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UMinho celebra 38º Aniversário com chamada de atenção ao Governo





A UMinho festejou o seu 38º aniversário no passado dia 17 de fevereiro com uma sessão solene que teve lugar no Salão Medieval, no Largo do Paço, Braga. A cerimónia foi presidida pelo Reitor, António Cunha e pelo Secretário de Estado do Ensino Superior, João Queiró.

Com início pelas 15h00, a sessão Solene Comemorativa do XXXVIII do aniversário da Universidade começou com o Cortejo Académico, após o qual se seguiu a intervenção do Reitor António Cunha que começou por falar no papel central que as universidades têm na sociedade atual “a Universidade é uma das principais instituições de que a sociedade espera respostas, senão mesmo soluções…” segundo este as universidades devem reinventar o seu posicionamento e afirmar o “seu papel de motor social e da economia”.

Fazendo um balanço do ano transato, António Cunha destacou a forte aposta da UMinho na Investigação, a qual tem dado muitos e bons frutos, sendo que a UMinho tem visto um elevado número de publicações referenciadas nas bases da web of Science ou Scopus, para além dos prémios conseguidos pelos seus investigadores. A Academia foi ainda a quarta instituição nacional e a segunda universidade com maior número de projetos no 7º Programa Quadro. Por tudo isto “Nunca reivindicaremos discriminação positiva nestes processos; tão só achamos incompreensível que ao reconhecimento internacional das nossas unidades e investigadores corresponda um, no mínimo estranho, esquecimento pelos responsáveis nacionais” apelando o Reitor a que a situação seja corrigida proximamente.


Segundo António Cunha, em 2011 a UMinho cresceu 5,2 % em número de estudantes em cursos conferentes de grau, com um total de 18.497 estudantes, 12.264 em licenciatura ou mestrado integrado, 4.368 em cursos de 2º ciclo e 1.865 de doutoramento, um crescimento que “é estratégico para a Universidade, para a Região e para o fortalecimento do sistema de ensino superior nacional”. No regime pós-laboral a UMinho colocou 464 alunos e foi ainda a primeira universidade portuguesa a divulgar a empregabilidade de todos os seus cursos de licenciatura e mestrado integrado. A UMinho tem ainda crescido em alunos estrangeiros. 

Para além de cerca de 700 estudantes em mobilidade (de 65 países), a Academia tem um total de 965 estudantes estrangeiros de 69 nacionalidades. A atratividade dos cursos da UMinho ao nível nacional e internacional, é confirmada pelo ranking Top Study Links, que a classifica “como a melhor instituição para estudar em Portugal, atribuindo-lhe a posição 151 a nível mundial e 34 no quadro europeu” referiu o Reitor. A UMinho está ainda a implementar um sistema interno de garantia da qualidade e que será objeto de auditoria pela A3ES durante o corrente ano, no âmbito do programa piloto de Certificação de Sistemas da Qualidade Institucionais.

Na interação com a sociedade, a atividade da UMinho tem sido também muito intensa, pela segunda vez consecutiva, o prémio BES Inovação foi atribuído a um investigador da UMinho, sendo a universidade portuguesa que gerou mais patentes utilizadas pelo tecido económico produtivo, para além de tendo vindo a dar origem a muitas Spin-offs de sucesso. A nível da cultura a atividade tem sido também intensa, e os projetos com as Câmaras Municipais de Braga e Guimarães projetados ou em curso tem sido “importantes para a Universidade e estruturantes para atratividade das cidades” referiu o Reitor.


António Cunha falou ainda da alteração do regime jurídico da Universidade, esperando retomar o processo dentro de pouco tempo, uma vez que a Lei aprovada não abrange as universidades públicas fundacionais previstas no RJIES, assim o Reitor afirma a sua convicção nas potencialidades deste modelo, afirmado que “joga-se nesta possibilidade aberta pelo RJIES o aprofundamento da nossa autonomia institucional” assim o Reitor tudo fará para que a transformação do regime jurídico possa ser consumada, “abrindo novas oportunidades para o cumprimento da missão da Universidade do Minho”.

Para 2012 o responsável máximo da Universidade prevê muitas dificuldades, a UMinho viu a dotação de OE reduzida em mais de 32% entre 2010 e 2012, ou seja, “a Universidade foi alvo de um corte efetivo na dotação do Orçamento de Estado de cerca de 18%” afirmou. O Reitor referiu ainda que “esta realidade tem exigido um esforço enorme a todos os níveis da Instituição que tem sido capaz de melhorar os seus indicadores de desempenho, nomeadamente com um crescimento de 2000 alunos em 2 anos”. 

Chamando a atenção do Secretário de Estado, António Cunha referiu que “estes resultados são conseguidos com medidas de racionalização e com aumentos de produtividade, mas também com adiamento de despesas de manutenção ou de atualização de infraestruturas. Importa assegurar que este desinvestimento no ensino superior seja revertido em 2013” pois “a excessiva comercialização da atividade universitária pode minar os valores e boas-práticas académicas”.

Assim a UMinho tem como desafios para 2012: alargar as fontes de financiamento; mentar a eficiência e qualidade em todos os serviços, reduzindo os custos de funcionamento; diminuir efetivos docentes e não docentes em 2%; reduzir a contratação de pessoal docente convidado em 20%; criar 2 períodos de férias institucionais, com funcionamento excecional de um reduzido número de valências, desafios estes que se pretendem cumprir, segundo o Reitor “realizando os objetivos seguintes: atingir 19.000 estudantes; certificar o SIGAQ-UM pela A3ES; reforçar a investigação; consolidar o ecossistema de inovação e empreendedorismo, criando iniciativas capazes de atraírem investimento para o AvePark; implementar o sistema de avaliação do desempenho dos docentes; desenvolver os projetos infraestruturais: Campurbis, IB-S e LPaço; concluir o processo de elaboração do plano estratégico, a 10 anos; transformar o regime jurídico da Universidade.”


Dirigindo-se quase que exclusivamente a João Queiró e ao seu Governo, António Cunha critica a atitude “castradora” deste Governo, afirmando que “o enunciado do Decreto-Lei de Execução Orçamental para 2012 que, associado à proposta de Lei dos Compromissos, introduz uma teia castradora de requisitos que voltam a comprometer seriamente a operacionalidade das Universidades”, reiterando a sua defesa em prol das universidades, o responsável da UMinho disse “As Universidades cumprem as metas orçamentais” As Universidades não geram défice público, as Universidades não têm contas atrasadas?. António Cunha pediu uma clarificação da parte do Governo quanto à nova metodologia de financiamento do ensino superior; o poder articular com outras instituições uma racionalização do mapa da oferta de ensino superior em Portugal, tendo em conta a posição do Governo sobre a evolução do atual sistema dual Universitário/Politécnico; perceber como Portugal quer atingir as metas EU 2020 na educação superior.

Do lado dos estudantes, o presidente da AAUM, Hélder Castro, apelou ao membro do Governo presente para que não haja mais cortes nas bolsas de estudo e para que comecem a ser mais rigorosos com os prazos, tanto nas candidaturas a bolsa como nos pagamentos, sendo que cerca de 60 000 estudantes já perderam a bolsa e na UMinho haverá uma redução de 8% de bolseiros, afirmando o líder dos estudantes que “tudo isto só trará como consequência um país mais pobre devido aos contínuos desinvestimentos no ensino”, alertando para o risco de exclusão de alunos por razoes económicas. Castro apontou ainda os projetos para o futuro, tais como: a reestruturação da Fundação AAUM criação de um fundo de emergência e limitado no tempo, de valor e com critérios de atribuição a definir e a acordar, e o Gabinete do Voluntariado.

Já o Secretário de Estado, João Queiró iniciou a sua intervenção alertando que as dificuldades económicas não são exclusivas do ensino mas de todas as áreas do estado, referindo que “o governo não pretende prejudicar o dinamismo das Universidades”. O governante afirmou ainda que o regulamento das bolsas não deverá ser alterado” mas que “tem de ser revisto”. Adiantando ainda que o processo de fusão das universidades para já será apenas em Lisboa, mas a logo prazo irá alastrar-se a todos o pais, sendo que o Governo “está interessado em em melhorar a qualidade da oferta formativa” afirma.


UMinho contratualiza financiamento do Instituto de ciência e inovação para a bio-sustentabilidade

A UMinho, por intermédio do Reitor, assinou ainda durante a cerimónia um contrato com o QREN (Quadro de Referencia Estratégico Nacional) para financiamento das novas instalações do Instituto de Ciência e Inovação para a Bio-sustentabilidade (IB-S), uma unidade de investigação que se dedica às áreas do Ambiente, da Saúde, da Energia e das tecnologias do Habitat.

O contrato de financiamento prevê a concessão de um apoio de 5,6 milhões de Euros dos fundos comunitários para um investimento de 7 milhões de Euros na construção e equipamento de dois edifícios, um no Pólo de Gualtar (Braga), que acolherá laboratórios dedicados às ciências biológicas e biotecnologia, e outro no de Azurém (Guimarães), mais voltado para as ciências dos materiais, produção e gestão de energia, domótica, conservação e reabilitação do ambiente construído.

Com as novas infraestruturas, o IB-S deverá contribuir para a criação de spin-offs, bem como para a promoção de formação pós-graduada e difusão do conhecimento em conjunto com empresas, autarquias, associações empresariais e civis e unidades de I&D do Sistema Tecnológico e Científico Nacional.


Prémio de Mérito à Investigação

No decorrer da cerimónia foi ainda atribuído a Odd Rune Straume, o Prémio de Mérito à Investigação da UMinho. Este professor norueguês de 40 anos é professor da EEG da UMinho, sendo considerado um dos principais economistas emergentes na Europa, nomeadamente nos temas da globalização, mercados laborais e saúde. Possui mais de 30 publicações científicas e é coeditor do “Portuguese Economic Jornal”. Em 2012 venceu o Prémio de Mérito à Investigação da UMinho, após ter sido o Melhor Investigador da EEG em 2011.

No final foram ainda entregues as medalhas da Universidade aos funcionários mais antigos, entrega dos Prémios Escolares, Cartas Doutorais, encerrando com o Cortejo Académico.

Pelas 21h30, decorreu no Salão Medieval o Concerto Comemorativo do XXXVIII Aniversário da Universidade do Minho pela Orquestra da Universidade do Minho/Coro de Alunos da Licenciatura em Música da UMinho. O concerto foi também realizado na véspera, à mesma hora, na Igreja de São Francisco, Guimarães.

Texto: Ana Marques


(Pub. Fev/2012)

 

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