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Sessão solene do 41º aniversário da UMinho: Internacionalização e Investigação foram temas centrais



Com a Internacionalização
e a Investigação em lugar de destaque nestas comemorações, foi apresentada a
revista da Universidade, a qual realça estes tópicos, evidenciando a dimensão
internacional da UMinho, seja, a mobilidade internacional dos seus estudantes,
seja no acolhimento de estudantes estrangeiros, bem como a celebração de
protocolos que reforçam a internacionalização do seu ensino. No entanto,
Antonio Cunha realçou o desafio colocado à UMinho “o de tornar atrativa a nossa
oferta educativa, no quadro de uma articulação virtuosa com as cidades que nos
acolhem”. Para além disso, a questão do ensino à distância assume principal
relevo, estando a Universidade apostada no alargamento do número de estudantes
estrangeiros.
 

No
que toca à investigação, a UMinho tem também expandido as suas parcerias, sendo
para o Reitor “A capacidade de atrair estudantes de doutoramento de outros
espaços geográficos é um sinal desse cada vez maior reconhecimento internacional”.
Continuando, António Cunha lamentou o processo de avaliação das unidades de
investigação levado a cabo pela FCT, não só pelos seus resultados mas “também
pelas metodologias adotadas” disse.

António Cunha
deixou ainda uma mensagem de preocupação, mas também de esperança relativamente
ao modelo de financiamento das universidades, referindo que “O financiamento
das
instituições conheceu nestes últimos
dias novos dados na sequência da apresentação pelo Governo ao CRUP de um novo
modelo de financiamento”, uma vez que o atual modelo “apresenta graves
inadequações”, sendo que para o responsável, apesar da proposta parecer um
passo “correto”, chama a atenção que pode “tornar-se irrelevante se não for
acompanhado de um reforço da dotação”. O ensino superior em Portugal está
Subfinanciado” afirmou.

No mesmo sentido,
David Drewry, vice-presidente da
European University Association, afirma que
é preciso pensar esse financiamento tendo em conta a independência financeira
das instituições. “As universidades
têm de ter a liberdade de se promoverem e de mostrarem o valor das conquistas
dos seus estudantes”, frisou. David Drewry afirmou estar impressionado com a
capacidade da Universidade do Minho, já que apesar de ser uma “instituição
muito recente, desenvolveu-se de uma forma muito rápida”, contribuindo “de
forma muito positiva para a investigação”. 


Álvaro Laborinho Lúcio,
presidente do Conselho Geral da UMinho, também deixou uma
imagem positiva do trabalho que se tem realizado na UMinho. “
Conhecemos a qualidade do trabalho
desta casa e da grande maioria daqueles que lhe dão rosto no dia-a-dia da sua
ação”, afirmou. Para Laborinho Lúcio, as universidades não podem deixar de
“assumir como própria razão da sua existência, a formação humana, cultural
e científica, para o bem das pessoas, dos povos e das comunidades”.

Carlos Videira, presidente da Associação Académica da
Universidade do Minho (AAUM), deixou graves críticas ao modo como o governo tem
gerido as questões do Ensino Superior. Para Videira, existe uma “falta de
centralidade do Ensino Superior na prática governativa do nosso país”. Contestando “a
falta
de estratégia, o adiamento sucessivo de reformas, a falta de coragem para
assumir a formação superior como uma prioridade e um desígnio”.

Ainda assim, o presidente da AAUM é da opinião que, “mesmo
num quadro de grande incerteza, e após mais de quatro décadas de afirmação
nacional e internacional”, a UMinho tem a capacidade de voltar crescer, “de
forma ousada, sustentável, com prudência, mas sem medos”. Exigindo “um
estudo
sério e aprofundado sobre a realidade do abandono escolar”, uma revisão do “Programa Retomar”, uma revisão do “Regulamento de Atribuição de Bolsas de
Estudo”, colocando de parte “qualquer atualização ou agravamento do valor das
propinas”, e exigindo “um alargamento definitivo do período de candidaturas do
Fundo Social de Emergência para todo o ano letivo”.


Carlos
Moedas, comissário europeu da Investigação, Ciência e Inovação, no seu
discurso, lido por Manuela Soares,
desafiou a UMinho a
tornar-se “
num verdadeiro centro
de inovação para a região, beneficiando das oportunidades que se perfilam no
âmbito do Programa-Quadro Horizonte 2020 e tirando partido dos fundos
estruturais”, realçando que “O financiamento no domínio da investigação
europeia é apenas atribuído aos melhores”, afirmando que nesse campo, a UMinho
pode ainda ter melhorias.

A sessão contou ainda com o tradicional cortejo académico,
com a entrega do Prémio de Mérito Científico 2015, ao Professor José António
Teixeira, foram ainda entregues as Medalhas da Universidade aos funcionários
mais antigos, os Prémios Escolares e Cartas Doutorais.

Os momentos musicais estiveram a cargo do
Coro Académico da UMinho, acompanhado pelo Quinteto de Metais, formado por
alunos do Departamento de Música, sob a direção do maestro Rui Paulo Teixeira.

 

Texto: Telmo Crisóstomo 

Fotografia: Nuno Gonçalves


(Pub. Fev/2015)

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