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Ministro da Saúde debate Saúde na UMinho



O
Ministro da Saúde, Paulo Macedo, afirmou que os últimos anos têm sido difíceis
para os portugueses, o que afetou também o Serviço Nacional de Saúde (SNS),
onde houve até suspensão da distribuição de medicamentos para alguns hospitais.
Nesta altura de rutura do SNS, ficou decidido que este iria continuar a ser
universal e financiado pelos impostos, pesando aqui o facto de “o SNS ser mais
necessário em tempos de crise”. Mesmo nesta situação, o ministro disse que a
Saúde em Portugal não foi comprometida, o que se verifica pelo aumento do
número de consultas e de medicamentos distribuídos, no entanto queixou-se do
facto da descida dos preços dos medicamentos não ter sido notícia, apesar de
isto poder representar “o início do fim da crise”. Ainda em relação à crise,
Paulo Macedo considera-a “um desafio para os sistemas de saúde, mas uma grande
oportunidade para a investigação”, uma vez que todos concordam que “é possível
ser mais eficiente na Saúde” e na sua internacionalização. Quanto à UMinho, o
ministro coloca-a no “epicentro do desenvolvimento”, sendo uma entidade que
estará garantidamente ao serviço dos portugueses no campo da Saúde.


António
Cunha, Reitor da UMinho, destacou a oferta educativa existente na área da Saúde
na Academia Minhota, com 11 cursos directamente relacionados e 11 outros em
áreas de interface. Esta oferta contribui para a relação efectiva com a
sociedade e entre diferentes campos científicos, particularmente entre saúde e
engenharia no laboratório ICVS/3B’s (Instituto de Investigação em Ciências da
Vida e da Saúde/ Biomaterials,
Biodegradables and Biomimetics), o que resulta em publicações, citações,
patentes e “spin-offs” em grande número. O Reitor salientou ainda dois indícios
da preocupação com a saúde que aqui se vive: a dimensão das colheitas de sangue
e o título de Melhor Academia no Desporto em 2013.

A
Pró-Reitora, Felisbela Lopes, que pertence ao Departamento de Ciências da
Comunicação, apresentou os resultados do seu estudo sobre o que dizem os
jornalistas acerca da Saúde. Este estudo encontrou um interesse crescente dos
jornalistas pela área da Saúde, uma preferência por políticas de saúde como
subtema e ao mesmo tempo uma quase inexistência dos temas de prevenção. O tipo
de texto preferido era a notícia, cujas fontes mais utilizadas têm o seguinte
perfil: são identificadas, masculinas, nacionais e oficiais/institucionais,
isto é, médicos com cargos ou investigadores.


O Professor Nuno Sousa, director do curso de Medicina da Escola de Ciências da
Saúde (ECS) da UMinho, fez uma intervenção que apelidou de “factual” e, como
tal, apresentou “7 factos a reter na memória do ministro”, sendo eles:
existência de uma escola médica inovadora e de qualidade, certificada, com
prestígio internacional e centralidade na investigação. Bem como a existência
de um laboratório associado estratégico, competitivo e ao serviço da saúde das
pessoas. Nuno Sousa salientou também que o laboratório ICVS/3B’s tem apenas 17%
de financiamento da FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia), o que significa
que por cada euro investido pelo Estado português, o laboratório consegue
ganhar 6.34 euros, sendo o que consegue captar mais investimento a nível nacional.


O
engenheiro Joaquim Cunha,  diretor do
Health Cluster Portugal, explicou a aposta que fazem no bem-estar,
envelhecimento, doença e turismo de saúde. Esta empresa pretende que “a saúde
seja não só um setor de conhecimento intensivo, mas também de investimento
intensivo”, o que pode ser feito pelo aumento da transferência de conhecimentos
dos doutorandos às empresas em que trabalham, de modo a criar áreas de
competitividade e referência.

Texto: Marta
Borges

Fotografia: Nuno Gonçalves


(Pub. Fev/2014)

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