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“…o curso pode ser definido como um curso de banda larga…”


Qual a sua formação e trajeto académico?
Licenciado em 1994 pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto; Mestrado em Economia Industrial e da Empresa em 1999 pela Universidade do Minho; Doutorado pelo Instituto Universitário Europeu (Florença-Itália) em 2007. Assistente estagiário na UM desde 1995. Professor Auxiliar desde 2007 (com nomeação definitiva desde 2012).
Como caracteriza a sua função de diretor de curso?
O diretor de curso tem como principal responsabilidade zelar pelo bom funcionamento do mesmo, contribuindo para a sua qualidade no que diz respeito ao cumprimento dos seus objetivos. Em termos mais concretos, o diretor de curso tem um papel muito relevante quer na resolução dos problemas decorrentes da gestão normal do curso (horários, calendário de avaliações, p.ex.º) quer dando o seu contributo em matérias que dizem respeito ao posicionamento estratégico do curso, nomeadamente em termos de reestruturação de planos de estudo, definição das condições de acesso ou da avaliação da qualidade do curso. 
O que o motivou a aceitar “comandar” este curso?
O convite foi-me dirigido pelo Diretor do Departamento, Professor Cadima Ribeiro. Aceitei o convite por ser um curso com caraterísticas distintivas, quer na oferta pedagógica da UM quer a nível nacional, nomeadamente a sua vocação para a formação e quadros preparados para atuarem num contexto internacional.
As experiencias anteriores têm-no ajudado no cumprimento da sua função de diretor de curso?
Este foi o primeiro projeto de ensino em que assumi a função de diretor. Em momentos anteriores fui vogal na direção de um curso de mestrado. Esta experiência foi muito importante na aquisição de competências relevantes para a prossecução das tarefas atuais.
 
Quais são as maiores dificuldades no cumprimento da sua função?
As maiores dificuldades estão ligadas à natureza interdisciplinar do curso, o qual recorre a docentes pertencentes a 5 departamentos de três escolas diferentes da UM. Sendo esta uma clara vantagem para os alunos, a gestão do curso exige um maior esforço de coordenação. 
No seu entender, porque é que um futuro universitário deve concorrer ao curso da Licenciatura em Negócios Internacionais?
A Licenciatura em Negócios Internacionais garante uma sólida formação de natureza interdisciplinar nos domínios da Economia e da Gestão e das Relações Internacionais. Acresce ainda o ensino das línguas estrangeiras e de formação complementar na área do Direito. Assim o curso pode ser definido como um curso de banda larga, o que permite aos seus licenciados um leque vasto de opções em termos de saídas profissionais, e ainda a possibilidade de prosseguimento de estudos em qualquer mestrado oferecido pela EEG.
Quais são na sua opinião os pontos fortes deste curso? E os pontos fracos?
Pontos fortes: curso de natureza interdisciplinar; curso que alia a formação teórica a uma forte componente aplicada; curso com uma forte componente letiva oferecida em inglês (cerca de um terço do curso funciona em inglês); corpo docente altamente qualificado e motivado.
Pontos fracos: preparação prévia dos alunos, nomeadamente no domínio dos métodos quantitativos.
O que caracteriza este curso da UMinho relativamente aos cursos de Licenciatura em Negócios Internacionais de outras universidades?
Apesar de existirem cursos similares em universidade estrangeiras, este curso é único na oferta de ensino superior em Portugal. Espera-se que os futuros licenciados para além de dominarem conceitos gerais de economia, organização e gestão, estejam, também, habilitados a compreender os processos de internacionalização das empresas e de globalização da economia, o que na situação atual é sem dúvida uma mais-valia.
Existem hoje em dia excesso de profissionais em determinadas áreas. O que podem esperar os alunos da Licenciatura em Negócios Internacionais quanto ao mercado de trabalho? 
Os indicadores relativos ao desemprego de licenciados que são publicados regularmente a partir dos dados dos centros de emprego mostram que a taxa de desemprego de licenciados em NI tem vindo a descer. Em Junho de 2011, de um total de 77 licenciados, apenas estavam contabilizados 5 desempregados, todos inscritos nos centros de emprego há menos de um ano. Assim, a taxa de desemprego subjacente (6.5%) é claramente inferior há média nacional.
É de notar que a economia portuguesa está a passar por um processo de grande transformação, com um forte crescimento da presença das empresas portuguesas nos mercados internacionais. Este aspeto abre oportunidades aos licenciados em NI. Um exemplo que gostaria de referir é o número significativo de licenciados em NI que participa ou já participou no programa INOV Contacto (programa de estágios internacionais da AIECEP -Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal), um programa de elevada qualidade e muito exigente quanto às condições de seleção. Na edição de 2011/2012, de 4928 candidatos a nível nacional apenas foram selecionados 250, sendo três licenciados em Negócios Internacionais pela UM.
Acompanhou o período das reformas de Bolonha, marcado por uma profunda alteração do modelo de ensino. Como o avalia?
Com Bolonha a qualidade pedagógica sofreu melhorias consideráveis, com um forte incremento do trabalho desenvolvido pelos alunos ao longo do período letivo. No entanto, em vários casos a formação de três anos revelou-se insuficiente para a aquisição de competências de natureza mais aplicada. Assim continuação dos estudos para o 2º ciclo tornou-se uma opção a considerar para a generalidade dos alunos do 1º ciclo. No caso dos alunos de NI, as reformas de Bolonha abriram o leque de opções disponíveis após a conclusão da licenciatura, uma vez que a sua formação base permite-lhes quer prosseguir estudos de 2º ciclo num número amplo de mestrados, quer ingressar no mercado de trabalho de imediato.
Quais são as suas prioridades e desafios para o curso nos próximos tempos?
Implementação do novo plano de estudos, o qual permitirá melhor adequar o curso ao perfil dos alunos que o procuram e uma maior complementaridade com outras licenciaturas oferecidas na EEG, nomeadamente com a licenciatura em Marketing. O novo plano de estudos contempla a autonomização do Projeto Multidisciplinar em Negócios Internacionais, unidade curricular que obriga ao contato direto com o meio empresarial, pelo que se pretende um melhor aproveitamento das relações com as empresas que colaboram neste Projeto. 
Pretende-se também uma maior divulgação do curso, aproveitando a rede de ex-alunos que são os seus principais “embaixadores”. 
Texto: Ana Coimbra
(Pub. Mai/2012)
 


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