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UMinho celebra 39 anos com esperança no futuro


 

Na
sua intervenção, António Cunha fez um balanço dos últimos três anos de mandato
e de vida da UMinho referenciando como grandes conquistas em 2012, a aprovação
do plano estratégico da UMinho 2020, o Código de conduta Ética da Universidade,
a integração da Academia na listas das 400 melhores universidades do mundo e a
certificação do Sistema de Garantia de Qualidade da UMinho.

Em relação ao
quadriénio 2009-13, o qual corresponde também ao mandato desta equipa reitoral
que termina no próximo mês de outubro, o reitor destacou a nível da
investigação os 1.800.000 downloads anuais a partir do repositórioUM e a captação de verbas
FCT pelos grupos de investigação, a Advanced Grant do European Research Council (ERC)
atribuída a Rui Reis, a coordenação da participação portuguesa no consórcio
europeu Graphene Flagship. Neste
domínio foi ainda atribuído a Nuno Peres o Prémio Gulbenkian Ciência em
2011 e mais de 100 prémios científicos internacionais
de referência recebidos por investigadores da UMinho. Mas, como referiu Antonio
Cunha “Inexplicavelmente, esta capacidade e competência não é percecionada pela
FCT, que continua a excluir os investigadores da UMinho dos seus conselhos científicos”.

No plano da valorização da oferta educativa na busca
de um espaço de educação integral “continuámos a crescer”. A UMinho
ultrapassou os 18.800 alunos,
racionalizou e alargou a sua oferta educativa, em 2012 iniciou três novos
cursos, consolidou a oferta pós-laboral
que envolve 1.305 estudantes de 15 cursos e pretende iniciar em setembro
próximo o mestrado integrado em Engenharia
Física, em colaboração com o INL. A UMinho abriu ainda o curso de piloto
de aviação comercial no âmbito do projeto
UMASA.

Numa altura de dificuldades
económicas e sociais, o reitor garantiu que a Universidade está preocupada pois
é a que tem mais bolseiros, mas garantiu que “
A UMinho procurará que nenhum
estudante com aproveitamento deixe de estudar por razões monetárias”, para isso
estão a ser estudadas várias ações, tais como: a redução do valor dos pacotes
de senhas de refeições; a revisão do regulamento para enquadrar remunerações de
atividades esporádicas a estudantes; a operacionalização do Fundo de Emergência
Social.

 

Como referiu António
Cunha, a interação com a sociedade é “Marca distintiva da UMinho desde a sua
fundação”, nessa área a Academia desenvolveu e aprofundou diversas
parcerias, ganhou vários prémios,
estendendo-se
essa
interação à atividade cultural e
desportiva, vivencias que para o reitor “cruzam a educação integral e a
interação com a envolvente de proximidade”. O responsável afirmou ainda que “ao longo de 2012,e perdoem a
imodéstia, fizemos muito e bem” desde a
descentralização e as práticas de gestão, esforços que segundo este “são dificultados pelo quadro de
incerteza e de grande escassez de recursos com que temos vindo a ser
confrontados”. Antonio Cunha disse ainda que a Universidade tem conseguido
manter os níveis de qualidade, apesar dos cortes do Orçamento de Estado (OE),
mas lembrou que em 2013, o corte será de 3,4%, ou seja um corte de 24,7% nos
últimos três anos, 14,5 milhões de euros. “
Tudo temos feito e tudo faremos para que a qualidade
do nosso ensino e da nossa investigação no seja afetada”, mas diz não
compreender “
a
crescente teia burocrático-jurídica imposta às universidades, inaceitavelmente
limitadora da sua autonomia, uma vez que nada contribuiu para a despesa pública
e apenas reduz a nossa capacidade de competir nacional e
internacionalmente”.

Sobre os objetivos do Programa Quadro EU2020,
que fixam metas como a formação superior para 40% da população, com idades
entre os 30 e os 34 anos e o investimento de 3% do PIB da UE em Investigação e
Desenvolvimento. Antonio Cunha referiu sobre isto que é
“muito relevante
pela centralidade que atribui à educação e à investigação”, chamando a
atenção que “enquanto país tardamos em posicionar-nos nestes
processos”, por isso Portugal tem de definir como atingir essas metas.
Sobre isto “a Universidade do Minho fez o trabalho de casa, discutindo e
aprovando o Plano Estratégico UMinho 2020”, objetivando atingir 25.000 estudantes em regime
presencial, concretizar uma aposta no ensino
a distância, aumentar a visibilidade internacional na investigação, ser a universidade
portuguesa com maior impacto no desenvolvimento socioeconómico, ser uma das 3
primeiras universidades portuguesas na grande maioria dos indicadores. Sobre a rede nacional de ensino superior, Antonio Cunha refere que “
importa que
Portugal defina claramente uma articulação entre o desenvolvimento regional e o
ensino superior, como condição critica para enquadrar a tomada de posição sobre
a rede”.
 


Do
lado dos estudantes, o presidente da AAUM, Carlos Videira, afirmou a AAUM como
parte integrante do modelo e identidade de sucesso da UMinho. Destacando o seu
papel na promoção do ensino e da investigação, na preservação das memórias
coletivas e tradições, no desporto universitário, no empreendedorismo, na
interação com a comunidade envolvente, na prestação de serviços aos estudantes
e ainda com mais importância face ao momento atual, o seu papel na área da
solidariedade e da responsabilidade social “uma prioridade central” segundo
Videira para onde a AAUM tem virado as suas atenções e preocupações, criando
recentemente, os packs de senhas a preço mais reduzido para transportes e
alimentação, mas “é preciso continuar” seguindo o caminho reivindicativo, mas
construtivo”. Assim o dirigente associativo prometeu contestação às alterações
do valor das propinas e reivindicar a alteração à lei do financiamento do
ensino superior, que retirem a atual sobrecarga exigida aos estudantes na
sustentabilidade das instituições. Carlos Videira defendeu ainda que o Fundo de
Emergência Social que funcionará a partir de 1 de março deve ser apenas para
auxiliar estudantes que “de uma forma súbita e inesperada, enfrentem situações
que dificultem ou impeçam a sua continuidade na Universidade” sendo que deve
ser aplicado por “tempo limitado”.

Videira
terminou apelando ainda e, face a tudo o que as universidades estão a sofrer
que “Portugal não pode abandonar as suas universidades nem o que elas fazem
pelo nosso país. Portugal não pode admitir que estudantes abandonem o Ensino
Superior por falta de condições financeiras. Portugal não pode oferecer aos
seus jovens a emigração como única solução para o seu futuro…”.


Prémio de Mérito à
Investigação

No
decorrer da cerimónia foi ainda atribuído a Nuno Sousa
, o Prémio de Mérito à Investigação da UMinho. Este reconhecido cientista de 44 anos, exerce medicina e
continua professor na Escola de Ciências da Saúde (ECS) da UMinho, na qual é
também vice-presidente e diretor do curso de Medicina. É ainda coordenador do
Conselho das Escolas Médicas Portuguesas.

 

Texto: Ana
Marques 

Fotografia: Nuno Gonçalves


(Pub. Fev/2013)

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