Publicado em Deixe um comentário

Primeiro centenário do seu nascimento recordou uma figura ímpar da Universidade e da cultura portuguesas



Professor da UMinho desde a sua criação em 1974, a sua vida
ficou marcada pela ligação sempre estreita com esta Universidade que dirigiu
como reitor (foi o primeiro reitor eleito da UMinho)
entre 82 e 84. Morreu em 2007 com 93 anos, sendo
lembrado por diversas personalidades do panorama político, cultural e académico
como um homem que pautou a sua vida sempre ao serviço da ?humanidade? e da
?justeza?.

No colóquio realizado em sua homenagem, no salão nobre da
Reitoria foram muitas as figuras presentes, entre elas, o Reitor António Cunha,
a presidente e o vice-presidente do Conselho Cultural, o padre Manuel Morujão,
o vereador da câmara de Braga, Miguel Bandeira, Adriano Moreira, Carvalho
Guerra, Santos Silva e Fátima Ferreira, entre outros.

Lembrado como “Homem de Cultura muito à frente do seu tempo”,
Lúcio Craveiro da Silva foi académico e padre jesuíta destacando-se pelo seu
espírito tolerante e capacidade em criar consensos. Foi um “criador de pontes”,
um ?terapeuta das relações humanas” e “arquiteto de consensos”, referiu o padre Manuel
Morujão, sublinhando que não fazia “exceção de pessoas”, fazendo “sentar à mesa
da cordialidade crentes ou ateus, de direita ou de esquerda, católicos ou
laicistas, incultos ou intelectuais”, acrescentando ainda que o homenageado “provou que Fé e Ciência podem ter uma relação de perfeito entendimento”.

Já, o vice-presidente do Conselho Cultural da UMinho,
Henrique Barreto Nunes recordou o antigo reitor da UMinho pelo papel que
desempenhou na dinamização do Conselho Cultural da UMinho, falando sobretudo do
privilégio que foi conviver ele.


Antonio Cunha afirmou o “devido e oportuno” reconhecimento a Lúcio
Craveiro da Silva, felicitando os organizadores da homenagem. O Reitor lembrou
o “legado de pensador, o legado de homem de ciência e cultura, o legado de
académico” de Craveiro da Silva, destacando as “ricas e multifacetadas
dimensões da sua personalidade e da sua intelectualidade”. O responsável da
Academia acrescentou ainda que, a ocasião de celebração do centésimo
aniversário do seu nascimento é um excelente motivo para homenagear “um homem
de referência nos modos de pensar, de estar, de partilhar, espelhados na obra
que nos deixou”, assinalando que deve ser também um momento de aprofundamento
da análise de todo esse património imaterial.

Antonio Cunha lembrou também a dimensão menos conhecida de
Lúcio Craveiro da Silva que foi a sua atividade enquanto gestor responsável
universitário, afirmando o seu cunho de “exigência e abertura a novas
abordagens”, capacidades que permitiram “construir pontes
permitindo a transição segura” disse.

Já na opinião da presidente do Conselho Cultural da UMinho,
Eduarda Keating, a simplicidade, cultura e pensamento do antigo presidente do
Conselho Cultural eram apanágio dos “homens superiores”. Ideia reiterada por
Miguel Bandeira que o descreveu como um homem “de alma grande”
 que muito trouxe
a Braga e à sua riqueza cultural.

Também
Adriano Moreira, Fátima Ferreira, Santos Silva e
Carvalho Guerra prestaram o seu testemunho à pessoa de Lúcio Craveiro da Silva,
intervenções focadas principalmente no seu contributo ao ensino superior em
Portugal.


Texto: Ana Marques

Fotografia:
Nuno Gonçalves

 

(Pub.
Dez/2014)

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *