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A sessão teve lugar hoje, dia 9, no Anfiteatro A1, do Campus de Gualtar, às 12h00 na qual foram apresentadas as implicações para a Instituição da Proposta de Orçamento de Estado e tornada pública a posição da Universidade.
Foi perante um auditório cheio e preocupado com o futuro, que o Reitor posicionou a Universidade do Minho no atual contexto, lançou alguns dados, perspetivou o futuro e mostrou a todos os presentes um futuro que de risonho terá muito pouco!
”No momento em que o país está confrontado com um quadro de complexidade e adversidade extremo que condicionam o presente e aprisionam o futuro, importa explicitar o que fazem as universidades públicas por Portugal e o que Portugal perderá se asfixiar as suas universidades” referiu António Cunha no início da sua intervenção.
O Reitor começou por enumerar as qualidades das universidades e o que elas fazem pelo país, referindo que ”As universidades públicas são exemplo de uma gestão rigorosa e eficiente, sem qualquer responsabilidade no aumento do défice publico”. Para António Cunha, a atual Proposta de OE 2013 em discussão na Assembleia da Republica ”irá ter consequências nefastas para o funcionamento das universidades”, para este, a eventual aprovação do OE2013, ao reduzir no valor médio de 9,4 % as dotações a atribuir às universidades em comparação com 2012 ”terá efeitos imprevisíveis e irreversíveis” referiu.
Para além disso, o Reitor descreveu aquilo que o país vai perder se esta proposta de orçamento for para a frente ”recorde-se que o financiamento público das universidades já foi reduzido em 144 milhões de euros entre 2005 e 2012, valor que atingirá os 200 milhões de euros se a atual proposta do OE 2013 vier a ser aprovada” disse. Entre as perdas estão: a qualidade na educação, relevância na investigação, possibilidades de internacionalização, capacidade de especialização, oportunidades de cooperação, financiamento, etc., segundo o Reitor, ”As universidades são motor da mudança” e o futuro de Portugal será mais sombrio e a soberania nacional, alimentada pela afirmação do conhecimento irá diminuir.
O responsável da UMinho anunciou ainda que a degradação do sistema universitário português, vai levar a que os reitores, acompanhados por outros dirigentes académicos de todas as universidades portuguesas se irão reunir na próxima sexta-feira, dia 16 de novembro, na sala dos Capelos na Universidade de Coimbra, para daí fazerem uma comunicação solene ao país. Esta foi a primeira vez que foi realizada uma sessão neste âmbito ”o que mostra a gravidade da situação” referiu o Reitor.
Falando especificamente da UMinho, António Cunha mostrou que a Universidade, desde 2005 sofreu um corte efetivo de 20%, mas que o corte real é muito superior. Estes cortes têm sido acomodados pelas universidades, contribuindo dessa forma para o empenhamento do país, mas segundo este ”o corte que agora temos pela frente é de tal maneira nefasto que até o processo de captação de receitas próprias pode ficar comprometido”.
Segundo o Reitor, as universidades, através do CRUP têm feito várias ações e têm conseguido algumas coisas, tais como a eliminação das cativações em 2011 e a possibilidade de contratar pessoal (com controlo orçamental). Este ano, o CRUP vai tentar novamente implementar algumas ações e para isso tem já agendada reunião com o Presidente de República e com Vítor Gaspar com vista a que estes cortes sobre as universidades não venham a ser aprovados.
As universidades têm sofrido cortes atrás de cortes, os quais tem sabido acomodar com a captação de mais estudantes com menos docentes, redução das despesas, aumento das propinas, projetos internacionais, mas como referiu o Reitor ”é difícil continuar a fazer mais” e a Proposta de OE para 2013 é para as universidades um orçamento ”impossível”. Para o responsável, toda a comunidade foi capaz de fazer mais com menos, mas ”certamente todos percebemos que há limites” referiu. Para este, trabalhar neste cenário será impossível, por isso o futuro é para já uma incógnita.
O Reitor prometeu luta, mas caso esta proposta de OE seja aprovada, a Universidade será confrontada com um corte de 9,2%, sendo que este corte é em média para as universidades portuguesas de 9,4%. Na reunião da próxima semana com o Ministro das Finanças, o reitor espera que os cortes sejam revertidos, mas ”mesmo assim a vida na UMinho será muito difícil no próximo ano” disse.
Texto: Ana Coimbra
Fotografia: Nuno Gonçalves
(Pub. Nov/2012)
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