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“É uma grande honra ser contemplado com uma distinção tão significativa para a
história portuguesa”, diz o galardoado. Desenvolvida na Universidade de Coimbra
(UC), a tese de doutoramento de Márcio Barbosa teve como
finalidade analisar Marcello Caetano e o Novo
Estado marcelista, enquanto reprodução do regime instituído com a Constituição
de 1933, distinta do Estado Novo salazarista.
Procurou saber por que motivos falhou a experiência de restauração de “funcionalidade” num sistema até aí “disfuncional” mas “bem-sucedido” e
perceber de que forma Marcello Caetano se “arruinou” face a forças, grupos, interesses e outros poderes.
A investigação assenta numa pesquisa historiográfica exaustiva, contextualizada
por uma interpretação do projeto socio-político-económico marcelista e da
relação entre Marcello Caetano, os itinerários do Estado Novo, os problemas
fundamentais do seu tempo histórico, os poderes ou grupos de poder e a análise
crítica da evolução do contexto internacional.
25 anos a premiar jovens
investigadores
Criado
na base de uma doação do conhecido historiador e professor Victor de Sá, este é
considerado o principal prémio nacional de História Contemporânea para jovens
investigadores. Tem um valor pecuniário de 3500 euros e foi instituído para
assegurar a continuidade dos trabalhos de investigação nos domínios da
História. Ao longo das últimas 25 edições foram distinguidos académicos de
referência a nível nacional, como Fernanda Rollo, atual secretária de Estado da
Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, e Miguel Cardina, que venceu em setembro
de 2016 uma bolsa do Conselho Europeu de Investigação no valor de 1,4 milhões
de euros.
Sobre o vencedor
Márcio Barbosa, de 34 anos, é natural de Lajeosa do Mondego,
Celorico da Beira. É doutorado em Altos Estudos em História pela UC, onde também se licenciou
em História e tirou o mestrado em História Contemporânea. Investigador no
Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da UC, tem dedicado a sua atividade ao estudo político e económico do
Estado Novo português. Para além da participação, como organizador e
conferencista, em diversos eventos académicos, publicou inúmeros artigos em
revistas especializadas e dois livros, incluindo “Marcello e Spínola: a missão
do fim”.
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(Pub. Nov/2016)
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