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“Os melhores anos da minha vida”





 


O que te levou à UMinho e ao curso de Gestão?


Lembro-me que em 1995, quando entrei na UM (em LESI) foram diversos os factores que me levaram a escolher Braga e a UM:


 


1.     Uma Universidade nova e dinâmica


2.     Excelente qualidade das infra-estruturas e instalações


3.     Braga, uma das cidades mais jovens dos pais


4.     O ambiente académico e a vida boémia da Academia Minhota


 


A escolha do curso de Gestão veio mais tarde… como comecei a conviver com a vida desportiva da Universidade (como atleta e dirigente associativo), decidi que enveredar por uma carreira na área da Gestão seria uma boa opção, tendo em vista mais tarde a realização de um mestrado em Gestão do Desporto (que nunca veio a acontecer).


 


De que forma é que a tua escolha moldou o teu futuro profissional?


Imenso. Vir para Braga (não esquecer que eu sou natural da Madeira) ajudou-me a cortar as amarras em relação à família. E hoje em dia se estou em França a trabalhar, é um pouco graças a isso. Outra coisa que eu aprendi na Universidade do Minho é que temos que ser versáteis. Coisa que tem sido muito útil no meu percurso profissional.


 


Como é que foram esses anos na academia minhota?


Numa só frase: “Os melhores anos da minha vida”.


 


Como é se deu a tua entrada para o desporto na UMinho?


Foi graças ao Professor Fernando Parente. Como eu andava sempre pelo pavilhão (a jogar futsal), um dia o Prof. Parente recrutou-me para dar uma ajuda nas organizações desportivas da UM. Seguiram-se sete anos…






 


Que actividades desportivas praticaste na UMinho?


A nível competitivo, só Futsal. A nível recreativo, quase tudo: escalada, voleibol, musculação, caminhadas, esqui, futebol 11, etc etc etc…


 


O que te levou a trocar o futsal pela escalada e pelos desportos de aventura?


Boa pergunta (sorrisos)! Penso que por duas razões:


Porque o nível do futsal aumentou bastante e tornou-se difícil ficar na equipa da UM; e porque trabalhava de vez em quando para uma empresa de actividades de ar livre/aventura. No dia em deixei o futsal e vi-me com tempo livre para fazer outras coisas, juntei-me ao Grupo Aventura da UM…


 


Qual é a sensação de estar no topo de uma montanha?


È indescritível. Sem falar do panorama ou da vista que são sempre fantásticos, é o sentimento de algo realizado até ao fim. Mas importante, não esquecer que ainda falta a descida…


 


Que recordações guardas do desporto universitário, das actividades desenvolvidas na Universidade e pela Universidade?


Muitas e boas recordações. Não só pela mais-valia que eu adquiri ao longo dos sete anos de trabalho realizado ao serviço Desporto da UM, mas também devido facto do enorme sucesso das imensas organizações desportivas que foram acolhidas na UM. Outra coisa que não posso deixar de lembrar é que durante estes sete anos a UM tornou-se na referência à nível nacional do Desporto Universitário.


 


Achas que foi importante no teu desenvolvimento enquanto indivíduo?


Imenso. Aprendi muito com a minha passagem no Desporto da UM. E se juntarmos a isto os aspectos teóricos adquiridos com a minha licenciatura em Gestão, acho que posso chamar-lhe de “fórmula mágica” (sorrisos).






 


Sabemos também que estiveste envolvido no associativismo estudantil, com passagem pela FADU. Consideras importante para o teu futuro desenvolvimento profissional?


A passagem pelo associativismo estudantil (FADU) foi outra grande valia ao nível de experiência curricular. Recomendo a todos os alunos da UMinho.


 


A entrada no mundo profissional, como é que aconteceu?


Aconteceu em França. Graças ao Grupo Aventura da UM eu comecei a praticar um pouco de alpinismo. Um dia um colega do Porto disse-me que eu devia era ir para Chamonix escalar o Monte Branco. Essa ideia nunca mais me saiu da cabeça. No mesmo dia em que defendi o meu relatório de estágio, enchi o porta-bagagem do meu carro e fui para Chamonix (França). Primeiro trabalho: trabalhei numa loja de material de montanhismo. Ao final de 1 mês, despedi-me! (sorrisos)


 


Foi difícil essa passagem do mundo académico para a realidade do mundo do trabalho?


No meu caso não achei nada difícil. Os meus primeiros três meses de trabalhos tinham simplesmente um objectivo: ganhar dinheiro para comprar material para escalar o Monte Branco… e como se costuma dizer “Quem corre por gosto não cansa” (sorrisos). Depois é uma questão de hábito.


  


Actualmente estás a trabalhar em França. O que te levou a mudar de pais, de realidade?


Os desportos de montanha e o Monte Branco


 


Em que área estás a trabalhar e quais são as tuas funções?


Eu sou um dos sócios-gerentes de uma micro empresa na área das novas tecnologias (internet).






 


Como foi essa adaptação à realidade (social/profissional) de outro país?


Relativamente fácil. Chamonix é uma das cidades mais internacionais do mundo. Pessoas de várias nacionalidades vêm para aqui trabalhar (fazer uma “season”, como eles dizem por cá) Um exemplo do que me aconteceu: mesmo estando a morar em França, nos primeiros 3 meses só falei inglês. E Chamonix é uma instância de férias tanto de inverno como de verão. Morar aqui é como se estivéssemos de férias o ano todo.


 


Sentes que foi a decisão certa?


Mais do que certa!


 


Como é que os franceses vêem o emigrante português?


AHAHAHAHAH! Essa é boa! Duas vertentes:




1. O português tem muito boa reputação ao nível do trabalho. Eu diria mesmo mais: o português é o povo mais trabalhador do mundo para os franceses.


2. No que diz respeito aos estereótipos… os portugueses trabalham todos na construção civil e as portuguesas são todas mulheres de limpeza (sorrisos) e ainda por cima somos peludos (sorrisos)!


  


Pensas um dia regressar a Portugal?


Para já ainda não. Só para visitar a família e de férias.


 


Qual é a tua visão do estado actual do nosso país?


Não é fácil. Mas não é só um problema de Portugal, é um problema da maior parte dos países europeus. O sistema actual está ultrapassado e são necessárias muitas reformas para pôr o pais na boa rota. Mas essas reformas vão de encontro a muitos interesses instalados e isso não é nada fácil de mudar.


 


Que conselho deixas aos milhares de estudantes da UMinho que procuram um futuro mais risonho através de um curso superior?


Todo o tipo de formação, superior ou não, é muito importante pois estas permitem desenvolver as vossas aptidões intelectuais e humanas. Mas não se fiem só nisso. Valorizem ao máximo o vosso currículo extra-curricular enquanto forem estudantes. Estudem várias línguas estrangeiras, pois nunca se sabe o que o futuro vos promete. E duas qualidades que poderão ser a chave para o vosso futuro: versatilidade e empreendedorismo




Texto: Nuno Gonçalves

nunog@sas.uminho.pt





(Pub. Fev.2012) 


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