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SilicoLife – Computational Biology Solutions for the Life Sciences



O que é a SilicoLife?

A SilicoLife é uma empresa dedicada ao
desenvolvimento de soluções de biologia computacional para as ciências da vida,
em especial para o sector da biotecnologia industrial.

Esta industria está por detrás de uma “bio-revolução” invisível mas que toca diferentes aspectos do nosso dia-a-dia,
desde a parte alimentar aos biofármacos e biocombustíveis.

Muitos destes produtos começam a ser
produzidos industrialmente combinando recursos renováveis com microrganismos que
funcionam como “fábricas celulares” optimizadas para estes fins. É neste
processo que a SilicoLife participa ajudando a desenhar estes microrganismos
optimizados, usando modelos que combinados com os nossos algoritmos permitem
definir as melhores condições e alterações para obter uma produção máxima.
Gostamos de dizer que o que fazemos é como um GPS: os nossos mapas são os
modelos dos microrganismos e recorrendo aos nossos algoritmos, em vez de
definirmos o melhor caminho para um determinado destino, ajudamos a definir um
guia racional para, por exemplo, maximizar a produção de um determinado
composto.

 

Como surgiu a empresa e quais foram os
objetivos da sua criação? Quem foram os seus fundadores e qual a sua
proveniência (curso)?

A
SilicoLife partiu do grupo de investigação em bioinformática e biologia de
sistemas da Universidade do Minho que reúne pessoas do Departamento de
Engenharia Biológica e do Departamento de Informática. No resultado de vários
anos de trabalho em colaboração com algumas empresas percebemos que existia uma
oportunidade para a prestação deste tipo de serviços a um mercado em forte
expansão e que procura soluções profissionais. Este tipo de metodologias vêm acelerar
o seu processo de investigação e desenvolvimento com um guia racional de
desenvolvimento em vez de tentativa-erro, diminuindo assim o risco e os custos
na parte laboratorial.
 A empresa tem nos
seus fundadores professores da Universidade do Minho, Prof. Miguel Rocha do DI
e a Prof. Isabel Rocha do DEB, e também antigos alunos do mestrado de
bioinformática. Temos também apostado em contratações de pessoas formadas pela
Universidade do Minho pelo tipo e qualidade da sua formação.

 

Quais os projetos já
concretizados pela empresa?

Contámos
com trabalhos desenvolvidos para algumas das principais empresas do sector
químico, materiais e biologia sintética.  Um bom exemplo é a colaboração com a Invista, um
dos maiores produtores integrados de intermediários químicos, polímeros e
fibras do mundo, com quem trabalhámos no desenvolvimento de novas tecnologias
que viabilizem bioprocessos para a produção de produtos químicos industriais.

Outro
dos projetos que ilustra bem a nossa atividade é o BRIGIT, um projeto europeu
em que estamos a desenhar, em colaboração com vários parceiros, novos bioprocessos
para a produção de bioplásticos a partir de resíduos da indústria papeleira.

 

Quais os projetos
da SilicoLife para o futuro?

Para
além desta linha de prestação de serviços e colaboração no desenvolvimento de
novos bioprocessos com os nossos clientes, estamos também a apostar em projetos
internos para a criação de métodos inovadores e sustentáveis para a produção de
compostos de interesse industrial.

 

A SilicoLife é uma empresa de abrangência apenas nacional ou já se
internacionalizou?

Desde a nossa génese
que trabalhámos quase exclusivamente para fora de Portugal, sempre pensámos a nossa
estratégia com uma visão
global. Temos trabalhado a partir de Portugal
para clientes espalhados pela Europa e pelo mundo. Temos também vontade de
desenvolver projetos em Portugal e ser um catalisador para a biotecnologia
industrial no país. Alguns clientes nacionais recorrem às nossas capacidades de
bioinformática e biologia de sistemas para o tratamento de dados de origem
biológica e gestão deste tipo de informação.

 

Qual
o segredo do vosso sucesso?

O segredo, como em quase todos os projetos
passa pelas pessoas, ter uma boa equipa é essencial. Conseguimos reunir um
grupo heterogéneo de pessoas mas que partilha de uma mesma visão e ambição. Temos
procurado ser ambiciosos e ao mesmo tempo manter os pés bem assentes na terra e
apostar num crescimento sustentado.

 

Na
sua opinião o que é preciso para se ser empreendedor, para se criar uma empresa
de sucesso?

É importante estarmos cientes dos desafios
pessoais e profissionais que uma empresa trás e também uma dose de paixão pelo
projeto. A criação é só o primeiro passo de um caminho longo mas também muito
recompensador. Rodearmo-nos das melhores pessoas, não termos medo de partilhar
e traçarmos objectivos concretos são passos importantes.

 

É fácil
ser empreendedor em Portugal? O país apoia o empreendedorismo e a inovação?

Neste ponto, tal como noutros, Portugal é um
país excessivamente burocrático mas é inegável que uma nova geração de empresas
tem sido impulsionada e beneficiado de apoios ao empreendedorismo e inovação,
que devem ser sempre um meio para o crescimento da empresa e não um fim.
Portugal fez uma forte aposta em ciência e na formação de recursos altamente
qualificados nas últimas décadas que é uma oportunidade para novos tipos de
negócios impulsionados por estes recursos e com uma vertente essencialmente exportadora.

 

Qual o
apoio que a UMinho dá às suas spin-offs e start ups, tanto na sua formação como
no seu desenvolvimento?

As Universidades têm apostado cada vez mais
em instrumentos para fomentar este tipo de iniciativas, no arranque da
SilicoLife tivemos a oportunidade de interagir com o LiftOff (Gabinete de Apoio
ao Empreendedorismo da AAUM) que foi um parceiro valioso nessa primeira fase. Como
uma startup que partiu da UMinho temos uma ligação muito forte à Universidade, com
diversos projetos em comum. Posso destacar o projeto PEM (Plataforma de suporte
à engenharia metabólica), um projeto QREN em co promoção com a UMinho e
liderado pela SilicoLife para o desenvolvimento de novos bioprocessos. Estamos sediados
no SpinPark, a incubadora de empresas da UMinho
localizada no AvePark.

 

Que
mensagem deixariam a quem quer ser empreendedor?

As
universidades são locais de excelência para a experimentação e para idealizar
uma nova geração de negócios baseados em conhecimento e na excelência da
ciência que estas instituições têm desenvolvido.  Muitas destas ideias podem resultar em
negócios viáveis, no entanto o primeiro passo passa por as colocar em papel e
sujeitá-las a alguns desafios, falar com outros e perceber se é isto (ou não)
que o mercado procura, para as refinar até que atinjam o estado de maturação que
permita avaliar com mais certezas o potencial de negócio.


Texto: Ana Coimbra

Foto: SILICOLIFE


(Pub. Jan/2014) 

 

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