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Esta distinção deve-se ao trabalho “Silicon-substituted hydroxyapatite for
biomedical applications”, cujo objetivo foi desenvolver um material que aumenta
a regeneração do tecido ósseo. Este material pode ser aplicado em pacientes com
uma perda significativa de tecido, resultante de diversas patologias como
cancro ósseo, osteoporose ou fraturas. Demonstrou-se que a incorporação do ião
silício num material cerâmico influencia o comportamento do osteoblastos
e osteoclastos, células envolvidas na regeneração e remodelação do tecido
ósseo. O estudo envolveu as universidades do Porto e Cambridge (Reino Unido) e
o Instituto de Ciências e Tecnologia (Japão). A jovem bracarense foi a única
portuguesa a ser premiada nesta 25ª Conferência Europeia de Biomateriais.
Penso “mágico” previne infeções graves
Entretanto, a investigadora de 36 anos está envolvida num projeto europeu para
criar um penso que permite aos clínicos detetar e até prevenir infeções graves
decorrentes de feridas crónicas, nomeadamente queimaduras e ulceras. “O penso,
com substratos específicos, muda automaticamente de cor quando as infeções
libertam enzimas proteolíticas. Este alteração de cor informa o clínico do
início de uma infeção e permite a adoção de um tratamento imediato, minimizando
a dor dos doentes”, explica. O projeto é coordenado pelo professor Artur Cavaco
Paulo, do CEB/UMinho.
Atualmente,
as feridas crónicas infetadas só são tratadas “quando os sinais de infeção são
de tal forma evidentes que a resolução do problema é pouco eficaz e
extremamente dolorosa para o paciente”, acrescenta a cientista. Com esta nova
tecnologia, os tratamentos serão efetuados com base na variação do sinal,
reduzindo a administração de largas doses de antibióticos e as mudanças de
penso, o que, por sua vez, “poderá diminuir consideravelmente os custos
associados a esta patologia”, vinca. Estima-se que na Europa e nos EUA mais de
13 milhões de pessoas sofrem de feridas crónicas.
Cláudia Botelho concluiu a sua licenciatura em Engenharia Biológica na UMinho
em 2000, tendo iniciado o seu doutoramento logo de seguida na Universidade do
Porto, em parceria com o Instituto de Engenharia Biomédica. Mais tarde,
desenvolveu o pós-doutoramento em colaboração com a Universidade de Cambridge
(Reino Unido). Regressou há cinco anos ao Departamento de Engenharia Biológica
da UMinho, onde é professora e investigadora sénior do Grupo Bioprocesso de
Bionanotecnologia. “Tive o privilégio de trabalhar em vários grupos de
investigação. O Centro de Engenharia Biológica desta Universidade é, de facto,
o melhor local de trabalho. Realiza-se ciência ao mais alto nível com um
excelente ambiente de trabalho e colaboração”, realça.
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(Pub. Dez/2013)
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