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Investigador da UMinho dedica tese ao maior nome do rococó em Portugal


“André Soares era excelente quer no ornato como na linha e tinha várias personalidades, como Fernando Pessoa. É um dos artistas portugueses mais injustamente ignorados. Quando a sua obra for devidamente dada a conhecer, será considerada uma das mais interessantes da Europa e do mundo no período rococó”, vinca Eduardo Pires de Oliveira. Basta ver o contraste entre a fachada da Igreja dos Congregados (Braga) e o retábulo de Nossa Sra. do Rosário do Convento S. Domingos (Viana do Castelo). A obra soaresca elevou Braga a capital nacional do barroco e rococó. Veja-se por exemplo a capela dos Monges (Congregados), a igreja da Falperra, os palácios do Raio e D. José de Bragança, o edifício da Câmara Municipal, o retábulo-mor do mosteiro de Tibães e várias capelas e fontes no Bom Jesus. Os seus trabalhos estão em vários distritos do país.
“A obra de André Soares penetrará facilmente nos manuais internacionais de arte. Se o Governo, o Turismo do Porto e Norte e as autarquias abordassem uma editora multinacional para lançar uma sua obra em 10, 12 línguas, talvez se invista um bom dinheiro, mas o retorno nas visitas de estrangeiros nos anos seguintes seria muitíssimo compensador”, desafia Pires de Oliveira. Realça que o turismo patrimonial “existe todo o ano” e que há falta de livros para as massas e para universitários dirigidos a potenciais mercados, como o de língua inglesa ou o japonês, sobre o barroco e rococó português. “É curioso ter sido um americano, Robert Chester Smith, a “descobrir” publicamente André Soares como um expoente da arte europeia, em 1966″, nota o historiador de arte.
Mais de 150 publicações sobre património
Eduardo Pires de Oliveira já escreveu mais de 150 livros e artigos científicos sobre património. Esteve nas origens da UMinho, integrado na Unidade de Arqueologia, passando desde 1994 para a Biblioteca Pública de Braga. É membro da Associação Portuguesa de Historiadores de Arte, da Associação dos Arqueólogos Portugueses e o único bracarense na Academia Nacional de Belas-Artes, que em 1994 lhe deu o Prémio José de Figueiredo. Dirigiu escavações, ajudou a salvar as ruínas de Bracara Augusta da cobiça imobiliária, cofundou a associação ASPA, trabalhou com personalidades tão diversas como Eduardo Souto Moura e Jorge de Alarcão, integrou equipas de restauro de monumentos nacionais, foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian cinco vezes, deu aulas e interveio em eventos em vários países, tem elaborado múltiplos pedidos de classificação e pareceres sobre edifícios e está na direção do Centro de Estudos Lusíadas, da UMinho.
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(Pub. Abr/2012)



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