curso tem subido ano após ano. Não será só por causa desta actividade, mas estará relacionada com ela, com certeza.”
Sobre o futuro da robótica, o professor apontou um caminho, em especial. “No futuro, serão cada vez mais importantes as tarefas domésticas, uma vez que a população europeia tem uma média de idade cada vez maior e os robôs podem ajudar essa população mais velha a executar determinadas acções.”
O organizador deste evento referiu também quais as metas para o futuro da RoboParty, não deixando de fazer o balanço da edição deste ano. “Para o futuro, importa mais a qualidade do que a quantidade. Queremos aceitar mais equipas, embora sejam necessárias outras condições. Muitas equipas ficaram de fora. O balanço é extremamente positivo, os participantes mostram-se divertidos a construir os robôs, qualquer problema foi encarado com ânimo, porque houve sempre voluntários prontos a ajudar.”
Foi possível notar o entusiasmo dos participantes neste evento, que lhes permitiu tomar contacto com experiências e tecnologias que, muitas vezes, não lhes são disponibilizadas nas suas escolas. Os professores e alunos agradeceram. E os robôs também.
Texto: João Nogueira Dias
Fotografia: Nuno Gonçalves
(Pub. Fev/2010)
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