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Dádiva de Sangue “acolhida” como ritual de iniciação à responsabilidade social






 



Sendo esta uma Campanha de Dádiva de Sangue “especial”, pois pela primeira vez foi inserida na semana do acolhimento aos novos alunos da UMinho, a iniciativa marca um ponto de viragem e um novo conceito de praxe – induzida para o bem comum. Um gesto que a AAUM pretende que embora voluntário seja da “praxe” na UMinho.


 


A ação decorrida hoje, dia 26 de setembro, entre as 09h30 e as 19h00, teve como local central o Complexo Desportivo Universitário de Gualtar, para além disso, as recolhas decorreram ainda em três unidades móveis de colheita, que estiveram junto ao Prometeu, CP2 e Cantina, que no total surtiram num total de 256 dadores inscritos e 57 recolhas para análise de medula.


 


Intervenientes em consonância sobre novo conceito de Praxe Universitária


Em resultado da adoção pela Academia, deste novo conceito de praxe universitária, a organização levou a cabo pelas 11h30 uma Conferência de Imprensa, presidida pelo Presidente da Associação Académica da Universidade do Minho, Luís Rodrigues, acompanhado pelo Presidente do Instituto Português do Sangue, Dr. Álvaro Beleza, pela Pró-Reitora, Prof. Paula Cristina Martins e pelo Administrador dos Serviços de Ação Social da Universidade do Minho, Eng.º Carlos Silva e, as opiniões foram unânimes “é um bom exemplo do que deve ser uma praxe universitária”. 






 


Luís Rodrigues referia na sua intervenção que “é o espírito generoso dos estudantes da UMinho que tem permitido ao longo destes anos, a liderança do ranking nacional de dadores inscritos nas instituições de ensino superior”. Ao longo dos 10 anos em que já dura a colaboração entre a Academia Minhota e o IPS, a UMinho já contribuiu com cerca de 12000 dadores inscritos e mais de 3000 dadores inscritos para análise de medula.


 


Para o dirigente associativo pretendeu-se com isto “dar o exemplo do que deve ser uma praxe universitária, procurando através desta incutir a solidariedade social que é tão importante e tantas vezes escassa nos dias de hoje” afirma. Sendo o papel de uma Associação de Estudantes, a defesa dos interesses dos alunos, Luís afirma ainda que “devemos ter um papel ativo na afirmação de uma sociedade mais justa e sustentável”, pretendendo a AAUM com esta iniciativa na semana do acolhimento aos novos alunos “contribuir para a própria missão da UMinho na construção de uma sociedade baseada em princípios humanistas, sendo a praxe um meio de excelência para os conseguir transmitir” refere.


 


O Presidente do IPS, Dr. Álvaro Beleza aproveitou o momento para agradecer à UMinho e à sua Associação Académica “é um facto a UMinho ser líder nacional do ranking de dádivas de sangue em instituições de ensino superior e o IPS e os doentes em geral estão-vos muito gratos pelo esforço desenvolvido ao longo destes anos” afirma. Referindo-se à iniciativa de hoje em particular, o responsável do IPS disse ainda estar muito satisfeito pela AAUM ter aceitado o seu repto de inserirem as dádivas como uma forma de praxe “esta é uma boa forma de iniciação da vida académica  “com uma dádiva e será um bom alicerce para o futuro das dádivas de sangue em Portugal, pois a maior parte destes jovens com 18 anos são saudáveis e permitem que tenhamos dadores por muitos e muitos anos” refere.






 


Reforçando a ideia da importância da dádiva, Carlos Silva, Administrador dos SASUM afirmava que “dar sangue é um ato importante na vida académica. A Universidade forma pessoas ao nível académico mas temos que formar as pessoas também para a sociedade”. Sobre o conceito subjacente à iniciativa de hoje, o responsável dos SASUM disse “aqui o conceito de praxe é um conceito de iniciação voluntária, em que os estudantes são sensibilizados pelos mais velhos de que a dádiva de sangue é um ato generoso e nobre na nossa sociedade”.


 


Para a Pró-Reitora, Paula Cristina Martins a iniciativa demonstra “uma Academia comprometida com o conhecimento, mas também com a solidariedade. Entrar na UMinho é abrir-se à ciência mas também à vida, através das dádivas de sangue a nossa comunidade protagoniza também a vida” afirma.


 


Os dadores estiveram por todo o Campus. A boa vontade, o querer ajudar por ajudar, era o fator mobilizador da grande parte dos dadores que acederam à iniciativa. Uma das alunas que deu um pouco da sua “vida” foi Diana Ferraz (Psicologia), para quem “não custa nada” contribuir para o bem dos outros esteve na causa da sua vinda ao Complexo Desportivo “como sou O+ o meu sangue dá para todos e por isso sinto-me muito útil ao fazer esta dádiva” afirma. Para a futura psicóloga, incutir estes hábitos nos novos alunos “é uma excelente ideia, é preciso que se habituem a estas questões da solidariedade, não podemos pensar só em nós” afirma. Já Joana Silva (Educação Básica) refere que “é importante que os jovens que provavelmente são pessoas mais saudáveis ajudem o próximo, devem ter a noção que podem estar a salvar vidas” afirma. Para a aluna, inserir as dádivas de sangue na semana do acolhimento “é uma boa estratégia, pois em vez de andarem por aí com praxes que não trazem nada de bom, ao virem dar sangue estão a fazer algo por alguém” refere.



Texto: Ana Coimbra

anac@sas.uminho.pt    



Fotografia: Nuno Gonçalves

nunog@sas.uminho.pt





(Pub. Set/2011)


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