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Mais de mil crianças na IX Edição do “Hospital dos Bonequinhos”



O
intitulado “Hospital dos Bonequinhos” tem como principal objetivo
promover o contacto direto dos mais pequenos com o ambiente hospitalar de forma
a minimizar a ansiedade e o receio, proporcionando momentos de descontração e
diversão.
 

Ao
longo de toda a atividade, é possível observar que as crianças assumem o papel
de pais, levando o seu “boneco doente” ao médico, o qual é
representado pelos estudantes de Medicina.

As
palavras de Gil Sequeira, quando entrevistado pelo Correio do Minho, mostram
que toda aquela brincadeira pode manifestar-se como algo muito positivo para a
vida de cada criança afirmando que “queremos acabar com o estigma da bata
branca e aqui deixamos as crianças à vontade e elas acabam por ser muito
empenhadas e querem ajudar, há muita interação”.

Procurando
tornar o evento o mais realista possível, os futuros profissionais de saúde
começam por realizar a triagem, colocando ao doente uma pulseira de uma cor
consoante a gravidade da situação, entretanto são encaminhados para o
consultório médico, posteriormente para as salas de tratamento e, em seguida, é
feito o diagnóstico. O trajeto hospitalar continua com uma breve alusão à
necessidade de ter uma higiene oral cuidada e à nutrição, de maneira a conhecer
os bons hábitos alimentares.

É
importante referir também que a possibilidade de realizar este projeto deve-se
imenso ao apoio facultado pela Câmara Municipal de Braga, que disponibilizou o
transporte de todas as crianças.

Na
opinião de João Ferreira, Presidente da Comissão Executiva do Hospital de
Braga, as estratégias utilizadas pelo evento visam “tornar a visita ao
hospital mais agradável” e a enfrentar o mundo do hospital “com uma
maior naturalidade possível”. “Acho que isto é muito importante para
estes futuros profissionais da saúde porque mostra a importância que é saber
comunicar com utentes difíceis”, sendo as crianças as primeiras pessoas a
colocar “perguntas desarmantes”, acrescentou o responsável.

Ainda
na linha de pensamento de João Ferreira, há uma grande necessidade de alcançar
um contacto humano para enriquecer questões de saúde declarando que “se
soubermos comunicar bem com uma criança sabemos comunicar com qualquer pessoa e
ser-se médico, ser-se profissional de saúde é saber muito bem explicar,
comunicar” e apesar de haver diversos meios técnicos, medicamentos e alta
tecnologia “nada substitui o contato pessoal”. Para este, as
expectativas superaram o esperado, uma vez que alargaram a iniciativa,
acrescentando mais um dia de funcionamento.

O
seu testemunho concluiu que este acontecimento “só pode ser visto como um
grande sucesso”, no entanto é relevante ter em atenção “as perguntas
que nos são colocadas”, possivelmente “no ano seguinte temos o
desafio de estar ainda mais dias e com mais áreas de simulação”,
promovendo, assim, melhores condições de acesso à atividade hospitalar.

Na
perspetiva de Núria Mascarenhas, aluna do 3ºano do curso de Medicina, o
“Hospital dos Bonequinhos é uma das mais nobres e interessantes iniciativas da
nossa faculdade”. Sendo uma aventura muito gratificante e entusiasmante, a
aluna afirma que “de forma lúdico-didática temos como missão desmistificar os
preconceitos e medos que, muitas vezes estão associados à bata branca; ao mesmo
tempo dá-nos a conhecer um pouco do que será a nossa futura profissão. É sempre
uma alegria ouvir uma delas dizer que quando crescerem querem ser médicas!”. Na
sua ótica não considera que haja nada a melhorar, contudo “o ideal seria que tivéssemos
mais colaboradores, mas mais importante do que a quantidade é a qualidade e boa
vontade do pessoal que já há muitos anos têm contribuído com esta iniciativa”.
Sendo o segundo ano que participa, a estudante sublinha que “sem dúvida que não
será o último”, dado que “além de contribuir imenso para um bom espírito
natalício, é revigorante ver o sorriso e a felicidade de uma criança; sentir que
ajudamos nem que seja um pouquinho para o bem-estar de alguém”. Núria reforça a ideia de que este evento lhe proporciona
momentos de grande aprendizagem salientando que “o melhor de tudo, aprendi que
para fazer alguém feliz não são precisos 6 anos de estudo e decorar uma lista
infinita de fármacos. A receita é bem simples. Só 3 ingredientes bastam:
gentileza, bom humor e alguma criatividade!”.

De
facto, o “Hospital dos Bonequinhos” é um projeto lúdico-pedagógico que dá
oportunidade de criar momentos de experiências e de incutir conhecimentos
fundamentais para um dia mais tarde serem aplicados.

 

Texto e Fotografia: Marta
Alves 


(Pub. Nov/2015)

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