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41 anos de ECUM com celebração agridoce



A
cerimónia decorrida no Campus de Gualtar contou com as presenças da Presidente
da ECUM, Estelita Vaz, do Reitor António Cunha e do convidado especial, o Professor
Carlos Herdeiro, do departamento de física da Universidade de Aveiro que
elucidou os presentes sobre o tema científico do momento, numa palestra
subordinada ao tema, ”Ondas gravitacionais: a verdadeira música celestial”.

Abrindo as hostes, tomou a palavra a Presidente da
Escola, onde, em jeito de balanço, não escondeu a preocupação pelas
dificuldades de gestão financeira (em seis anos a ECUM perdeu cerca de um milhão de
euros de financiamento), cortes nos
recursos humanos e problemas de segurança no edifício da Escola registados nos
últimos anos. Isto, apesar da ECUM ter crescido em número de alunos, ter aumentado a sua a
produtividade científica anual e se ter ”aventurado no ensino à distancia”. Posto isto, a Presidente deixou ainda mensagens
de agradecimento, neste final de ciclo, após dois mandatos, com os votos de um
futuro mais próspero.

Por seu lado, o Reitor, congratulou a Escola pelo
reconhecimento que tem sido alvo e no trabalho levado a cabo na ”divulgação da
ciência”, deixando também uma palavra especial para a Presidente e respetiva
equipa diretiva pelo que diz ter sido ”um bom esforço de gestão durante um
período difícil”. Todavia, António Cunha, não descurou nas críticas e frisou
ser importante uma maior coesão da ECUM a fim de funcionar como uma só Escola e
não como um conjunto de departamentos, sublinhando ainda o facto menos bom da
ECUM só possuir 21% dos estudantes em pós-graduação, o que a coloca numa posição
desfavorável face a outras unidades orgânicas. ”O futuro não é risonho, mas ele existe e é necessário enfrentá-lo” acrescentou o Reitor deixando o mote para uma reação necessária às dificuldades
que se atravessam.

Para
o final ficou reservada a parte mais científica, a cargo do Professor Carlos
Herdeiro que levou a plateia numa travessia pelos mares, atualmente muito
navegados das ondas gravitacionais. Tema que começou a ser recentemente
badalado devido ao anúncio pelos cientistas da deteção de ondas gravitacionais
pelo LIGO (observatório de ondas instalado nos EUA) que levou a que fosse dado
mais um importante passo no estudo do Universo.

O
Professor Herdeiro transformou a sua palestra numa viagem desde as primeiras
análises às ondas gravitacionais por Isaac Newton, passando pelos estudos de
Albert Einstein, que ”vê”, agora, comprovada uma previsão por ele efetuada há
precisamente 100 anos atrás, dando ênfase à vertente histórica desta cavalgada
científica, o professor evidenciou ainda as pedras no caminho encontradas, até
ao tratamento das ondas como as conhecemos hoje em dia.

”Até
aqui éramos capazes de ver o Universo e agora somos capazes de o ouvir”. Foi
assim que o professor portuense caracterizou o resultado de décadas de
extraordinários esforços tecnológicos para medir este tipo de ondas que chega
agora a bom porto, servindo este de ponto de partida para a próxima etapa em
direção à compreensão do Universo que nos envolve.

A
cerimónia reservou ainda espaço para a entrega de prémios e distinções, na qual
foram agraciados os Presidentes e os Vereadores da Educação dos Municípios de
Barcelos, Braga, Famalicão e Guimarães, pelo seu papel ativo na promoção da
cultura científica e pelo seu valioso contributo para a interação entre as
escolas destes Municípios e a Escola de Ciências da Universidade do Minho, bem
como alguns alunos da mesma.

Roberto
Correia


(Pub. Fev/2016)

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