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“Tenho a certeza que a minha formação é mais completa pela influência deste percurso associativo.”



Ser presidente da AAUM era
um sonho ou algo que aconteceu por acaso?

No percurso associativo motivou-me sempre a representação dos meus
colegas, o contato próximo e conhecer uma realidade muito abrangente. Não foi
fruto do acaso, mas de um processo de crescimento. Aproveitei sempre as
oportunidades com grande entusiasmo e com a responsabilidade de estar a
representar os meus colegas. O trabalho que fui desenvolvendo nas diferentes
funções teve um bom acolhimento por parte dos colegas de curso e das equipas
que integrei, o que me permitiu reunir as condições para me candidatar a
Presidente da AAUM.

 

O que te levou a apresentar a candidatura à
Direção da AAUM?

Três razões: os direitos e interesses dos estudantes e a sua defesa, em
primeiro lugar. 
O reconhecimento e apoio dos colegas que me acompanhavam no percurso
académico e associativo, e da equipa que aceitou acompanhar-me neste enorme
desafio, a quem sou grato pela confiança, pelo esforço. Em terceiro, o projeto
que construímos. 
Uma candidatura que apresentei sentindo que estavam reunidas as
condições de trabalho, as académicas e, em particular, as familiares.

 

O que significa para ti, ser Presidente da
AAUM?

É uma enorme responsabilidade representar a instituição AAUM, representar
os interesses pedagógicos, sociais, desportivos, culturais, e de inserção no
mercado de trabalho de 19 mil estudantes. Um enorme desafio que se desenvolve
num contexto de dificuldades para o ensino superior, e num quadro ainda
restrito para futuro. 
Uma honra por representar uma instituição que tem um grande
reconhecimento por parte de todos.

 

Foste eleito com 2266 votos dos 2617
estudantes votantes. Estavas à espera deste
resultado?

Durante a campanha, existia uma opinião generalizada
que indicava que a abstenção seria mais elevada que nos anos anteriores, num
aumento expressivo. Adotamos, por isso, uma estratégia de campanha que permitia
envolver diretamente todos os estudantes. Os objetivos da equipa sempre
estiveram bem definidos, com bastante realismo. 
Uma lista única conseguiu garantir que os valores da
abstenção não aumentassem de forma acentuada e conseguimos, na lógica de este
ser um projeto de continuidade, o melhor resultado que o projeto já apresentou.
Assim, face ao esperado, foi um resultado bastante positivo e com o qual não
estávamos a contar, ultrapassando as nossas expectativas.

 

Quais as linhas orientadoras que propões para
dirigir a AAUM?

As linhas orientadoras centram-se numa aproximação da estrutura da AAUM
aos estudantes, que incentive à sua participação e inclusão nas tomadas de
decisão. É um objetivo que se concretiza com a implementação do orçamento
participativo. E, também, com a criação de dois espaços da associação em ambos
os campi e o estabelecimento do projeto de estágios curriculares que os alunos
possam desenvolver no contexto de trabalho da AAUM. O projeto é transversal a todas
as áreas, por isso, apresentaremos projetos para a promoção do desporto, plano
em que, mais uma vez, a AAUM esteve ao mais alto nível, e para promoção da
cultura, das atividades recreativas e das dinâmicas sociais.

Que inovações pretendes incutir no seio da Associação?

Uma das principais inovações é a criação do orçamento participativo. Permitirá que qualquer estudante possa ver implementado um projeto que idealizou e nos processos da sua execução, conheça os mecanismos de trabalho e organização da AAUM.



 

 

Já eras dirigente associativo. Quais são para
ti os prós e contras do exercício deste papel?

Os prós de ser dirigente associativo estão associados ao conhecimento, à
experiência que se adquire na organização de atividades que têm reflexo para
milhares de estudantes, e que, pelos processos e procedimentos que devem ser
cumpridos, permitem um maior conhecimento e desenvolvimento de competências
transversais e extracurriculares. E a parte mais significativa, é o gozo que se
retira por termos a oportunidade de organizar esta quantidade enorme de eventos
que espelham todas as áreas de atuação da AAUM. Os contras estão sobretudo
diretamente relacionados com os períodos em que é necessária uma maior atenção
às tarefas ou atividades a realizar e que nos retira tempo e espaço para o
convívio com familiares e amigos. Ainda assim, é possível, na maior parte das
situações, conciliar as exigências da vida associativa com as necessidades da
vida pessoal.

 

Quais pensas que serão as maiores
dificuldades com que te vais debater enquanto Presidente da AAUM?

A maior dificuldade estará na defesa de uma mudança do atual paradigma
do ensino superior, uma realidade marcada por um quadro de subfinanciamento que
afeta a qualidade do ensino e impede o desenvolvimento das Instituições de
Ensino Superior, agrava o desemprego jovem, abala as perspetivas de futuro de
qualquer estudante que ingresse no ensino superior. 
E, numa dimensão pessoal, conciliar as exigências da disponibilidade de
um dirigente associativo com as atividades letivas, o que reconheço possível
com uma boa gestão de tempo.

 

Na tua opinião quais devem ser as
atitudes/qualidades fundamentais do Presidente de uma Associação Académica?

 

A disponibilidade e a capacidade de ouvir os estudantes, a motivação de
representar e responder às suas necessidades, com sentido de responsabilidade.

 

Pensas que este percurso de dirigente
associativo será relevante para a tua formação enquanto indivíduo e para o teu
futuro?

Tenho a certeza que a minha formação é mais
completa pela influência deste percurso associativo. No enriquecimento do meu
percurso académico, mas sobretudo, na minha formação enquanto cidadão e colega.
É um percurso que nos incentiva a desenvolver a capacidade e o gosto de estar
disponível para ajudar, ouvir, a trabalhar em equipa, a compreender a dimensão
pessoal de cada um, a reconhecer o mérito e empenho dos que trabalham
arduamente para alcançar objetivos, e o de vivenciar momentos únicos com quem
nos acompanha.

 

No teu entender como deve ser vista a AAUM
pelos estudantes?

A AAUM deve ser vista como uma associação próxima, que defende de forma
dedicada e determinada os direitos e interesses dos estudantes, e que, na
dimensão do espírito de missão, só pode estar ao serviço das expectativas dos
estudantes.

 

O que pensas sobre o atual Regulamento de
Bolsas de Estudo?

Em matéria de ação social, as alterações ao Regulamento de Atribuição de
Bolsas quanto ao limiar de elegibilidade e ao pagamento das bolsas de estudo em
dia fixo do mês, representaram melhorias, num sistema insuficiente para a
realidade a que deve responder. 
Consideramos que deve proceder-se a uma Revisão do Regulamento de
Atribuição de Bolsas de Estudo a Estudantes do Ensino Superior, defendendo a
contabilização de rendimentos líquidos, ao invés da contabilização de
rendimentos brutos, para que se consiga percecionar as suas efetivas
necessidades. Esta pretensão enquadra-se no objetivo definido no programa do
governo de reforçar a ação social escolar direta, através do aumento do valor
das bolsas de estudo e do número de estudantes elegíveis, e da ação social
indireta com a transferência de financiamento público adequado. Consideramos
essencial o fim da contabilização do património mobiliário e a possibilidade de
dedução de despesas do agregado familiar com encargos de saúde e habitação.


Que futuro prevês para o Ensino Superior em Portugal?

É um quadro de grande incerteza. A criação de um Ministério afeto ao Ensino Superior será demonstrativo da centralidade que se pretende dar ao Ensino Superior, no entanto, o Ensino Superior só poderá ultrapassar as atuais dificuldades com um reforço do financiamento, que não se verificou. As linhas orientadoras foram apresentadas, mas necessitam de um plano de aplicação, com medidas concretas.

 

 

 

Qual a tua
maior preocupação enquanto representante dos estudantes?


É
ter a capacidade de, a todo o tempo saber defender da melhor forma todos os
estudantes da Universidade do Minho.

 

Uma sede para a AAUM no Campus de Gualtar é
um projeto há muito ambicionado. Quais são as perspetivas de concretização? O
que tem faltado?

 

Neste momento, é necessário avaliar junto dos agentes envolvidos qual o
tempo previsto para a sua efetiva concretização, percebendo de que forma tem
evoluído este processo. De facto, é necessário encontrar uma solução que tenha
efetiva concretização, no curto/médio prazo. 
A AAUM tem feito um esforço para garantir as verbas adequadas para a
implementação do projeto e tem, ao longo do tempo redefinido o projeto,
consoante o envolvimento dos diversos agentes. É urgente que haja um efetivo
comprometimento de todos os agentes com este projeto, e a AAUM estará atenta ao
desenvolvimento deste projeto, procurando dar um novo impulso.

 

 

A UMinho tem sido palco de eventos
desportivos universitários nacionais e internacionais de grande relevo,
organizados em cooperação entre os SASUM, AAUM e a FADU, desde campeonatos
mundiais, europeus, Fases Finais dos CNU´s. Quais são os objetivos principais
destas organizações e o que pensas desta aposta no desporto que tem sido feita
há já vários anos?

A aposta da AAUM na organização de grandes eventos desportivos é, uma
aposta ganha. A organização destes eventos permite incentivar a prática
desportiva dos nossos estudantes e, ao mesmo tempo, envolver um grande número
de estudantes na organização das atividades, promovendo o sucesso desportivo e
a experiência e enriquecimento de um currículo extracurricular.

 

A AAUM será coorganizadora, juntamente com a
FADU e a UMinho do Mundial Universitário de Karaté 2016, que decorrerá em
agosto. Como está a preparação e o que esperas deste?

O Campeonato Mundial Universitário de Karaté realiza-se nos próximos
dias 10 a 13 de agosto. Neste momento encontramo-nos a preparar toda a
logística humana e das necessidades das infraestruturas para o evento. À
semelhança dos eventos desportivos passados, espero que consigamos envolver um
grande número de estudantes na organização do campeonato, que a marca de
excelência na organização destes eventos seja, mais uma vez, a nossa marca
identitária e que os resultados para Portugal sejam muito positivos.

 

 

A UMinho em conjunto com a AAUM foi eleita a
segunda melhor da Europa em desporto universitário. De que forma viste este
reconhecimento?

É muito prestigiante para a AAUM alcançar este lugar no topo do ranking
da EUSA, solidificando uma posição de destaque a nível nacional e europeu e
justificando a grande aposta no desporto universitário. É um motivo de grande
orgulho para a AAUM e para a UMinho, ver estes estudantes/atletas conseguirem
conciliar o sucesso académico com o sucesso desportivo. Esta aposta no desporto
é, certamente, para continuar.

 

Gata na Praia. Para quando e onde decorrerá este
ano a atividade?

A Gata na Praia vai decorrer entre os dias 19
e 24 de março, e estamos neste momento a articular todas as questões da
atividade, nomeadamente, o local da atividade, informações que serão divulgadas
em breve.

 

Enterro da Gata. Quais as datas para o
evento? Quais serão as novidades preparadas pela AAUM para este ano?

O Enterro da Gata tem data marcada para os dias 7 a 13 de maio. Estamos
numa inicial de preparação das festividades do Enterro da Gata, sendo
impossível desvendar qualquer novidade, mas estamos empenhados na sua
preparação e informaremos a academia oportunamente.

 

Qual a relação da AAUM com a atual Reitoria?

A AAUM sempre manteve com a
Reitoria uma relação de total independência, mas, ao mesmo tempo, estabeleceu
um diálogo construtivo e contínuo, percebendo que uma relação de parceria que
procura as melhores soluções para resolver problemas comuns será uma mais-valia
para a defesa dos direitos dos estudantes e para a Universidade do Minho.

 

Que mensagem gostarias de deixar aos estudantes da UM?

Gostaria de apelar à participação ativa de todos os estudantes na vida
da académia. Gostaria de dizer aos meus colegas que a AAUM estará continuamente
atenta e disponível, contribuindo para que a AAUM seja sempre o ponto de
partida e de chegada dos estudantes no seu percurso académico.


Texto: Ana Marques

Fotografia: Nuno Gonçalves


(Pub. Fev/2016)

 

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